Soja: Disparada do dólar leva preços em Rio Grande à casa dos R$ 81,00 por saca nesta 4ª
Os preços da soja voltaram a recuar de forma expressiva no início da tarde desta quarta-feira (2) na Bolsa de Chicago. As cotações perdiam, por volta de 12h30 (horário de Brasília), entre 6,25 e 7 pontos nas posições mais negociadas, após inciarem o dia caminhando de lado e buscando alguma recuperação.
Por outro lado, o dólar voltou subir nesta sessão e puxou os preços da soja praticados nos principais portos do Brasil. Na máxima do dia, a moeda bateu em R$ 3,7571 e assim, em Rio Grande, a soja foi a R$ 81,50 no disponível, subindo 2,39%, enquanto a futura avançava 1,63% para R$ 81,00 por saca. No terminal de Paranaguá, R$ 79,00 no disponível, com alta de 1,28% e estável em R$ 78,00 no futuro.
"Tanto na política quanto na economia, a situação está muito difícil. É provável que o dólar suba ainda mais", afirmou o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca, que espera que a moeda norte-americana se aproxime de 4 reais nas próximas semanas, de acordo com informações da agência Reuters.
Bolsa de Chicago
Apesar das quedas mais acentuadas, o mercado da soja na Bolsa de Chicago ainda opera de forma técnica nesta quarta-feira frente a um cenário já conhecido, segundo explicam analistas. A conclusão da nova safra norte-americana e o terceiro dia consecutivo de queda nas bolsas asiáticas continuam como os principais direcionadores das cotações e da movimentação dos traders.
As incertezas sobre a demanda chinesa por commodities ainda rondam o mercado de maneira bastante marcante, embora divida opiniões. Especialistas do Citigroup ouvidos pela agência Bloomberg, entretanto, afirmam que "a China continuará a pressionar as commodities nos próximos meses frente a um mercado de ações muito volátil e de um crescimento menos acelerado nos próximos anos". Outros analistas disseram ainda à agência internacional que "as notícias da China estão direcionando como nunca o andamento dos preços das commodities.
O quadro motiva, portanto, uma saída forte dos investidores de suas posições em ativos mais arriscados, como commodities, por exmplo, e se direcionarem a outros mais seguro, como o dólar. E uma alta na moeda é outro fator de pressão sobre as cotações praticadas no mercado futuro norte-americano, já que reduz a competitividade dos produtos negociados nas bolsas norte-americanas.
O andamento do dólar e a postura dos produtores - tanto da América do Sul, quanto dos EUA - em relação às suas vendas também pesam na formação dos preços, ainda de acordo com analistas. No Brasil e nos Estados Unidos, os vendedores estão retraídos e à espera de melhores oportunidades de comercialização.
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