Soja: Mercado no Brasil tem dia de preços estáveis e poucos negócios; na CBOT, leve alta

Publicado em 31/08/2015 17:51

O mercado brasileiro da soja começou a semana com os negócios travados. A sessão desta segunda-feira (31) foi de intensa volatilidade para os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago, o dólar também registrou intensa movimentação frente ao real e, assim, os preços praticados no Brasil foram apenas nominais. 

Em Rio Grande, a soja disponível chegou a trabalhar acima dos R$ 80,00 por saca perto de meio-dia, porém, encerrou o dia valendo R$ 79,80 por saca, com baixa de 0,37% em relação ao fechamento da última sexta-feira (28). Em Paranaguá, o mercado da soja da safra velha fechou os negócios sem indicação de preços. Já para o produto da safra nova, os valores ficaram em R$ 79,80 e R$ 76,20, respectivamente, onde subiram 2,31% e 1,60%. 

Como explicou o consultor de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, apesar desse ritmo mais lento dos negócios, os baixos preços reforçam o interesse dos compradores, que seguem presentes no mercado. Entretanto, os vendedores se mantém retraídos, observando a possibilidade de novos e melhores momentos de venda. Reflexo desse quadro são os prêmios positivos nos portos. 

Em Paranaguá, as posições agosto e setembro/15 têm valores na casa de US$ 1,20 sobre os preços praticados na Bolsa de Chicago, enquanto o vencimento março/16 tem 43 cents de dólar e o abril/16 tem 28 cents. Em Rio Grande, os valores são ainda mais elevados. "Essa é uma forma de tentar compensar as perdas em Chicago. Estamos em um período clássico de entressafra, vai acontecer uma disputa entre o mercado interno e o de exportação pela pouca oferta que ainda resta da safra velha", diz Cogo. 

E essa postura dos vendedores - que se repete no mercado norte-americano diante das menores referências em Chicago - podem trazer algum suporte para o mercado, ainda de acordo com o consultor. Da nova safra brasileira, há algo entre 30% e 35% já comercializada, aproximadamente 25 milhões de toneladas, e há disponível apenas 15% da temporada 2014/15 ainda a ser vendido.

Dólar - Nesta segunda-feira, o dólar fechou a sessão com 1,17% de alta, valendo R$ 3,6271.  Na máxima do dia, porém, a moeda americana chegou a superar os R$ 3,68 e refletiu muito dos preocupantes quadros político e econômico do Brasil. Há uma preocupação de que o Brasil perca seu grau de investimento diante da projeção de um déficit primário no orçamento de 2016.

O valor de fechamento desta segunda é o maior desde fevereiro de 2003, segundo a Reuters. Assim, o acumulado de ganhos no mês já se aproxima de 6% e, no ano, a valorização passa de 36%.

Leia mais:

>> Dólar sobe 1,17% e fecha no maior patamar desde 2003, a R$3,6271

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, a sessão desta segunda terminou com uma recuperação das posições mais negociadas. os ganhos ficaram entre 1,50 e 4,25 pontos e o contrato setembro/15 encerrou o dia com valendo US$ 8,97 por bushel. Enquanto isso, o novembro, referência para a safra norte-americana, ficou em US$ 8,87 e o março/16 foi a US$ 8,93.

A boa demanda pela soja norte-americana da safra 2014/15 - confirmada pelo número dos embarques semanais reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) - e a retração das vendas no país foram, segundo explicou Vlamir Brandalizze, os principais fatores de sustentação para a commodity. 

Os embarques semanais somaram 184,285 mil toneladas, contra 210,324 mil da semana anterior, porém, dentro das expectativas do mercado, que variavam de 100 mil a 200 mil toneladas. No acumulado da temporada 2014/15, os embarques da oleaginosa já totalizam 49.792,297 milhões de toneladas, contra 43.397,299 milhões do mesmo período na temporada anterior. 

O total, portanto, chegou à última projeção do USDA sobre as exportações totais de soja da safra velha e ainda faltam os números da última semana do ano comercial para a conclusão, o que confirmou a boa procura pelo produto nessa última temporada e soou como boas notícias para a soja na CBOT. 

E as vendas nos Estados Unidos seguem paradas. "O produtor americano também não está vendendo. Então, há uma falta de oferta de produtos e, ao passo que tivemos o relatório do embarques do USDA, fica confirmado que segue embarcando, que está tendo demanda e os números já superam os últimos números do USDA. Isso é um sinal positivo, mas o dia ainda foi muito técnico", disse o consultor da Brandalizze Consulting. 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário