EDUARDO CARVALHAES: Cotações do café em NY foram pressionadas e preços em reais não cobrem custos de produção
A desvalorização do real torna muito rentável o café brasileiro para o importador. Com a fraqueza de nossa moeda, os preços em dólar do café na bolsa de Nova Iorque foram pressionados levando os compradores a aproveitarem os preços convidativos para repor estoques em um mercado com consumo mundial em alta e sérios problemas de produção nos principais países produtores de café.
A aproximação do período de inverno no hemisfério norte, quando o frio estimula um aumento ainda maior no consumo, foi outro incentivo aos compradores. Nossos cafeicultores consideram os preços em reais baixos e tentam vender apenas o necessário para fazer frente às despesas mais próximas. Infelizmente a séria crise política e econômica eleva a inflação e os custos de produção. Terminaram agora a colheita, período quando as despesas crescem, e muitos não conseguem segurar seus lotes para aguardar preços melhores. Os preços de venda de muitos produtores de arábica não cobrem os custos de produção. Fertilizantes e defensivos são em grande parte importados e têm seus preços em reais reajustados com a cotação do dólar.
As chuvas provocadas pela frente fria que está sobre o sudeste brasileiro devem continuar caindo pelos próximos dez dias nas regiões cafeicultoras do Paraná, São Paulo e sul de Minas. No mesmo período o tempo deve continuar quente e seco no cerrado e zona da mata de Minas, no Espírito Santo e no sul da Bahia.
Esta semana as cotações do café na ICE Future US em Nova Iorque oscilaram bastante e os contratos com vencimento em dezembro próximo acumularam baixa de 320 pontos. No mercado físico brasileiro o diferencial entre os preços do conilon e do arábica continuou bastante estreito. Só os arábicas de boa qualidade a finos da safra atual conseguem ofertas de R$ 500 para mais. Os poucos lotes de arábica com boa porcentagem de peneiras altas que aparecem no mercado são bastante disputados.
Até dia 5, os embarques de novembro estavam em 436.266 sacas de café arábica, 45.684 sacas de café conillon, mais 27.037 sacas de café solúvel, totalizando 508.987 sacas embarcadas, contra 175.876 sacas no mesmo dia de setembro. Até o mesmo dia 5, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 479.359 sacas, contra 471.664 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 30, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 6, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 320 pontos ou US$ 4,23 (R$ 15,99) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 30 a R$ 618,21 por saca, e dia 6, a R$ 588,62 por saca.
Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em outubro a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 315 pontos
0 comentário
Preços do café estendem alta de 3 semanas e fecham sessão desta 6ª feira (22) com ganhos de mais 4% na bolsa de Londres
Café: Mesmo nas máximas em 13 anos, preços não afastam compradores e mercado ainda é bastante resiliente
Safra de café da Colômbia 24/25 projetada em 12,9 mi sacas, diz USDA
Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas decide os vencedores de 2024
Café no varejo: vendas aumentaram 1,1% de janeiro a setembro em comparação com o mesmo período de 2023
Preços do café seguem em volatilidade e apresentam altas no início da tarde desta 6ª feira (22)