Soja: Mercado amplia ganhos na CBOT e preço futuro em Rio Grande acompanha com alta de mais de 1%

Publicado em 21/10/2015 11:14

O mercado da soja segue operando em campo positivo na sessão desta quarta-feira (21) na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa, por volta das 11h40 (horário de Brasília), vinham ampliando seus ganhos, e o contrato novembro/15, o ainda mais negociado, subia mais de 7 pontos e era cotado a US$ 9,03 por bushel. 

"Os futuros da soja dão continuidade ao seu movimento de recuperação, depois das recentes perdas, pelo segundo dia consecutivo", explica Bob Burgdorfer, analista de mercado do site internacional Farm Futures. 

Para Burgdorfer, as chuvas que se desenvolvem no Meio-Oeste americano também acabam dando algum estímulo às cotações na CBOT já que poderiam limitar - de maneira pontual e pouco expressiva - o avanço dos trabalhos de colheita nos Estados Unidos.  As últimas previsões do NOAA, o serviço oficial de clima do gverno norte-americano sinalizam que uma semana bastante úmida se desenvolve, com previsões de precipitações por todo o Meio-Oeste e Planícies até sexta-feira (23). 

Ainda assim, há a natural pressão do desenvolvimento da colheita nos EUA, que até o último domingo (18) estava concluída em 77% da área do país e que vem registrando um dos melhores níveis de desenvolvimentos dos últimos anos. 

Paralelamente, os anúncios de venda dos EUA para a China trazidos nos últimos dias pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também contribuem para o bom andamento dos preços. Nesta quarta, o órgão reportou duas vendas de óleo de soja da safra 2015/16, sendo 20 mil toneladas para China e outras 20 mil para destinos desconhecidos.

Nos dois últimos dias, houve ainda a informação de vendas de 370 mil toneladas de soja em grão para a nação asiática. 

E os ganhos entre os futuros do óleo de soja na Bolsa de Chicago também auxiliam as cotações do grão nesta quarta. O derivado chega a subir mais de 2% nesta sessão, renovando suas máximas em dois meses, segundo informaram os analistas da Agrinvest Commodities. 

Não só as novas vendas do produto para a China anunciadas hoje atuam como combustível para as altas, mas também as adversidades climáticas que vêm sendo registradas no Sudeste Asiático comprometendo a produção de óleo de palma na região. 

"A expectativa de redução da oferta global em função do clima quente e seco no sudeste asiático vem derrubando as estimativas de produção de óleo de palma, importante substituto ao óleo de soja. O USDA projeta produção global de óleo de palma em 56 milhões de toneladas na temporada 2015/16, enquanto analistas estimam um volume mais próximo de 50 milhões de toneladas", disse a Agrinvest.

Mercado Técnico

Segundo explicou o analista de mercado Antônio Domiciano, da SmartQuant Fundos de Investimentos, o mercado internacional da soja vem caminhando de lado desde meados de agosto e ainda precisaria romper algumas barreiras importantes para definir uma tendência mais clara, como bater na mínina de US$ 8,68 para descer mais expressivamente ou na máxima de US$ 9,30 para consolidar novas altas, segundo mostram as análises gráficas.

"O preço precisa ficar acima dos US$ 9,30 para tentar dar alegria para os comprados, acima deste nível tenta subir para os US$ 9,60. Se perder os US$ 8,68 desce para os US$ 8,50 e, a partir dai, pode desencadear novas baixas, de longo prazo tenta buscar os US$ 8,00", explica Domiciano.  

Mercado Interno

No Brasil, o destaque é a evolução do preço da soja da safra nova que, nesta quarta-feira (21), subia 1,44% no porto de Rio Grande para bater em R$ 84,70 por saca. Já o produto disponível, por outro lado, perdia 0,23% e valia R$ 86,00. 

Ao lado dos ganhos de Chicago, subia ainda o dólar frente ao real, voltando a superar os R$ 3,90. Por volta de 12h30 (Brasília), a moeda americana subia 1,25% e era cotada a R$ 3,952. O avanço, segundo explicam especialistas, vêm ainda com as elevadas preocupações dos investidores com as abaladas estruturas política e econômica do Brasil. 

Nesta quarta, a oposição entregou um novo pedido de impeachment de Dilma ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e trouxe ainda mais insegurança para permear os negócios. 

Ainda de acordo com Antônio Domiciano, o mercado de dólar mantém sua tendência de alta no longo prazo no cenário mundial, movimento que se acentua ainda mais por conta desse atual ambiente político e econômico, e o que o mantém na defensiva.

"Se o mercado voltar a trabalhar acima dos R$ 4,00 tenta subir para os  R$ 4,20, depois dele segue em alta para o R$ 4,50 e os R$ 5,00. A perda dos R$ 3,80 abre janela para uma descida sadia para os R$ 3,60, ponto de parada obrigatória", explica o analista. 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário