Ata do Copom sinaliza que Governo pretende segurar a inflação do ano que vem em 6,5%. Logo, os juros subirão ainda mais....

Publicado em 03/12/2015 08:51
na Folha de S. Paulo + Reuters + Veja.com

O Banco Central divulgou uma ata de 33 parágrafos para explicar por que decidiu, na semana passada, manter sua taxa de juros em 14,25% ao ano e quais são suas intenções daqui para a frente.

Depois de desistir de cumprir a meta de 4,5% de inflação em 2016, o BC agora promete atuar para evitar que a alta de preços ultrapasse o teto de 6,5% fixado na legislação. Isso significa que os juros tendem a subir.

A mensagem pode ser resumida em quatro trechos essenciais, reproduzidos abaixo com a devida tradução do idioma do BC.

“Independentemente do contorno das demais políticas, o Comitê [de Política Monetária] adotará as medidas necessárias de forma a assegurar o cumprimento dos objetivos do regime de metas, ou seja, trazer a inflação o mais próximo possível de 4,5% em 2016, circunscrevendo-a aos limites estabelecidos pelo CMN [Conselho Monetário Nacional].”

Tradução – “Mesmo que o ajuste fiscal fracasse, o Banco Central elevará os juros, se necessário, para evitar que a inflação ultrapasse o teto de 6,5% no próximo ano.”

Nota – As expectativas do mercado para a inflação de 2016 hoje oscilam em torno de 6,64%, o que torna mais provável um aumento dos juros.

“Parte de seus membros argumentou que seria oportuno ajustar, de imediato, as condições monetárias, de modo a reduzir os riscos de não cumprimento dos objetivos do regime de metas para a inflação.”

Tradução – “Dois diretores do BC acham que é melhor elevar os juros já.”

Nota – Os demais cinco diretores e o presidente do BC, Alexandre Tombini, preferiram aguardar o desenrolar dos acontecimentos econômicos e políticos antes de tomar uma decisão.

“O Copom, então, decidiu manter a taxa Selic em 14,25% a.a., sem viés, por seis votos a favor e dois votos pela elevação da taxa Selic em 0,50 p.p.”

Tradução – “Se o cenário não melhorar, é provável que os juros subam para 14,75%.”

Nota – Até então, o BC dizia que os juros seriam mantidos no atual patamar por um “período suficientemente prolongado”.

“As projeções de inflação para 2015 e 2016 também se elevaram em relação ao valor considerado na reunião de outubro e permanecem acima da metapara a inflação.”

Tradução – “O ano de 2015 está perdido, resta salvar o de 2016.”

Nota – O BC projeta que a inflação se aproximará dos 4,5% ( superados desde 2010), em 2017.

 

BC vê mais inflação em 2015 e 2016 e diz que tomará "medidas necessárias"

 

SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Central piorou sua previsão para a inflação neste ano e em 2016, afirmando que ambas estão acima do centro da meta --de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos--, e afirmou que tomará as "medidas necessárias" para controlar a escalada de preços independentemente das demais políticas, segundo ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta quinta-feira.

Na semana passada, o BC decidiu manter a Selic em 14,25 por cento ao ano, mas numa decisão dividida, com dois membros do Copom optando por elevar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, em meio à piora nas expectativas de inflação e no cenário de indefinições fiscais e turbulências políticas no país.

 

Congresso aprova, e governo está autorizado a fechar ano com rombo de R$ 120 bi

De imediato, a mudança suspende os efeitos do decreto de congelamento de gastos de de R$ 10,7 bilhões, editado nesta semana pelo governo federal

O Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira o PLN 05, que atualiza a meta fiscal para 2015 - déficit primário de 119,9 bilhões de reais - e pode livrar o governo Dilma Rousseff de um novo enquadramento na Lei de Responsabilidade Fiscal, a 29 dias do fim do ano. De imediato, a mudança suspende os efeitos do decreto de congelamento de gastos de 10,7 bilhões de reais, editado nesta semana pelo governo federal. O texto vai à sanção presidencial.

Na Câmara dos Deputados, o projeto foi aprovado por 314 votos a 99. No Senado, o texto passou por 46 votos a 16. A sessão foi encerrada ao fim da votação, depois de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acatar a abertura de um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Parlamentares de oposição passaram gritar "Fora Dilma" do plenário, enquanto governistas rebatiam com "Não vai ter golpe".

A base aliada atendeu ao pedido da presidente conseguiu aprovar a norma, apesar das tentativas da oposição de obstruir as votações, inverter a pauta para outros projetos e votar antes o projeto original do governo, em vez do substitutivo aprovado na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

O texto autoriza o governo federal a fechar o ano com um déficit de até 119,9 bilhões de reais, conforme texto aprovado pelo relato Hugo Leal (PSC-RJ) na comissão. A primeira versão do PLN 5 previa um superávit primário de mais de 63 bilhões de reais. Em julho, o governo modificou a meta de economia para pagamento de juros da dívida para 8,7 bilhões de reais. Em outubro, nova alteração no texto previa déficit de 49 bilhões de reais.

"Será o segundo ano em que o governo não respeita a LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias]. Isso é crime de responsabilidade", disse o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). "Houve um problema que foi a queda vertiginosa de arrecadação no país", disse o deputado Wadson Ribeiro (PCdoB-MG).

Enquanto o governo argumentava que houve queda de receita, a oposição acusava que o déficit seria coberto a partir do ano que vem com aumento de impostos e com aprovação da CPMF.

"O governo faz uma proposta para a sua base limpara cena do crime", disse o líder do PPS, Rubens Bueno (PR). "A crise no Brasil se chama Dilma Rousseff."

"Votar contra a revisão da meta fiscal significa colocar a economia em ainda mais dificuldades", disse o deputado Henrique Fontana (PT-RS), que acusou a oposição de "golpismo".

"Está sendo votada uma anistia aos crimes cometidos pela presidente Dilma. Foi por essa razão que o TCU rejeitou as contas. Este Congresso Nacional está querendo chancelar os crimes cometidos pela presidente. Todo dia tribunais regionais mantêm prefeitos inelegíveis por crimes menores", disse o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT).

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Fonte:
Folha + Reuters + Veja.com

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