Marco Antonio Villa: A república dos cínicos (Nós, os brasileiros: os perplexos sem guia...)

Publicado em 02/12/2015 03:58
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Marco Antonio Villa: A república dos cínicos

Publicado no Globo

Lembra o Conselheiro Aires, célebre personagem de Machado de Assis, que o inesperado tem sempre voto decisivo nos acontecimentos. O ano parecia caminhar para o encerramento. E em tons inglórios. O enfrentamento da crise política estava sendo empurrado para 2016. Tudo indicava que o impasse — produto em grande parte da inoperância das forças políticas de oposição ao projeto criminoso de poder — iria se prolongar, até porque o calendário político do Congresso não é o mesmo que vigora para os brasileiros comuns. Na Praça dos Três Poderes, 2015 termina por volta do dia 11 de dezembro, e o ano vindouro só começa depois do carnaval — e para alguns somente em março.

Mas os acontecimentos de 25 de novembro vieram para atrapalhar — ainda bem! No dia anterior foi preso José Carlos Bumlai, considerado um dos melhores amigos de Lula. Bumlai conseguiu empréstimos privilegiados do BNDES. Acabou falindo. Contudo, a família está em excelentes condições financeiras. Um dos seus filhos, segundo noticiou o Globo, é um rapaz de sorte. Tinha um patrimônio avaliado em R$ 3,8 milhões em 2004. Seis anos depois, saltou para R$ 95,3 milhões, um crescimento de 25 vezes, algo digno de um livro de como prosperar rapidamente na vida. Mas o mais fantástico é que em 2012 o filho prodígio mais que duplicou o patrimônio: R$ 273,8 milhões.

O amigão de Lula vendeu uma de suas fazendas — a Cristo Redentor — para o banqueiro André Esteves por R$ 195 milhões, valor considerado muito acima do preço de mercado. O mesmo banqueiro, também no dia 25, foi preso, envolvido em transações pouco republicanas. É um dos representantes de uma nova classe criada pelo petismo: a burguesia do capital público.

Nesta teia de relações foi incluído o senador Delcídio do Amaral, líder do governo no Senado. O senador, além de vínculos com Estevão e Bumlai, nos últimos anos esteve muito próximo de Lula. E todos eles estão relacionados com o petrolão, alguns já presos; outros, ainda não. A camarilha tinha na Petrobras o instrumento principal de saque. De acordo com perícia da Polícia Federal, o desvio do petrolão foi de R$ 42 bilhões, algo desconhecido na história do mundo.

Mesmo assim, os cínicos que nos governam continuam agindo como se nada tivesse acontecido — isso para não falar das obras da Copa, da Ferrovia Norte-Sul, da Usina de Belo Monte e de Angra-3. E a conjunção da corrupção com a irresponsável gestão econômica acabou jogando o país na crise mais grave da história republicana. Teremos dois anos consecutivos de recessão — sem esquecer que em 2014 o crescimento foi zero. E caminhamos para a depressão.

O significado mais perverso do projeto criminoso de poder e da crise econômica é a destruição dos projetos de vida de milhões de brasileiros. São projetos acalentados anos e anos e que a discussão da macropolítica acaba deixando de lado: os sonhos da casa própria, de obter um diploma universitário, de se casar, entre tantos outros, que, subitamente são inviabilizados. E os maiores atingidos são os mais pobres, que não têm condições de sequer vocalizar suas queixas, seus protestos.

A velocidade da crise não pode mais ser controlada. Quando o governo aparenta viabilizar um acordão negociado com o que há de pior na política brasileira, vem a Operação Lava Jato para atrapalhar o negócio — pois não passa de um negócio. A ação do juiz Sérgio Moro é histórica. Age dentro dos estritos termos da lei e já obteve grandes vitórias. Até o momento, foram 75 condenações, 35 acordos de delações premiadas, 116 mandados de prisão e R$ 1,8 bilhão recuperados. E a 21ª fase da Lava Jato acabou impedindo o acordão. Não é que a Justiça age na política. Não. É a política — entenda-se, os partidos e parlamentares de oposição — que não consegue estar à altura do grave momento histórico que vivemos. A oposição não faz a sua parte. Evita o confronto como se a omissão na luta fosse uma qualidade. Se estivesse no Parlamento inglês, em maio de 1940, defenderia negociar a paz com Adolf Hitler. O governo Dilma caminha para o fim sem que a oposição seja o elemento determinante.

Há uma fratura entre o povo brasileiro e a Praça dos Três Poderes. O poder é surdo aos clamores populares. Não é hora de recesso parlamentar. Recesso para quê? Em meio a esta crise? É justamente nesta hora em que o país precisa dos seus representantes no Congresso Nacional. Também não cabe a quem é responsável no STF pela Operação Lava Jato — ou ao conjunto da Segunda Turma — gozar as intermináveis férias forenses. Há momentos na história de um país que férias ou recesso não passam de subterfúgios para esconder o desinteresse pelos destinos nacionais.

Só sairemos da crise econômica quando resolvermos as crises ética e política. É uma tarefa de sobrevivência nacional. Não é apenas um caso de corrupção de enormes proporções. É mais, muito mais. O conjunto da estrutura de Estado está carcomido pelo projeto criminoso de poder. A punição exemplar dos envolvidos no petrolão abre caminho para enfrentar a corrupção em todos os setores do Estado — pensando Estado no sentido mais amplo, incluindo o conjunto dos Três Poderes.

É indispensável retomar a legitimidade. E só há legitimidade com o combate implacável à corrupção. A impunidade está solapando as bases do Estado Democrático de Direito. A democracia não é instrumento para roubar o Erário e os nossos sonhos. Pelo contrário, é através dela que podemos exercer o controle efetivo da coisa pública. É somente através da democracia que construiremos o Brasil que sonhamos.

(por MARCO ANTONIO VILLA)

 

 

Direto ao Ponto:
 

1 Minuto com Augusto Nunes: Cunha é a maior pedra no caminho do impeachment

 

Faz quase um ano que Eduardo Cunha trata como bandos de otários tanto a bancada governista quanto a bancada oposicionista na Câmara. Conforme a direção dos ventos, ora finge que vai aceitar o pedido de impeachment de Dilma Rousseff, ora finge que vai ajudá-la a permanecer no emprego. Esse pêndulo oportunista se tornou a grande pedra no caminho que leva ao afastamento da governante desgovernada.

Para remover tal obstáculo, basta que o Brasil decente reprise a mobilização que, há uma semana, obrigou o Senado a sepultar a conspiração urdida por Renan Calheiros para socorrer o colega presidiário Delcídio do Amaral. A Câmara também não resistirá à pressão dos milhões de indignados. Eduardo Cunha e Dilma merecem ser reunidos na boleia do mesmo caminhão de mudança. 

 

 

Lula foi deposto da Regência da República

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Em 23 de novembro, uma segunda-feira, Lula soube que o governo não tem dinheiro em caixa sequer para garantir o cafezinho de dezembro. Na terça, 24, soube que o amigo José Carlos Bumlai virou passageiro de camburão. Na quarta, 25, soube que o companheiro Delcídio do Amaral fizera uma coisa tão imbecil que, além de perder o próprio direito de ir e vir, transferiu para uma cela em Bangu 1 o banqueiro André Esteves. Na quinta, 26, soube que o filho caçula pesca na Wikipedia “trabalhos de consultoria” encomendados por lobistas dispostos a pagar R$ 2,4 milhões por entulhos cibernéticos.

Na sexta-feira, 27 de novembro, Lula soube que Delcídio está pronto para contar o muito que sabe aos condutores da Operação Lava Jato. No fim de semana, soube do vexatório desempenho na pesquisa Datafolha. Se a eleição presidencial fosse realizada agora, seria derrotado por qualquer um dos principais adversários possíveis ─ com uma votação semelhante às obtidas nos duelos com Fernando Henrique Cardoso. O chefe supremo da seita companheira também soube que a corrupção (sinônimo do PT, que é sinônimo de Lula) agora lidera o ranking dos mais aflitivos problemas do país.

Há pouco menos de um mês, o ex-presidente nomeou-se Regente da República, ordenou à rainha sem rumo que fosse brincar de Maria II em outras freguesias e reassumiu ostensivamente a chefia do governo. Os 20 dias seguintes foram consumidos em conluios cafajestes, barganhas repulsivas, meia dúzia de discurseiras para plateias amestradas e duas entrevistas que só serviram para confirmar que faltam álibis para tantos crimes. Alguém precisa dar-lhe a má notícia: por decisão do Brasil decente, o regente da nação foi deposto.

