Por que Dilma deveria gostar de Meirelles, por GERALDO SAMOR, de VEJA.COM
Por que Dilma deveria gostar de Meirelles, por GERALDO SAMOR, de VEJA.COM
Sangue novo, receita velha, e uma questão de sobrevivência
Talvez tenha chegado mesmo a hora de trocar Joaquim Levy por Henrique Meirelles.
Talvez aquele sorriso largo de Meirelles, que mostra todos os dentes de orelha a orelha, seja a metáfora perfeita para este momento, um convite para o País trocar o ‘derrotismo enfraquecedor’ (segundo o próprio) pela ‘esperança reformista’.
Talvez Meirelles sonhe mesmo em ser para Dilma o que Fernando Henrique foi para Itamar: o condutor de uma travessia delicada para um tempo melhor.
E talvez… a Presidente esteja pronta para um exercício de humildade que, num só lance, encaminharia o problema econômico e esfriaria a temperatura da política.
A política (a arte do possível) e a economia (a ciência da escassez) nunca dependeram tanto dos talvez.
Levy chega ao fim do ano pessoalmente cansado e politicamente exaurido, depois de tentar construir um ajuste fiscal em meio às condições políticas mais inóspitas de que se tem notícia na história moderna da Fazenda.
Com a economia encolhendo, a inflação comendo solta, e novos impostos no horizonte, o homem já foi chamado de todo nome feio que existe: ‘tecnocrata arrogante’, ‘apenas um técnico’… daí para baixo.
Mas quando a História for escrita — não no ciclo de notícias de 24 horas, mas com a tinta mais permanente do distanciamento crítico — Levy não será considerado um fracasso nem responsabilizado por nada.
Dele se dirá apenas que foi vítima da falta obscena de munição política, que o obrigou a lutar contra a crise de mãos amarradas.
A pergunta que assombra alguns setores do mercado é: o Meirelles de agora é o mesmo de ontem? Como reconciliar a ideia de Meirelles ministro com a fala de Lula advogando ‘mais crédito’ e uma reativação da economia com base em estímulos do governo?
Qualquer calouro da PUC-Rio ou do Insper sabe que a ideia de reflacionar a economia é a maçã envenenada no Jardim do Éden da economia: a tentação de acreditar que correções de rota podem ser indolores, e que é possível fazer ajustes duros sem custo. Foi assim, aliás, que a ‘Nova Matriz Econômica’ nos encaçapou neste buraco.
A coluna não acredita na tese do Meirelles anabolizante, do Meirelles fantoche, do Meirelles a serviço da irracionalidade.
Sendo o animal político (mas não ideológico) que é, Lula conhece bem seu eleitorado cada vez mais exíguo, e essa narrativa de ‘mais crédito’ é só conversa pra CUT dormir.
Antes que chova aqui o ‘hate mail’, não se trata de ‘ingenuidade do colunista’, mas de um cálculo político de probabilidades.
Será que o Lula que bancou a manutenção do tripé econômico herdado de seu nêmesis, que expulsou ‘companheiros’ do PT por se oporem à ortodoxia palocciana, que emplacou Levy numa delicada triangulação com o mercado e Dilma… será que este Lula, nos estertores do ciclo petista, vai tentar arquitetar agora uma guinada heterodoxa?
É razoável assumir que Lula — que não tem diploma mas não é burro — entende os riscos de descontrole monetário, sabe que a inflação joga o povo contra o governo (ver KIRCHNER, Cristina), e sabe, por fim, que o Governo não tem um centavo para estimular quem quer que seja. Se o nordestino é antes de tudo um forte, Lula é antes de tudo um pragmático — e o Brasil é um país complexo demais para se bolivarizar só porque alguns atores políticos (aliás, enfraquecidos) assim o desejam.
Em sua coluna desta semana, Cristiano Romero descreveu no Valor Econômico uma conversa recente entre Lula e Dilma.
Segundo Romero, a Presidente disse a Lula: “O senhor sabe que eu não gosto do Meirelles.”
Lula: “Mas a senhora gosta do Levy?”
Dilma: “Também não gosto do Levy!”
Está na hora de Dilma começar a gostar de alguém, e pela reação do mercado nas últimas 72 horas, ela deveria mesmo flertar com Meirelles. Hoje mais do que nunca, a paz nos mercados é a paz no Alvorada.
A economia é hoje uma super, mega, giga poça de liquidez. As famílias poupam (o que a inflação não comeu) porque temem o desemprego. Os empresários não investem porque não conseguem estimar a trajetória dos juros, do câmbio, dos retornos. Os bancos não emprestam porque não sabem se vão receber.
Felizmente, o problema brasileiro é mais político do que econômico. O País sabe exatamente o que tem que fazer para retomar o crescimento. Há um consenso entre empresários e setores majoritários da academia e da imprensa. A classe política, notoriamente focada em questões de umbigo e paróquia, ainda precisa ser convencida — um jogo de persuasão que Meirelles aprecia.
Com o triunvirato Dilma-Levy-Barbosa, as chances de alguma reforma significativa são mínimas. A Presidente está preocupada em terminar o mandato — mesmo que ao custo de desconforto e isolamento descomunais. Levy não tem mais condições, e Barbosa nunca teve as convicções.
Se nada mudar, a economia tende a continuar piorando, e o desemprego fará o serviço que as pessoas indignadas que hoje lotam a Paulista estão tentando fazer.
E é aí que o instinto de sobrevivência de Dilma e o cálculo político de Lula se encontram, na matriz dos resultados possíveis (os desejados e os não).
Com Levy (mas não por culpa dele), Dilma desencarnará de seu corpo político numa morte lenta, gradual e horrorosa; com Meirelles, ela ainda tem alguma chance de sobrevida (noves fora TCU, TSE, etc). Com Levy, Lula presidirá o enterro do PT em 2018; com Meirelles e uma retomada (via ajuste), ele tenta ficar vivo para lutar outra batalha. É isso que animais políticos fazem. É só nisso que eles pensam. E essa, senhoras e senhores, pode ser a melhor notícia para a economia em 2016.
Carlos Alberto Sardenberg: O Brasil contra o capitalismo
Publicado no Globo
Você entra numa loja para comprar um par de meias. Já está sacando o cartão de crédito quando o vendedor sugere: se pagar à vista, em dinheiro ou cheque, tem 10% de desconto.
Como você se sente? Ofendido porque o vendedor está lhe impondo um desconto? Ou interessado, e até agradecido porque o comerciante oferece uma oportunidade de pagar menos pelo mesmo produto?
Qualquer pessoa de bom senso entende que se trata de uma oferta vantajosa para o consumidor. E de livre escolha. É o livre mercado funcionando tanto para o consumidor, que escolhe como pagar, conforme seu interesse, quanto para o comerciante.
Certo?
Errado. Para o Superior Tribunal de Justiça, esse comerciante é um criminoso. Qual o crime? Grave: prática abusiva, infração à Ordem Econômica “mediante imposição diferenciada de preços”.
Não fica claro se o consumidor que aceita o desconto, quer dizer, que se submete ao desconto imposto, também é um criminoso.
Também não fica claro se o consumidor que pede o desconto já está cometendo um crime.
Imaginem a situação: comerciante e consumidor em cana porque combinaram um desconto.
Ou o comerciante chamando o Procon, o Ministério Público e a polícia, para denunciar: esse desclassificado quer pagar à vista e pediu um desconto.
Até a decisão de 6 de outubro último, tribunais ainda aceitavam a possibilidade de desconto. Mas, com o voto do ministro Humberto Martins, aprovado por unanimidade, o STJ passou a considerar abusiva essa prática. Há duas teses básicas: não se pode discriminar o consumidor que paga com cartão de crédito; e pagar com cartão é o mesmo que pagar à vista.
A decisão tem o propósito de defender o consumidor e o comércio justo.
Faz exatamente o contrário. Prejudica o consumidor e beneficia sabe quem? A indústria do cartão, ou seja, as instituições financeiras, emissoras e administradoras dos cartões.
Aliás, na decisão de 6 de outubro, o ministro Herman Benjamin observou que nova jurisprudência prejudica especialmente o mais pobre que quer pagar menos. Benjamin, entretanto, votou com o relator, contra o desconto, admitindo que assim determina a lei.
Dizem advogados que se trata de um caso típico em que a lógica jurídica se opõe à econômica. Mais do que isso: se opõe ao bom senso, tolhe a liberdade individual de negociar e obter o melhor resultado.
É incrível que seja preciso explicar, mas vamos lá. O cartão de crédito não sai de graça para ninguém.
O consumidor paga taxas, anuidades ou, a maior facada, morre com as mais absurdas taxas de juros do mundo se parcelar a fatura mensal.
Já por aí fica evidente que a situação real é exatamente o contrário do que decidiu o STJ: pagamento com cartão nunca é à vista. São custos e preços diferentes.
