Safra 2016 terá a maior alta histórica nos custos de produção
Levantamento de custo de produção anual da Farsul aponta que a correção dos valores da safra 2015/2016 do arroz e da soja será a mais alta dos últimos 21 anos, desde a criação do Plano Real, em 1994.
Conforme pesquisa realizada em parceria com Esalq e CEPEA, o arroz registra aumento de 15% nos custos de produção. Somente o desembolso para a lavoura ficará em R$ 35,83 por saco. O custo total, considerando o gasto com terra, sobe para R$ 43,64, e o custo operacional total, que abrange valores de desembolso e depreciação, sem considerar o da terra, foi projetado em R$ 39,55.
Em relação à soja, a correção será ainda mais alta. O desembolso da próxima safra aumentará 19%, totalizando R$ 45,04 por saco. O custo operacional total atingirá R$ 48,23, alta de 17%, e o custo total chega a R$ 72,52 no pior dos resultados obtidos.
“Nunca se viu um aumento tão grande dos custos de produção como para 2016. Essa é a Expointer dos Custos de Produção”, afirma o presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto. A projeção vem ao encontro do que os levantamentos de índice de inflação dos custos de produção da Federação (IICP) já vinham sinalizando.
São quatro os vetores de alta apontados no levantamento: a taxa de câmbio, que influencia no preço dos fertilizantes e agroquímicos, a energia elétrica, a alta do diesel, impactando na operação de máquinas e no frete, e o aumento dos juros.
No geral, os custos com irrigação cresceram 38%, puxados pelo aumento da tarifa de energia elétrica de 102% nos últimos 12 meses. “Alertamos para esse aumento eminente na Expointer 2014, o que foi descartado pelo governo naquele momento e acabou se confirmando”, disse Sperotto.
A alta dos fertilizantes foi ainda maior no período, de até 44%. O preço dos agroquímicos subiu 19%, e dos juros sobre o capital de terceiros, 47%. O diesel subiu 13%
“Estamos muito preocupados com o custo de produção para a próxima safra e entendemos ser um momento importante para passar essa informação aos produtores para que possam considerá-la no momento de fazer o seu planejamento. Temos uma clara evidência de uma safra de baixa lucratividade”, conclui Sperotto.
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