Além de Lula e seu rebanho, ainda não entenderam que o país mudou os integrantes da tribo que repete de meia em meia hora a ladainha exasperante: “Está tudo dominado”. Depois do assombroso 25 de novembro, mesmo os derrotistas profissionais e os vesgos por opção deveriam enxergar a guinada histórica. Naquela quarta-feira, os dominadores decadentes fizeram o que desejavam os antigos dominados, que se tornaram majoritários e hoje têm o bastão de mando ao alcance da mão.

Os movimentos no palco foram impostos pela opinião pública, que traduziu a vontade da imensidão de indignados que exigem o imediato encerramento da era da canalhice. Se tudo estivesse dominado, Bernardo Cerveró não perderia tempo gravando conversas bandidas para municiar a Procuradoria Geral da República, Rodrigo Janot não se animaria a pedir ao Supremo a prisão do senador Delcídio do Amaral, o ministro Teori Zavascki não determinaria à Polícia Federal que engaiolasse o líder da bancada governista na Casa do Espanto. Nem teria o apoio unânime da 2 ª Turma do STF para autorizar, pela primeira vez no Brasil democrático, a captura de um senador no exercício do cargo.

Se tudo estivesse dominado, Delcídio e o banqueiro André Esteves não acordariam com a notícia de que a impunidade chegara ao fim, os senadores endossariam o plano de Renan Calheiros para desmoralizar o Supremo e usariam o voto secreto para libertar o colega encarcerado. Rejeitaram por ampla maioria a votação clandestina e aprovaram as deliberações do STF por saberem que eram mantidos sob estreita vigilância, desde o começo da tarde, por multidões de eleitores grudados na TV. Pouco importa se o roteiro original era outro, é irrelevante saber se os atores agiram a contragosto. A plateia descobriu que manda.

A soma de derrotas amargadas pelos vigaristas tornou inevitável a deposição do regente Lula. Foi a maior maior demonstração de força da oposição real. Pena que tantos vitoriosos ainda não saibam disso.

(por AUGUSTO NUNES)

 

 

Nós, os brasileiros: os perplexos sem guia, POR MARCELO MADUREIRA

O Guia dos Perplexos foi escrito no século XII pelo sábio rabino Moshe ben Maimon, mais conhecido como Maimônides. Trata-se de uma obra seminal da cultura judaica, que procura explicar como fica a questão da fé frente a questões objetivas e controversas, tais como: Como começou o Universo? Ele terá um fim? Qual é a natureza do Mal? A complexidade dos organismos biológicos implica na existência de um projeto racional de um “Ser Superior”? E por aí vai.

Enfim, Maimônides, judeu nascido no Califado de Córdoba em pleno renascimento da cultura árabe (naquele tempo não existia o ISIS) foi fundo no tema das perguntas sem resposta e da perplexidade que elas nos despertam e nos acompanha na dura e breve jornada de nossa existência. Teologia com filosofia em três livros, um regalo para quem gosta do assunto.

Mas, ô Madureira, o que tem a ver Maimônides com o Brasil? Tudo. Tudo e nada. Tudo porque somos o país dos perplexos, e nada porque não temos um guia, um manual, um código que nos auxilie a enfrentar toda essa nossa perplexidade paralisante.

Senão, vejamos: estamos numa encruzilhada. Em que tipo de sociedade queremos viver? Na sociedade do juiz Sérgio Moro ou na sociedade do Lula? O pior é que ainda estamos na dúvida sobre que caminho queremos seguir.

A cadeia (com duplo sentido, por favor) de fatos que a Operação Lava-Jato vai derramando, dia após dia, nos confronta com uma situação que por séculos evitamos enfrentar. Somos uma sociedade tolerante com os poderosos, mesmo porque, de quando em quando, eles distribuem migalhas na direção dos miseráveis. Por isso mesmo, os poderosos se acham acima da Lei e tudo podem e tudo fazem, sem medir as consequências. A prisão do banqueiro André Esteves e do empreiteiro Marcelo Odebrecht comprova o que estou dizendo.

Mas um belo dia a conta chega e aí ficamos perplexos feito um cachorro na chuva, ensopados, tremendo de frio e medo, procurando um canto para nos esconder.

O país à deriva, inflação, desemprego, crise política, crise moral, e os poderes da República só pensam no recesso que se avizinha. Que recesso? Como se, com o início do “recesso”, sairíamos flutuando na lama do Rio Doce até depois do Carnaval, desaguando no Oceano Atlântico onde tudo se dissolveria. Ledo e ivo engano.

O único eixo dinâmico do Brasil que está funcionado é o Poder Judiciário. O Judiciário cumpre o papel de avalista da democracia no país. O Executivo e o Legislativo se encontram usurpados, reféns da corrupção mais vil e da incompetência mais primária. Eles contam com a nossa inação, a nossa perplexidade.

Os problemas são de tal magnitude, de tal complexidade, que os intelectuais mais confiáveis e honestos confessam que não conseguem enxergar nenhuma saída para esta “camisa de sete varas” em que nos metemos.

Tudo bem, mas não é virando as costas para os nossos problemas que eles vão desaparecer. Recesso? Vocês estão malucos?

E tenho dito.

(por MARCELO MADUREIRA)

 

Editorial do EL PAÍS: Brasil deve reagir

Dilma Rousseff tem que adotar o quanto antes as medidas necessárias para evitar o colapso da economia de seu país

A notícia da profunda recessão na qual se encontra imerso o Brasil —que poderia se transformar na pior desde os anos trinta do século XX— deve provocar uma reação urgente do Governo da primeira economia da América Latina. A presidenta Dilma Rousseff tem que adotar o quanto antes as medidas necessárias para evitar que o país que protagonizou um dos maiores milagres econômicos das últimas décadas —com a incorporação de dezenas de milhões de pobres às classes médias— se precipite em uma espiral de graves consequências para seus habitantes e para a economia global.

Por isso é imprescindível que Rousseff e as forças políticas brasileiras esclareçam o quanto antes o panorama, que a justiça siga lutando contra a insuportável corrupção e que o país entre em uma trilha de normalidade que lhe permita enfrentar com garantias os desafios que existem. Por interesse próprio, mas também pelo da região e pelo equilíbrio da economia mundial.Brasil está importunado há meses por uma grave paralisia política e institucional sobre a qual golpeiam sem cessar as contínuas revelações de casos de corrupção, um mais escandaloso que o outro, e as detenções de importantes empresários e políticos. A queda de 4,5% no PIB [em comparação com terceiro trimestre do ano passado] anunciada ontem, no marco de uma desaceleração que se complicou cada vez mais, acaba por imprimir um clima de elevado pessimismo.

Queda de 3,2% do PIB até setembro confirma o pessimismo no Brasil

A divulgação do PIB do terceiro trimestre nesta terça-feira confirmou o quadro que já se percebe nas ruas do Brasil: a economia continua andando em marcha a ré, e registrou queda de 1,7% no terceiro trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o período de julho a setembro de 2014 a queda é ainda mais evidente, marcando um recuo 4,5%. De janeiro a setembro, o PIB já caiu 3,2%, confirmando as projeções mais pessimistas do mercado para este ano.

Até o fim do ano passado, o consumo das famílias crescia sem parar, desde o final de 2003. Sem demanda, as empresas também congelaram investimentos, o que deve dificultar a retomada do crescimento no ano que vem. A Formação Bruta de Capital Fixo, medida utilizada para mensurar o capital investido pelo setor privado, caiu 15,0% no terceiro trimestre em relação ao ano passado, a maior da série histórica iniciada em 1996.

Até mesmo a agricultura, que sempre fez o contraponto ao desempenho negativo dos demais setores, registrou retração de 2,4%. A indústria, por outro lado, caiu 1,3% em comparação ao trimestre anterior, e 6,7% em relação ao ano passado. A construção civil, que está parada desde o ano passado com a redução dos investimentos do Governo e diretamente afetada pelas investigações da Lava Jato,acentuou o quadro de recessão, com um recuo de 6,3% em comparação ao ano passado.

  1. Em valores correntes, o PIB no terceiro trimestre do ano alcançou 1,481 trilhão de reais. A perda de ritmo econômico, neste ano, é fruto de uma combinação de fatores, que vão da alta de preços e um crédito mais caro já que a taxa de juros se mantém elevada exatamente para reduzir a inflação. O IPCA, índice oficial da inflação, soma, até outubro, 8,52%, o maior patamar desde 1996. Para completar, o mercado de trabalho esfriou: o país perdeu, até outubro, 818.918 postos de emprego,  segundo dados do Cadastro Geral do Ministério do Trabalho.

Diante desse quadro, o consumo das famílias brasileiras, que por um longo período impulsionou o crescimento da economia, voltou a recuar pelo terceiro trimestre consecutivo. O corte de gastos dos brasileiros resultou numa queda de 4,5% em relação ao ano passado, segundo dos dados do IBGE divulgados nesta segunda.

A turbulência política também contribuiu para o desempenho fraco da economia. "A turbulência política tem impacto, só não temos como mensurar quanto foi", afirmou a gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Claudia Dionísio.

No setor externo, as notícias também não foram boas. Mesmo com a forte valorização do dólar ante o real, o que deixa as exportações muito mais vantajosas, as vendas de bens e serviços para o exterior caiu 1,1%. As importações seguiram a mesma tendência e recuaram 6,9%, no terceiro trimestre. Em relação ao mesmo período do ano passado o tombo foi ainda mais acentuado, registrando queda de 20%.

A taxa de investimento no terceiro trimestre foi de 18,1% do PIB, inferior à do mesmo período do ano passado que atingiu 20,2%. A taxa de poupança também encolheu, passou de 17,2%  no ano passado, para de 15,0% neste terceiro trimestre.

O cenário para o futuro se mantém nebuloso diante da crise políticaque não para de ganhar novas nuances. Com a popularidade em baixa, a presidenta Dilma Rousseff passou o ano tentando aprovar projetos para garantir austeridade e colocar as contas públicas em dia, depois de estourar os gastos público no ano passado. O Congresso, porém, jogou pesado contra Dilma, que teve de gastar energia para defender-se de um processo de impeachment.

Sem apoio, a presidenta chegou ao final de 2015 tendo de publicarum decreto para congelar11 bilhões de reais em gastos do Governo. Com menos recursos, o setor público, responsável por quase um terço do PIB, torna-se um agente que também inibe investimentos e aumenta a sensação de recessão no país.

O setor de construção, que tem peso importante nos investimentos, vive um situação peculiar com as principais empresas do ramo implicadas no processo de investigações da Lava Jato. Odebrecht e Andrade Gutierrez, por exemplo, estão às voltas com a prisão de seus principais executivos e enfrentam dificuldades financeiras com a restrição ao crédito e a falta de perspectivas depois de serem surpreendidos pelas ações do Ministério Público.

Segundo a pesquisa Focus, do Banco Central, que levanta as projeções de mais de 100 instituições financeiras do país, a expectativa do PIB para 2016 é de uma queda de 2%. Não por acaso, o FMI já projeta que o Brasil deve cair para nona posição no ranking global de economias, depois de ter flertado chegar ao quinto posto nos anos dourados da era petista no poder.

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Fonte:
EL PAÍS + VEJA

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1 comentário

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    Reinaldo Azevedo usa a expressão "pagar pedágio", para designar aqueles que não podem criticar o PT, sem fazer algum tipo de elogio. Logo, o El Pais e a Folha de São Paulo pagam pedágio... O fato claro, que ninguém mais pode contestar, é que a corrupção do PT não foi feita por um grupo de pessoas que queriam enriquecer, roubando. A corrupção do PT foi muito mais para corroer as bases democráticas do Brasil, para destruir as instituições, com objetivo de perpetuar a quadrilha no poder. Até as eleições foram fraudadas, e lamentavelmente, incrivelmente, os poderes instalados em Brasilia, TCU, TSE, STF, atuaram como acobertadores dos criminosos, e isso era antes, pois agora sobram suspeitas de que, são eles próprios também criminosos. O último caso, escandaloso, é de Augusto Cedraz e seu filho, sendo que o primeiro pode ser reconduzido à presidencia do TCU. Marco Antonio Villa tem razão quando diz que, não são meros ladrõezinhos, trata-se de uma quadrilha, que possui um comando, que todo mundo sabe quem é, e que foi colocando criminosos nos postos de comando e nos postos mais altos da república, para acobertar os criminosos e garantir a continuidade do projeto criminoso de poder. Para isso, o PT organizou e manteve com dinheiro público, "movimentos", os mais diversos, de marginais, de gente deslocada da sociedade, com a promessa de que desfalcariam os ricos, para entregar de graça, na base da porrada, aos pobres. Enquanto o País afunda, vamos assistindo o espetáculo grotesco, de ver a nova elite petista torrando dinheiro como água, protegidos pelo parlamento e pelos bandidos de toga.

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