Com a demanda fraca boi gordo e frango vivo fecham a semana estável; Suíno vivo registra alta em algumas praças
Boi Gordo: Com menor necessidade de compra indústrias começam a pressionar o mercado
Por Gustavo Aguiar, zootecnista da Scot Consultoria
Mercado com sentimento misto no fechamento de hoje. Das trinta e uma praças pesquisadas pela Scot Consultoria, houve alta em cinco e queda em seis para o boi gordo.
Para os estados com recuo de preços, destaque para São Paulo e Mato Grosso do Sul, onde a referência caiu em todas as regiões pesquisadas.
Há menor necessidade de compra de boiadas nestes estados, sobretudo para as empresas de médio e grande porte. As ofertas de compra ocorrem em valores menores que os verificados nos últimos dias.
No mercado atacadista de carne bovina com osso, os preços fecharam em alta. Os estoques estão ajustados. Além disso, as exportações vêm colaborando com o escoamento e com o resultado dos frigoríficos.
Crescem as expectativas quanto ao desempenho da economia nesta reta final de ano e como isto impactará o mercado da carne bovina.
Por enquanto, observamos inflação acima da meta, atingindo um acumulado anual de dois dígitos pela primeira vez desde 2003, e taxas de desemprego crescentes.
Frango Vivo: Preços encerram a semana praticamente estáveis; Custos de produção atingem novo recorde
Por Sandy Quintans
Os preços para o frango vivo encerraram com estabilidade nesta sexta-feira (20). Na semana, quase não houve movimentações nas cotações, em que apenas uma praça registrou variação na referência. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, Jacarezinho (PR) foi a única praça a registrar alta, de 5,08% e negócios a R$ 3,10/kg. Com a segunda quinzena do mês – quando o há um desaquecimento da demanda -, os preços não reagiram e baixas não devem ser descartadas do mercado.
Segundo o boletim do Cepea, os preços internos para a proteína perderam sustentação, que vinham sendo registrados no início do mês – com altas consecutivas em São Paulo, Minas Gerais e Paraná. “O motivo foi a típica retração da demanda neste período do mês, mas a expectativa é que, com a proximidade das festas de final de ano, as vendas da proteína sejam intensificadas no curto prazo”, aponta os pesquisadores.
Além disto, os custos de produção voltaram registrar recorde de alta, de acordo com dados da Embrapa Suínos e Aves divulgados nesta semana. O ICP/Frango encerrou outubro com 205,26 pontos, um aumento de 6,96% em relação ao índice de setembro. No acumulado do ano, a alta é de 16,58%, enquanto que em comparação há um ano, o acréscimo nos custos de produção é de 26,90%.
Dentre os principais responsáveis por este aumento está a nutrição - que apenas no último mês registrou alta de 6,51% -, além de gastos com mão de obra e instalações.
Cenário externo
Por outro lado, as exportações têm apresentado resultados promissores, inclusive com abertura de mercado e habilitação de plantas frigoríficas – o que pode contribuir para a firmeza do mercado no cenário doméstico. Nesta semana, a China e o México habilitaram novas plantas exportadoras de carne de frango. As autoridades chinesas divulgaram duas unidades de aves, enquanto para o país mexicano foram autorizados 15 frigoríficos.
Segundo informações da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), as habilitações aconteceram após as missões em ambos os países, que contaram com o apoio do Ministério da Agricultura. “Estamos neste trabalho há tempo. A forte negociação da Ministra Kátia Abreu e da equipe do ministério tornaram mais rápida a conclusão deste processo. Com isto, estamos convictos de que, em breve, teremos o anúncio de outras habilitações”, destaca o presidente da ABPA, Francisco Turra.
De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Agricultura (Mapa), as exportações de carne de frango devem triplicar a receita de embarques de aves, entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões por ano. Principalmente, após a habilitação para o México.
