Soja em Chicago dá continuidade ao movimento negativo nesta 6ª; mas baixas são tímidas

Publicado em 23/10/2015 07:19

Nesta sexta-feira (23), sessão de pequenas baixas para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago. Os principais vencimentos perdiam, por volta das 7h50 (horário de Brasília), pouco mais de 1 ponto, levando as cotações a se aproximarem novamente de perder o patamar dos US$ 9,00 por bushel. O maio/16, referência para a safra do Brasil, era cotado a US$ 9,01 por bushel. 

O mercado internacional vem agora dividindo sua atenção entre a conclusão da safra dos Estados Unidos - com quase 80% da área já colhida - e o início da nova safra da América do Sul. E após semanas consecutivas de tempo quente e seco, as previsões de chuvas para importantes regiões produtoras do país vem pesando sobre as cotações desde a sessão desta quinta-feira (22). 

Além disso, o comportamento técnico do mercado também pode ser observado, com os principais vencimentos, principalmente o primeiro - novembro/15 - ainda com forte resistência na casa dos US$ 9,00 por bushel. 

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Soja: Previsão de chuvas para o Brasil pressiona Chicago, mas preços sobem no interior do BR

O mercado internacional da soja encerrou a sessão desta quinta-feira (22) em campo negativo na Bolsa de Chicago. Os contratos mais negociados foram intensificando suas baixas ao longo dos negócios e após começar o dia em alta, testando alguma máximas em uma semana. Assim, o vencimento novembro/15 fechou o pregão com US$ 8,97 por bushel, perdendo pouco mais de 6 pontos, depois de chegar a US$ 9,13 no ponto mais alto do dia. Já o maio/16, referência para a safra brasileira, chegou a alcançar os US$ 9,20, mas devolveu os ganhos e terminou com US$ 9,06. 

Segundo explicou o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities, o principal fator de pressão sobre as cotações nesta sessão foram as últimas previsões climáticas indicando a chegada de algumas chuvas para importantes regiões produtoras do Brasil nos próximos dias. 

O consultor disse ainda que nas próximas semanas a tendência do mercado internacional é de que esse cenário climático para a nova safra brasileira ganhe cada vez mais peso e influência sobre os negócios, principalmente na medida em que a colheita nos Estados Unidos vai se encamninhando para sua fase final. 

Os Estados Unidos registram, neste ano de 2015, o melhor ritmo de avanço da história. Até o último domingo (18), 77% da área já havia sido colhida, índice que ficou acima de 2014 e da média dos últimos cinco anos. 

Previsão do Tempo

De acordo com as informações da Somar Meteorologia, o Sudeste já vem recebendo algumas chuvas em razão do avanço de uma frente fria que está sobre a região. Algumas incidências podem ser registradas também no Centro-Oeste. O Sul do Brasil seguem recebendo chuvas torrenciais. 

"O problema é que essas chuvas continuam sendo somente na forma de pancadas e, sobretudo, irregulares, e essa deverá ser o padrão ao longo de toda a semana (...) Sendo que somente no começo da semana que vem é que haverá condições muito mais favoráveis para que as chuvas sejam generalizadas e em bons volumes. Assim, com a possibilidade para pancadas de chuvas ao longo dessa quinta e sexta-feira as condições para o plantio da soja e demais culturas ainda deverá ser feita com muita cautela, já que não há nenhuma garantia de que essas pancadas possam vir a ocorrer sobre as áreas desejadas", explicou Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Somar.

Alerta Agroclimático - 22 outubro 2015

Fonte: Somar Meteorologia

Demanda

Por outro lado, os preços ainda puderam, nesta quinta-feira, encontrar algum suporte nas informações vindas do quadro da demanda. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo boletim semanal de vendas para exportação, com números acima das projeções, e novos anúncios de soja em grão, os quais já não são os primeiros nesta semana. 

Na semana que terminou em 15 de outubro, os EUA venderam 2.032,4 milhões de toneladas, sendo 2.030,8 milhões da safra 2015/16, com a China adquirindo a maior parte do total, e mais 1,6 mil da safra 2016/17. As expectativas dos traders, porém, variavam de 1,2 milhão a 1,8 milhão de toneladas. Na semana anterior, foram reportadas as vendas de 1.476,8 milhão de toneladas da temporada atual.

Com os números desse reporte, o acumulado de vendas de soja pelos EUA da safra 2015/16 já chega a 25.590,6 milhões de toneladas, número que ainda se mostra abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. Entretanto, os embarques começaram a ganhar ritmo nas últimas semanas e já superam o total registrado no mesmo intervalo do ano comercial 2014/15. 

Paralelamente, o departamento informou, ainda nesta quinta-feira, uma nova venda de soja para destinos não revelados. Do total, foram 463 mil toneladas, sendo 420 mil da safra 2015/16 e mais 43 mil da 2016/17. Nesta semana, o USDA já anunciou vendas de 370 mil toneladas de soja para a China e mais de 40 mil toneladas de óleo, sendo 20 mil para a nação asiáticas e a outra metade para destinos desconhecidos. 

No Brasil, preços sem direção comum

Enquanto os preços da soja nos portos do Brasil cederam, no interior do país, avançaram e registraram ganhos bastante significativos. E o movimento seguiu essa direção mesmo em um dia de baixas tanto em Chicago, quanto do dólar frente ao real. Nesta quinta, a moeda norte-americana fechou a sessão com R$ 3,9075 e queda de 0,9%. 

Assim, no terminal de Rio Grande, a soja disponível caiu 1,16% a R$ 85,00 por saca, enquanto o produto da nova safra foi a R$ 84,20, com queda de 0,64%. Já em Paranaguá, estabilidade em ambos os casos, com R$ 84,00 e R$ 83,00, respectivamente. Em Santos, manutenção nos R$ 81,50 por saca. 

Ao mesmo tempo, em Não-Me-Toque/RS, por exemplo, o preço da soja disponível subiu 2,01% para R$ 76,00 por saca, enquanto em Ubiratã e Londrina/PR, o valor registrou alta de 0,70% para R$ 72,00; já em Cascavel, também no Paraná, a alta foi de 1,41% para R$ 72,00, o mesmo que aconteceu em São Gabriel do Oeste, no MS. As praças de Mato Grosso, Campo Novo do Parecis e Tangará da Serra, ficaram estáveis em R$ 67,00 e R$ 68,00 por saca, respectivamente. 

"Os negócios seguem em ritmo de entresafra, com baixo volume de oferta, e acordos celebrados predominantemente no segmento interno, para indústrias", relata o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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