Café: Bolsa de NY desaba 500 pts nesta 6ª feira com dólar e chuvas no Brasil e volta ao patamar de US$ 1,20/lb

Publicado em 11/12/2015 17:01

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) caíram mais de 500 pontos nesta sexta-feira (11) pressionadas pelo dólar que avançou quase 2% ante o real e as chuvas no cinturão produtivo do Brasil que tem beneficiado o desenvolvimento das lavouras da safra 2016/17. No comparativo semanal, o contrato março/15 recuou 4,53%. Ainda assim, segundo analistas, a perspectiva de preços para o próximo ano continua otimista.

Os lotes com vencimento para dezembro/15 encerraram a sessão de hoje com 118,10 cents/lb e baixa de 455 pontos, o março/16 teve 121,20 cents/lb com recuo de 515 pontos. O contrato maio/16 fechou a sessão com 123,30 cents/lb e desvalorização de 510 pontos, enquanto que o julho/16 anotou 125,30 cents/lb com 505 pontos negativos.

"O mercado repercutiu uma conjugação de mau humor global, chuvas nas regiões produtoras e por fim, a forte alta do dólar no Brasil. Tudo, sem exceção, serviu de desculpa para as batidas presenciadas", explica o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.

A moeda norte-americana encerrou a sessão desta sexta-feira com alta de 1,93%, cotada a R$ 3,8738 na venda. Os investidores repercutiram informações sobre a desaceleração da economia chinesa e rumores de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, possa deixar o governo caso a meta de superávit primário de 2016 seja zerada pelo Congresso.

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Em relação às condições meteorológicas, a Climatempo prevê volumes acumulados superiores a 100 milímetros em grande parte das regiões produtoras brasileiras até o Natal. Porém, no Espírito Santo a tendência é de volumes reduzidos, inferiores a 50 mm em grande parte do estado. As informações são do CNC (Conselho Nacional do Café).

Durante toda esta semana as cotações do café arábica no terminal externo oscilaram bastante baseadas no câmbio. A moeda estrangeira acumulou na semana valorização de 3,61%, enquanto a cotação do principal vencimento na ICE perdeu 4,53%. O dólar mais valorizado ante o real dá maior competitividade às exportações da commodity.

Apesar da queda non mercado hoje, a perspectiva dos envolvidos e analistas é de cotações mais altas em 2016 com uma safra 2016/17 mais alta no Brasil e os estoques dos principais países consumidores caindo. "Apesar de termos uma próxima safra brasileira maior que a última colhida, o volume deve ser muito aquém do que o mercado precisa", afirmou ontem o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães. Segundo o CNC, a produção do País deve subir até 15% em relação à de 2015, podendo chegar a 49 milhões de sacas de 60 kg.

Em novembro, por exemplo, o Rabobank estimou preços na casa de US$ 1,30/lb no início de 2016 para o café arábica no terminal externo, patamar bem próximo do registrado hoje para os principais vencimentos. O banco estrangeiro, inclusive, elevou em 800 mil sacas, para 2,7 milhões, sua previsão de déficit na produção mundial de café em 2015/16, citando os efeitos do El Niño, que está ligado à seca em alguns dos principais países produtores do grão.

Mercado interno

Os negócios no mercado físico brasileiro permaneceram lentos nesta semana. "Apesar das baixas presenciadas, a liquidez interna não ganhou ritmo e assim, a paradeira deu a tônica", diz Marcus Magalhães. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da ESALQ/USP), os preços do café arábica reagiram neste início de mês. No acumulado parcial deste mês, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, foi para R$ 483,48/saca de 60 kg na quarta-feira, reação de 3,9%.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 552,00 e queda de 1,78%. A maior oscilação no dia foi registrada em Espírito Santo do Pinhal (SP) com recuo de 3,64% e saca valendo R$ 530,00.

Da sexta-feira passada para esta, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Poços de Caldas (MG) com alta de R$ 13,00 (2,43%), saindo de R$ 534,00 para R$ 547,00 a saca.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação também em Guaxupé (MG) com R$ 557,00 a saca e baixa de 1,76%. Foi a maior variação no dia dentre as praças.

Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Poços de Caldas (MG) que tinha saca cotada a R$ 492,00, mas subiu R$ 10,00 (+2,03%) e agora vale R$ 502,00.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Varginha (MG) com R$ 510,00 a saca - estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com recuo de 4% e saca cotada a R$ 480,00.

A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 foi registrada em Patrocínio (MG), por lá a saca estava cotada em R$ 485,00 na sexta passada, mas teve desvalorização de R$ 5,00 (-1,03%), e agora vale R$ 480,00.

Na quinta-feira (10), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve desvalorização de 0,05% com a saca de 60 kg cotada a R$ 483,23.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam com forte queda nesta sexta-feira, seguindo Nova York. O contrato janeiro/16 encerrou a sessão cotado a US$ 1503,00 por tonelada e queda de US$ 19, o março/16 teve US$ 1532,00 por tonelada com baixa de US$ 18 e o maio/16 registrou US$ 1560,00 por tonelada com desvalorização de US$ 19.

Na quinta-feira (10), o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 380,69 com avanço de 0,06%.

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Tags:
Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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