Dados parciais de embarques do mês de outubro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), apontam que até a segunda semana de novembro, foram embarcados 159,5 mil toneladas de carne de frango in natura, com média diária de 17,7 mil toneladas. Comparando médias, houve um aumento de 24,7 % em relação a outubro, enquanto ao ano passado, a alta é de 19,1%. Em receita, a soma chega a US$ 240,3 milhões.
Suíno Vivo: Semana encerra com alta de preços em algumas praças e custos de produção sobem novamente
Por Sandy Quintans
Nesta sexta-feira (20), os preços para o suíno vivo encerraram estáveis nas principais praças de comercialização. Nos últimos dias, algumas regiões conseguiram esboçar reação nas cotações, mas em grande parte da semana o cenário foi de estabilidade nas referências.
Para o analista de mercado de suínos, Fabiano Coser, o cenário de preços estáveis é positivo para o setor, por aumentar a competitividade da carne suína diante da bovina, além de incentivar o consumo. “A consolidação da participação da carne suína na cesta de consumo dos brasileiros é um fator importante na pavimentação do aumento do consumo interno”, aponta Coser.
Segundo informações divulgadas pelo Cepea, as praças de comercialização registram cenários distintos, em que alguns estados são registradas altas, ao mesmo tempo que nos demais há baixa de preços. “Enquanto produtores de várias regiões estão retraídos, apostando em alta do preço no curto prazo em função do típico aquecimento da demanda no fim do ano, frigoríficos limitam as aquisições, indicando ritmo lento das vendas da carne e estoques relativamente altos”, aponta pesquisadores.
Nos últimos sete dias, segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o maior aumento de preços ocorreu em São Paulo. Na última semana, a praça já vinha apresentando tendência de alta, com negócios acima da referência. Após o acréscimo de 5,23%, a arroba suína encerrou entre R$ 81 a R$ 83/@ - equivalente a R$ 4,32 e R$ 4,43/Kg.
Em Minas Gerais e Goiás, os preços subiram 4,65% na semana, com referência a R$ 4,50/kg. Segundo informações da Asemg (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais), o aumento ocorreu pela perspectiva de melhora na comercialização nesta semana. Apesar disto, frigoríficos sugeriram que a referência fechasse em R$ 4,00/kg, alegando que a oferta está maior que a demanda atual. Com isso, os preços servem como sugestão por não haver acordo entre as partes.
Já em Rio Grande do Sul, a semana encerra com estabilidade. Segundo pesquisa realizada pela ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos de Rio Grande do Sul), a referência ficou em R$ 3,87/kg, enquanto os produtores integrados ficaram em R$ 3,13/kg.
Custos de Produção
Nesta semana, a Embrapa Suínos e Aves divulgou dados de custos de produção de suínos, que voltou a registrar recorde em outubro. O ICP/Suíno encerrou com 205,10 pontos, um aumento de 5,18% em comparação com o mês anterior. Além disso, houve um acréscimo de 16,37% no acumulado do ano e alta de 19,07% nos últimos doze meses. Apenas no último mês, os gastos com nutrição subiram 4,01%, um acréscimo de 15,49% em um ano.
Exportações
Até a segunda semana de novembro foram embarcadas 25,7 mil toneladas, com uma média diária de 2,9 mil toneladas, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os números são 36,4 % maiores que a média diária de outubro, enquanto que em comparação com o mesmo período de 2014, a alta é de 55,8%. Em receita, a soma dos embarques chega a US$ 60,3 milhões.
Nesta semana, a China divulgou a habilitação de importação para duas novas plantas de suínos do Brasil, além de carne de frango. As duas unidades frigoríficas são de Santa Catarina. Segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), atualmente seis frigoríficos possuem autorização para exportar carne suína para o país.
“Estamos neste trabalho há tempo. A forte negociação da Ministra Kátia Abreu e da equipe do ministério tornaram mais rápida a conclusão deste processo. Com isto, estamos convictos de que, em breve, teremos o anúncio de outras habilitações”, destaca o presidente da ABPA, Francisco Turra.
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