Ibovespa tem maior alta em quase 1 ano por estrangeiro e noticiário corporativo
Por Priscila Jordão
SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa subiu com força nesta terça-feira, com investidores realizando ajustes após o feriado e comemorando notícias corporativas positivas, o que se somou à maior disposição de estrangeiros para tomar ativos de risco.
O Ibovespa subiu 4,76 por cento, a 48.053 pontos, maior alta desde 21 de novembro de 2014. O giro financeiro do pregão foi expressivo, somando 8,9 bilhões de reais, ante média de 6,85 bilhões em 2015.
O índice de ADRs brasileiras subiu 1,86 por cento na segunda-feira acompanhando o dia positivo no exterior, quando o feriado do Dia de Finados manteve fechado o pregão na bolsa paulista, levando aos ajustes deste pregão.
Além da alta na véspera, os principais índices de Wall Street estendiam ganhos nesta terça-feira. Operadores e analistas relataram maior propensão do estrangeiro ao risco, em busca de pechinchas na bolsa brasileira.
Notícias corporativas pontuais também contribuíram para o bom humor do mercado. O lucro do Itaú Unibanco pouco acima do esperado deu impulso a todo o setor bancário.
Em outra frente, o anúncio da BM&FBovespa de tratativas para uma possível fusão com a Cetip impulsionou as ações de ambas. "Num ambiente de crise e instabilidade, é muito esperado que empresas comecem a fazer fusões. Quando isso acontece, ficam sinais de um mercado que busca alternativas para sobreviver", disse o analista Raphael Figueredo, da Clear Corretora.
Para o gerente de renda variável da H.Commcor, Ariovaldo Santos, a ausência de novas notícias políticas internas que deprimissem o mercado também colaborou para o bom humor.
DESTAQUES
=HYPERMACAS disparou 21,14 por cento após anúncio na segunda-feira da venda da divisão de cosméticos para a Coty por 3,8 bilhões de reais. O BTG Pactual elevou a recomendação do papel para compra após o anúncio, apontando que o acordo permitirá que a empresa limpe seu balanço financeiro, uma vez que a dívida elevada a tem impedido de entregar geração de caixa mais forte. Isso apoiaria uma revisão de rating da companhia, segundo analistas do BTG.
=NATURA ganhou 10,13 por cento após o anúncio da transação da Hypermarcas. "Já que houve essa aquisição tão importante com a Hypermarcas, pode acontecer algum negócio com a Natura também, o setor como um todo acaba se valorizando", disse o analista Lauro Vilares, da Guide Investimentos.
=BM&FBOVESPA ganhou 8,77 por cento e Cetip subiu 8,36 por cento, após a primeira informar que ambas vêm mantendo tratativas preliminares para uma possível combinação. "A princípio, parece positivo, dado que a BM&FBovespa pode ser uma grande concorrente da Cetip no futuro enquanto enfrenta um momento complicado de crescimento", disse a Elite Corretora em nota.
=ITAÚ UNIBANCO subiu 6,47 por cento, após o banco informar lucro de terceiro trimestre acima da previsão de analistas, apoiado em maiores receitas com juros e tarifas. A XP Investimentos comentou que o Itaú divulgou bons resultados, com destaque positivo para o crescimento da margem financeira e receita de prestação de serviços.
=BR MALLS subiu 7,14 por cento após resultados em linha com o previsto no terceiro trimestre, segundo o BTG Pactual. O prejuízo líquido de 219,4 milhões de reais foi causado pelo efeito de juros mais altos e da desvalorização do real sobre a dívida da administradora de shoppings.
=PETROBRAS subiu 9,99 por cento nas preferenciais em meio à alta dos preços do petróleo, apesar de notícias sobre impacto na produção por conta de greve no Brasil. A paralisação impediu a produção de cerca de 25 por cento do petróleo extraído habitualmente pela companhia entre domingo e segunda-feira, disse nesta terça-feira a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
=BRF FOODS, JBS, SUZANO e FIBRIA caíram de 1,75 a 3,79 por cento, em dia ruim para companhias exportadoras, com o dólar recuando mais de 2 por cento.
=CSN avançou 16,59 por cento em meio ao embalo positivo do mercado, após queda de 11,8 por cento na semana passada.
=ALPARGATAS, que está fora do Ibovespa, subiu 4,24 por cento, após anunciar acordo de venda das marcas de calçados esportivos Rainha e Topper no Brasil a um grupo de investidores liderados pelo empresário Carlos Wizard por 48,7 milhões de reais.
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