Dólar sobe e vai a R$ 3,92, após Fed sinalizar alta de juros
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta e foi a 3,92 reais nesta quarta-feira após o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, deixar a porta aberta para alta dos juros em dezembro, o que poderia atrair capitais atualmente aplicados em países como o Brasil.
O dólar avançou 0,60 por cento, a 3,9201 reais na venda, após chegar a cair mais de 1 por cento na mínima do dia, a 3,8560 reais. Logo após a decisão do Fed, o dólar saltou mais de 1 por cento, indo à máxima do dia a 3,9396 reais.
"A probabilidade de o Fed elevar os juros em dezembro cresceu", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta, referindo-se à próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
Nesta tarde, o Fed informou que ainda está monitorando os desenvolvimentos econômicos e financeiros no exterior, mas não repetiu que os riscos globais terão impacto provável na economia dos EUA, como havia advertido na reunião anterior, em setembro. A omissão marcou uma suavização no tom quando comparado ao comunicado do mês passado.
Após a divulgação do comunicado, os contratos de juros futuros norte-americanos passaram a mostrar chance de 47 por cento de o Fed aumentar a taxas em sua próxima reunião, em dezembro, contra 34 por cento previamente.
"O mercado está corrigindo posições que havia assumido porque considerou que o tom do Fed seria 'dovish'. Mas, por outro lado, a menor preocupação com a economia global é algo positivo", acrescentou Tuesta.
O dólar também avançou contra moedas como os pesos chileno e mexicano.
Operadores afirmaram que o mercado continuava mostrando poucos negócios, afetados pelo quadro local incerto. Na véspera, o governo brasileiro previu que o setor público consolidado fechará o ano com déficit primário de cerca de 50 bilhões de reais, mas esse número pode piorar ainda mais se houver frustração de receitas e contabilizar o pagamento das chamadas "pedaladas fiscais".
A deterioração das contas públicas do país tem alimentado preocupações com a possível perda do selo de bom pagador do país com outras agências de classificação de risco além da Standard & Poor's.
"Com o giro fraco de negócios, qualquer operação maior pode intensificar a volatilidade", escreveu em nota a clientes, mais cedo, o operador da corretora Correparti Guilherme Esquelbek.
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou 9,727 bilhões de dólares, ou cerca de 95 por cento do lote total, que corresponde a 10,278 bilhões de dólares.
Em dezembro, vence o equivalente a 4,832 bilhões de dólares em contratos de swap cambia
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