Em Buri (SP), produtores iniciam o plantio da soja safra 2015/16 em áreas irrigadas

O plantio da soja da safra 2015/16 já teve início nas áreas irrigadas na região de Buri (SP). A perspectiva é que sejam colhidas ao redor de 70 sacas do grão por hectare nessas áreas. Inclusive, os produtores conseguem cultivar o milho tardio, realizado no mês de janeiro, também nessas áreas e alcançar um rendimento médio ao redor de 160 scs a 170 scs por hectare.

Já nas áreas de sequeiro, os produtores ainda esperam a consolidação das chuvas para começar os trabalhos nos campos. “Temos poucas pessoas plantando a soja nas áreas de sequeiro nessa época do ano, pois corremos o risco das plantas não germinarem, caso não haja chuva”, explica o produtor rural da região, Frederico d’Avila.

Por outro lado, os custos de produção estão mais altos nesta temporada devido à forte valorização do câmbio. Alguns agricultores que conseguiram adquirir os insumos mais cedo conseguiram um custo mais baixo, mas ainda assim, acima do registrado na safra passada. No entanto, quem comprou mais tarde acabou gastando mais para fazer o planejamento desta temporada.

“Na nossa propriedade temos um custo de R$ 3.200 por hectare, mas ainda não sabemos qual será a praga dessa safra. Precisamos saber como estará o dólar na época de comercialização da soja no próximo ano. Temos que avaliar a relação de troca entre a soja e os insumos para saber se o produtor tem rentabilidade sobre o investimento que está sendo feito”, explica d’Avila.

Em sacas, os custos dessa safra são equivalentes ao redor de 47 scs a 50 scs por hectare. Paralelamente, os preços da saca da soja estão próximos de R$ 72,00 a R$ 73,00 para entrega março/16. “Ainda assim, temos os altos custos com irrigação, a energia elétrica subiu quase 80% na nossa região. Precisamos saber quantos desses fatores irão afetar a nossa margem”, afirma o produtor.

Trigo

As lavouras de trigo, especialmente as cultivada primeiro sofreram com o excesso de chuva recentemente. Já as semeadas mais tarde estão sendo colhidas nesse momento, com qualidade maior, porém, a produtividade foi comprometida com as intempéries climáticas, principalmente o calor observado no mês de agosto.

Enquanto isso, os preços ainda não reagiram e estão próximos de R$ 650,00 por tonelada. “Não há como explicar a diferença do nosso produto para os importados que chegam à nossa região em torno de R$ 1.200. A nossa leitura é que a indústria está abastecida e olhando para as primeiras áreas que apresentam problemas”, ressalta.