Soja: Com clima irregular, plantio alcança 79% no Brasil, mas segue abaixo da média dos últimos anos

Publicado em 01/12/2015 14:09

O plantio da soja da safra 2015/16 evoluiu e alcançou 79% da área projetada para essa temporada até o último dia 27 de novembro. Na semana anterior, do dia 20 de novembro, em torno de 69% da área havia sido cultivada. Apesar do avanço, o percentual está abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, de 88% e da média dos últimos cinco anos, de 86%. As informações fazem parte do levantamento realizado pela França Jr Consultoria.

O atraso visto nos trabalhos nos campos é decorrente do clima que permanece bastante irregular para essa temporada. Por enquanto, o Piauí é o estado com menor área semeada, com cerca de 10% da área plantada. A média dos últimos cinco anos é de 52%. Em segundo lugar está o estado da Bahia, com 32% da área cultivada com o grão, contra a média dos últimos cinco anos de 58%.

No caso do Centro-Oeste, maior região produtora de soja, Goiás caminha mais lentamente, com o plantio completo em 82% da área estimada, ainda segundo o levantamento da consultoria. A média dos últimos cinco anos é de 92% da área plantada. Para Mato Grosso, o cultivo da oleaginosa está próximo de 95%, a média dos últimos cinco anos é de 98%.

O número está em linha com a última estimativa do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), de 95,6%. Ainda assim, o gestor técnico do instituto, Ângelo Ozelame, ressalta que o índice está 2,4% abaixo do registrado em igual período do ano anterior.

"Também estamos observando que vários produtores estão precisando ressemear essas áreas em virtude da falta de chuva. É um momento de bastante instabilidade, porque dentro da uma mesma região temos inconstância muito grande no volume de chuvas. E a região Nordeste é a mais afetada no estado", pondera o gestor técnico.

Paralelamente, os produtores relatam que, em muitas localidades, o tempo seco e as altas temperaturas têm deixado às lavouras suscetíveis às queimadas. “Nós temos relatos em Sinop, Nova Ubiratã e Tapurah, onde havia uma palhada de braquiária para fazer o plantio direto e há quinze dias o produtor já tinha plantado soja e aconteceu o incidente que queimou a lavoura", explica o presidente do sindicato rural de Tapurah, Silvésio de Oliveira.

No Mato Grosso do Sul, o plantio já está completo em 98% da área estimada para essa safra. O número está bem próximo da média dos últimos anos, de 99%. Porém, o excesso de chuvas, especialmente no sul do estado tem sido uma preocupação constante, além do tempo nublado, que acaba prejudicando o desenvolvimento da cultura.

O cenário se repete no Paraná, onde cerca de 96% da área já foi semeada. A média dos últimos cinco anos é de 98%. Além da apreensão em relação à produtividade das lavouras, o clima mais úmido também é propício ao aparecimento das doenças, especialmente a ferrugem asiática.

Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, até o momento, pouco mais de 62% da área foi cultivada, contra a média dos últimos cinco anos, de 68%. Conforme dados reportados pela Emater/RS, de uma forma geral, as plantações apresentam boas condições.

"Com exceção das áreas semeadas nos dias que antecederam as fortes chuvas da segunda semana de novembro. Nestas lavouras os produtores estão monitorando o stand final de plantas para tomada de decisão sobre replantar ou não estas áreas", informou a entidade em nota.

Clima

De acordo com informações do agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, ao longo dessa semana, as chuvas deverão permanecer irregulares sobre o Mato Grosso, norte do Mato Gross do Sul, Goiás, norte de Minas Gerais e em quase todas as regiões produtoras do Matopiba e Pará. “Esse padrão meteorológico irá agravar ainda mais as condições das lavouras, principalmente de soja, que já sentem os efeitos negativos dessa irregularidade no regime de chuvas. As perdas de produtividade só aumentam a cada dia”, diz o especialista.

Em contrapartida, as chuvas continuam no Sul do Brasil. Durante os próximos dias, as lavouras poderão ser afetadas pelas precipitações expressivas no norte do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. “Teremos excesso de umidade e baixas taxas de luminosidade, ou seja, as condições meteorológicas continuarão favoráveis ao desenvolvimento de doenças e atrapalhar as aplicações de defensivos”, completa Santos.

Para o mês de dezembro, as previsões indicam uma continuidade no padrão meteorológico. As chuvas ficarão mais concentradas no Sul do país, com volumes acima da média, incluindo São Paulo e o sul de Mato Grosso do Sul. Já nas demais regiões do Brasil, as precipitações ainda acontecerão de forma irregular, com volumes abaixo da média histórica. 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário