Bovespa fecha no azul apesar de queda de Vale, com bancos e Kroton
Por Priscila Jordão
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa brasileira foi sustentada pelo setor financeiro e fechou em alta nesta segunda-feira, com o mercado mais calmo após especulações sobre a permanência do ministro da Fazenda no cargo agitarem a sessão anterior, o que compensou a pressão negativa das ações da Vale.
O Ibovespa encerrou em alta de 0,45 por cento, a 47.447 pontos.
O giro financeiro somou 7,97 bilhões de reais, considerando os 2,47 bilhões de reais movimentados pelo exercício de opções sobre ações.
A presidente Dilma Rousseff afirmou no domingo, durante viagem à Suécia, que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, permanece no cargo, após especulações de que deixaria o governo. Os comentários de Dilma ajudaram a tranquilizar o mercado, mas a preocupação com o futuro do ministro continua diante da instabilidade política atual.
O Ibovespa havia reduzido ganhos na sexta-feira quando emergiram as especulações sobre Levy, interrompendo a recuperação de alguns papéis de peso como Itaú Unibanco. Um movimento de ajuste impulsionou as ações do banco neste pregão, segundo operadores, influenciando o Ibovespa por conta de seu grande peso no índice. Kroton, do setor de educação, foi outra importante influência positiva.
No radar, estiveram ainda dados de crescimento da China. A segunda maior economia do mundo cresceu 6,9 por cento entre julho e setembro sobre o mesmo período do ano anterior, ligeiramente melhor do que a expectativa de alta de 6,8 por cento, mas abaixo dos 7 por cento vistos nos três meses anteriores.
DESTAQUES
=ITAÚ UNIBANCO subiu 2,38 por cento, recuperando-se de queda de 1,5 na sexta-feira. A opção de venda da preferencial do Itaú a 28,91 reais por ação foi a mais movimentada no exercício desta segunda, com 120,39 milhões de reais. BANCO DO BRASIL ganhou 4,42 por cento, segunda maior alta do dia, enquanto a ação preferencial do BRADESCO rumou em sentido contrário com leve baixa de 0,14 por cento.
=BRASKEM ganhou 5,2 por cento, com relatórios de corretoras citando comentários do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmando que um novo contrato de fornecimento de nafta entre a petroquímica e a Petrobras estaria "muito próximo" de ser fechado. Além disso, o mercado espera resultado forte para a petroquímica no terceiro trimestre, a ser divulgado em 5 de novembro. "A depreciação cambial, os spreads (petroquímicos) internacionais em patamares elevados e as margens fortíssimas nos segmento de refino americano estão por trás dos resultados recordes", disseram analistas do Citi em prévia.
=VALE caiu 3,55 por cento nas preferenciais e 3,37 por cento nas ordinárias, mesmo tendo divulgado que sua produção de minério de ferro teve a melhor performance de sua história no terceiro trimestre. Analistas do BTG Pactual apontaram que, apesar dos recordes divulgados, "a realidade é que os números de produção de minério estão apenas 3 por cento maiores na comparação anual, o que ainda não é o bastante para compensar um ambiente de preços substancialmente mais fraco".
=KROTON inverteu queda que chegou a 3 por cento e fechou em alta de 3,7 por cento, depois de a empresa de educação realizar reunião com analistas e investidores, na qual executivos disseram avaliar o próximo ano com otimismo "cauteloso" diante da relativa estabilidade das taxas de evasão de alunos e crescimento na captação de estudantes no terceiro trimestre.
=HYPERMARCAS ganhou 3 por cento, após a coluna de Lauro Jardim na versão online do jornal O Globo publicar que a empresa de produtos de consumo está em negociações adiantadas para vender uma fatia na companhia para uma empresa alemã.
=CCR subiu 0,61 por cento e fechou na máxima da sessão, em meio a notícia do jornal O Estado de S.Paulo, segundo a qual o conglomerado Andrade Gutierrez, envolvido na Operação Lava Jato, começou a oferecer a estrangeiros a fatia que detém na empresa de concessões de rodovias. A Andrade Gutierrez negou qualquer intenção de venda de sua participação na CCR. "A empresa nega ainda que tenha feito qualquer tipo de oferta a agentes do mercado em relação a venda de suas ações na empresa, em qualquer momento", disse em nota.
=PETROBRAS fechou com as preferenciais estáveis após divulgar na noite de sexta-feira queda de 6,7 por cento na produção de petróleo em setembro ante agosto.
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