Café: Com pressão do câmbio e florada no Brasil, Bolsa de Nova York se distancia do patamar de US$ 1,20/lb

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam do lado vermelho da tabela nesta segunda-feira (21). O mercado segue focado mais em aspectos técnicos do que fundamentais. O dólar continua avançando forte sobre o real, o que acaba pressionando os preços no mercado externo. A florada da safra 2016/17 já aparece em algumas regiões e também acaba repercutindo no mercado.

O vencimento dezembro/15, referência de mercado, encerrou o pregão cotado a 117,25 cents/lb com 110 pontos de baixa. O março/16 foi negociado a 120,60 cents/lb e o maio/16 teve 122,85 cents/lb. Já o contrato julho/16 fechou o dia com 124,75 cents/lb. Os três tiveram desvalorização de 120 pontos.

De acordo com o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, apesar das cotações do arábica chegarem a operar no campo positivo nesta segunda-feira com recompras, as informações do mercado financeiro ainda repercutem entre os operadores.

"O real continua desvalorizando-se ante o dólar e isso acaba pressionando as cotações do café em Nova York", afirma Machado. A moeda norte-americana sugere maior competitividade nas exportações da commodity.

Nesta segunda-feira, o dólar chegou a encostar em R$ 4,00, ainda em meio a preocupações com as contas públicas do Brasil. Mas fechou o dia cotado a R$ 3,9809 na venda e alta de 0,57%.

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No aspecto fundamental, a florada do café registrada nas regiões produtoras também acabou pesando sobre o mercado. Agências internacionais de notícias informam que a continuidade de chuvas até o fim deste mês também acaba alimentando a possibilidade de uma safra 2016/17 melhor do que a que se encerra.

O Notícias Agrícolas esteve na semana passada no Sul de Minas, maior região produtora do Brasil, e pôde comprovar a bela florada nas cidades produtoras. Entretanto, conforme afirmam analistas, ainda é cedo para confirmar a produtividade real para a próxima temporada uma vez que para haver formação do chumbinho é preciso chuvas e temperaturas amenas.

"Flores são um indicativo de produções interessantes, mas o clima tem que ajudar", afirma o analista de Maros Corretora, Marcus Magalhães.

"Apesar das floradas serem muito boas, vale ressaltar que estamos com problemas de crescimento nas plantas, que estão abaixo da média desde janeiro de 2015", explica o engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, Alysson Fagundes que diz acreditar em uma boa safra, mas não em recorde para a próxima temporada.

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Mercado interno

No mercado físico brasileiro, acontecem mais negócios com os cafés de bica fina. "O produtor está com um certo receio diante do atual cenário político e econômico de incertezas no Brasil. Com isso, muitos preferem manter o café em estoque do que fazer caixa", afirma Anilton Machado.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 549,00 e alta de 0,92%. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com valorização de 3,57% e saca cotada a R$ 522,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação também em Guaxupé (MG) com R$ 549,00 a saca e valorização de 0,92%. A maior variação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) que teve avanço de 3,85%, para R$ 486,00 a saca.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com R$ 491,00 a saca e alta de 1,03%. A maior oscilação ocorreu em Patrocínio (MG) com valorização de 8,14% e R$ 465,00 a saca.

Na sexta-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou baixa de 0,18% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 456,27.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na ICE Futures Europe fecharam com forte queda nesta segunda-feira. O vencimento novembro/15 está cotado a US$ 1532,00 por tonelada com desvalorização de US$ 24, o janeiro/16 anotou US$ 1547,00 por tonelada e recuo de US$ 22, já o contrato março/16 registrou US$ 1560,00 por tonelada e US$ 25 de desvalorização.

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