O comerciante também paga. Morre com taxas até pelo uso da maquineta. E as emissoras do cartão ainda se recusam a trabalhar com a mesma maquininha, impondo, aqui sim, um custo extra ao comerciante. Este paga também uma conta de juros, explícita ou implícita, por receber depois de 30, 40 dias.
As instituições financeiras ganham com venda do cartão, aluguel da maquineta, mais taxas e juros — os espetaculares juros de 300%.
Como é que os Procons e os institutos de defesa do consumidor podem achar que isso é bom para o consumidor?
A gente até nem estranha mais, mas é para reparar. Como é que o preço no cartão de crédito parcelado em dez vezes sem juros pode ser o mesmo que à vista?
É claro que tem juros e outros custos embutidos (aliás, aqui sim se trata de propaganda abusiva, porque enganosa). O comerciante não pode retirar esses custos no pagamento em dinheiro porque a lei não deixa, certo. Mais do que isso, porém, ele se vale da lei para ganhar mais nos juros e nas taxas, embora, em determinados momentos, seja muito melhor receber cash.
Resumindo, o comerciante ainda consegue se safar e até ganhar. A emissora de cartão ganha sempre. O consumidor? Está defendido pelo STJ, que se intitula o “Tribunal da Cidadania”.
Na prática, a decisão força o consumidor a usar o cartão de crédito — o que é claramente injusto com os mais pobres. Também força o comerciante a usar o sistema de cartão. Ele não pode, por exemplo, fazer uma espécie de competição e negociar taxas menores com o emissor do cartão, jogando com a possibilidade de dar preferência a outro sistema de pagamento.
Isso deve ser inconstitucional. Se duas pessoas combinam um preço, a modalidade de pagamento e fazem o negócio, o Estado não pode impedir isso.
Na verdade, por trás disso tudo está a cultura anticapitalista, esse entendimento tão disseminado na sociedade brasileira, segundo o qual o capitalista é, por si, um criminoso sempre pronto a roubar alguém. A partir daí, cria-se uma legislação que tolhe a liberdade econômica e impõe regras que, eliminando a concorrência, reservam o mercado para determinadas empresas. Acabam fazendo o pior tipo de capitalismo.
Aliás, é exatamente o caso da proibição do Uber. Reserva o mercado para alguns taxistas, aqueles que têm o alvará e o alugam ou negociam num mercado paralelo, ilegal e que só beneficia uma parte.
(POR CARLOS ALBERTO SARDENBERG)
Número de desempregados subiu 9,3% em 2014 (e chega a 8 milhões de pessoas), mostra IBGE
NA VEJA.COM
O número de brasileiros desempregados cresceu 9,3% em 2014, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre 2013 e 2014, o contingente passou de 6,63 milhões para 7,25 milhões de desocupados, um acréscimo de 617,2 mil.
Já a taxa de desemprego, que foi de 6,5% em 2013, passou a 6,9% no ano passado. Em 2012, o desemprego foi de 6,1% e, em 2011, de 6,7%. O cálculo do número de desempregados considera as pessoas que estão sem trabalho, mas em busca de uma nova colocação.
Diferentemente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que analisa apenas as seis principais regiões metropolitanas do país, a Pnad mostra a desocupação em todo o território nacional. Seus dados saem com defasagem maior que a PME, mas são considerados mais abrangentes.
Do total de desocupados em 2014, a maioria era de mulheres (56,7%), com idade entre 18 e 24 anos (34,3%), negra (60,3%) e sem ensino médio completo (50,1%). O quadro é similar ao registrado de 2013.
Segundo a Pnad, as variações mais significativas foram dos percentuais dos desocupados que não tinham trabalhado anteriormente -- queda de 2,7 pontos percentuais -- e dos jovens de 18 a 24 anos de idade (crescimento de 1,6 ponto percentual). No recorte geográfico, todas as regiões tiveram aumento da desocupação, principalmente o Sudeste, onde a taxa passou de 6,5% em 2013 para 7,3% em 2014.
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O caminho para sair da informalidade
Ocupados - O número de pessoas que ocupavam uma vaga de trabalho em 2014 totalizou 98,6 milhões em 2014, o que representa um crescimento de 2,9% em relação a 2013. O fato de o indicador ter subido mostra a entrada de mais brasileiros no mercado de trabalho e o aumento do criação de vagas - porém, em quantidade insuficiente para suprir os novos brasileiros em idade ativa.
Ainda entre os que tinham trabalho, o nível de instrução predominante foi o ensino fundamental incompleto ou equivalente (26,4%) e os com ensino médio completo ou equivalente (30,1%). Os ocupados com ensino superior completo registraram participação de 13,9% em 2013 e de 14,3% em 2014.
Já entre os setores econômicos, quase metade dos ocupados (45,2% ou 44,6 milhões dos trabalhadores) atuavam em serviços. Em seguida, o setor que mais empregou foi o comércio, com aproximadamente 17,9 milhões de pessoas (18,2% dos ocupados). Já os trabalhadores das atividades agrícolas somaram 14 milhões de pessoas (14,2% dos ocupados). Nas duas últimas colocações, aparecem a indústria (com 13 milhões de trabalhadores, ou 13,1%) e a construção (9 milhões de trabalhadores ou 9,2%).
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Trabalho infantil - Em 2014, havia 3,3 milhões de pessoas com idades entre 5 a 17 anos trabalhando no Brasil - os homens representavam cerca de dois terços desse número. Comparando com 2013, houve um aumento de 4,5% no número de crianças e adolescentes ocupados, ou um contingente de 143,5 mil a mais nesta condição.
(Da redação)
Pnad 2014(Pnad 2014/VEJA)
Nosso Guia está fritando a doutora Dilma, por ELIO GASPARI (na FOLHA)
A fritura de Joaquim Levy mudou de qualidade. Habitualmente, presidentes fritam ministros, mas, no caso do doutor, um ex-presidente (Lula) está fritando ao mesmo tempo o ministro da Fazenda e a inquilina do Planalto (Dilma Rousseff).
Quando circula a informação de que Nosso Guia sondou Henrique Meirelles para o cargo e que ele pediu carta branca para assumir o cargo, a coisa muda inteiramente de figura. Quem está sendo frita é a doutora Dilma. Neste caso surge uma novidade: seu impeachment pelo PT.
Isso tudo poderia ser fabulação, mas o ex-presidente do Banco Central soprou o fogo ao dizer que não recebeu um convite "concreto". O que vem a ser um convite abstrato, só ele pode explicar.
Certo mesmo é que Levy ainda não chamou o caminhão da mudança, como fez Mário Henrique Simonsen em 1979, porque não quer ser responsável pelo pandemônio que provocaria.
Com Lula convidando ministros e o seu preferido admitindo cripticamente que há algo no ar além aviões de carreira, os escrúpulos de Levy tornam-se despiciendos. O pandemônio já está criado.
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Lula e sua teoria do retrocesso político
Lula disse na Colômbia que sente "um cheiro de retrocesso político na América Latina e na América do Sul" e pediu à plateia que não acreditasse "nas bobagens da imprensa". Nosso Guia tinha ao seu lado o ex-presidente do Uruguai, José Mujica.
Falta explicar o que Lula considera "bobagens da imprensa".
Certamente não são as notícias sobre a honorabilidade de Pepe Mujica, um ex-guerrilheiro que presidiu seu país de 2010 até março passado e elegeu seu sucessor. Ele não teve mensalón, nem petrolón. Continuou morando na mesma casa, com o mesmo carro e a mesma cachorra Manuela. Ao assumir, anunciou que doaria 70% de seu salário para a construção de casas para os pobres. Segundo a Transparência Internacional, o Uruguai, junto com o Chile, têm os menores índices de corrupção da América Latina.
Talvez Lula esteja falando das "bobagens da imprensa" em relação à Argentina, que vai eleger seu novo presidente no dia 22. Lá, 14 anos de domínio do casal Nestor e Cristina Kirchner levaram a economia para o buraco e a família da presidente para a fortuna. O país tornou-se conhecido pelos escândalos envolvendo as relações do governo e seus amigos com empreiteiros, petrogatunos e exportadores.
Uma banda da esquerda latino-americana acumula duas marcas sinistras. Tem a mais longeva das ditaduras em Cuba e os dois países mais corruptos do continente: a Venezuela narcobolivariana, seguida pela Nicarágua sandinista da família Ortega. A Bolívia, Equador e Argentina têm índices de corrupção piores que o Brasil.
O que há por aí não é um cheiro de retrocesso político, mas a verificação de que existem países assolados pela corrupção e têm governos que se dizem de esquerda. O Chile e o Uruguai estão na outra ponta.
Bolivarianos, sandinistas e petistas chegaram ao poder com a bandeira da moralidade. O que há no ar não é um cheiro de retrocesso político, mas de repúdio aos pixulecos.
Roubalheira não tem ideologia. O general Augusto Pinochet tinha o apoio de grande parte da população chilena enquanto torturava e matava opositores. Quando se descobriu que ele e sua família tinham US$ 15 milhões em 125 contas secretas, a direita chilena jogou sua memória no mar.
Quando o filho da presidente chilena Michelle Bachelet foi apanhado em traficâncias, ela demitiu-o e disse que enfrentava "momentos difíceis e dolorosos como mãe e presidente". Não culpou a elite nem viu conspiração, muito menos "retrocesso político". Viu apenas realidade: Seu filho metera-se numa roubalheira.
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Meirelles 2.0
Atribui-se ao doutor Henrique Meirelles o desejo de centralizar no ministério da Fazenda o comando Banco Central. É uma malvadeza que se faz com o ocupante da presidência do BC de 2003 a 2011.
Enquanto esteve no cargo, Meirelles defendeu a autonomia do Banco.
No vazamento de documentos da diplomacia americana pelo Wikileaks apareceu um telegrama de 2006 do embaixador americano americano à época, o empresário Clifford Sobel. Ele narrou um encontro com Meirelles, durante o qual o doutor "pediu que o governo dos Estados Unidos usasse discretamente sua relação com o do Brasil para discutir a importância de se mandar ao Congresso uma legislação garantindo" a "autonomia" do Banco Central. Sugeriu que o secretário do Tesouro americano levantasse o assunto com Lula e com o ministro Guido Mantega.
Meirelles disse que o telegrama não refletia "com propriedade o tema de qualquer conversa que eu tenha tido." O embaixador recusou-se a comentar o assunto.
Não há notícia de outro pedido de pressão sobre o governo de Pindorama feito por uma autoridade brasileira com nível ministerial.
Quem vive, vê
Enquanto ex-ministros de Dilma e comissários petistas são hostilizados em restaurantes, Fernando Henrique Cardoso é chamado para uma média de vinte selfies quando entra em restaurantes do centrão de São Paulo.
Num caso, uma senhora pediu que ele gravasse uma mensagem para seu pai, que está internado num hospital.
Oliver: Coke, please
POR VLADY OLIVER (NO BLOG DE AUGUSTO NUNES)
Eu tive um amigo – um grande publicitário do passado – que afirmava que apenas dois tipos de produtos precisam de propaganda: os novos e os ruins. Evidente que uma Coca-Cola, por exemplo, anuncia até hoje porque quer parecer nova. Comunica-se como nova ao seu distinto público, também novo. Já o governo é o maior anunciante do Brasil. E não é novo. Nem renovado é. Só pode ser muito ruim.
Nessa equação rumbeira, fico me perguntando porque um produto precisa dessa propaganda toda. Sabe aquele “devido ao sucesso de nossa promoção de vendas, vamos esticar a oferta por mais seis meses” ? É certo que o produto encalhou. Digo isso debaixo de festas e mais festas da eterna segunda colocada na tevê brasileira, que desponta hoje como primeira no Brasil todo.
É um fenômeno que ninguém comenta. Um fenômeno que abre as comportas para um verdadeiro mar de dinheiro indo para grandes produtoras em Los Angeles, por absoluta falta de condições técnicas de se fazer aqui, com a grandeza necessária, uma cena bíblica de fazer inveja às barragens que se foram lama abaixo em Minas Gerais, se me desculpam os leitores pela sórdida comparação.
É mistura do lugar certo, na hora certa, com os ingredientes corretos. Difícil de explicar. Menos difícil do que explicar determinados fracassos que vamos colecionando por aqui no país. Venho afirmando – e bancando o chato de galochas de chuva – que o passado não serve para reconhecer os erros do presente. Se assim fosse, o PT estaria perdoado de todos os seus males, que não são poucos.
Meu faro me diz que FHC vem sendo vítima não só de Lula, mas de Aloysios, Fitas Crepes e Geraldos. Com uma trinca dessas encabeçando seu partido, a gente não precisa nem de inimigo invejoso para estapear. Eles mesmos se encarregam de fazer a turma parecer um bando de alegres jantantes constrangidos, tramando com alguma sociologia barata o tipo de golpe com que enfiarão a mãozona boba no bolso de seus contribuintes.
Estou dessa laia até o talo. Faço coro à honra que o nosso ex-presidente bem merece. No mais, a política que aí está e seus políticos merecem cada uma das leis que andam aprovando para repatriar dinheiro sujo. Que gastem a grana toda tentando abrir os mares por aqui mesmo. E que se danem. Neles eu não votarei nem amarrado. Os tucanos andam cheirando gaiola suja. Está na hora de lavar os poleiros com creolina.
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