Soja: Mercado ameniza perdas na CBOT; no Brasil, produto disponível mantém os R$ 77

Publicado em 24/08/2015 11:47

Os futuros da soja, por volta das 11h20 (horário de Brasília), perdiam entre 12,50 e 17,25 pontos nos principais vencimentos na sessão desta segunda-feira (24) na Bolsa de Chicago. O dia é bastante negativo para o mercado financeiro global, para as commodities de uma forma geral e as perdas na oleaginosa chegaram a superar os 30 pontos há poucos, com os preços batendo as mínimas desde 2009 diante de um acentuado movimento de vendas por parte dos fundos. 

E essa liquidação de posições entre as commodities, como explicam os analistas, refletem as preocupantes notícias que continuam chegando da China, especialmente nesta segunda-feira, com perdas de mais de 8% nas bolsas chinesas, o que fez com que os ganhos do ano fossem zerados. Reflexo desse quadro ainda é o mercadodo petróleo, o qual chegou a perder, na Bolsa de Nova York, o patamar dos US$ 40,00 por barril.

Conforme noticiou o portal G1, as bolsas asiáticas têm esse início de semana tão negativo mesmo depois de, na véspera, o governo ter anunciado a permissão aos fundos de pensão para que invistam na economia do país um máximo de 30% de seus ativos da bolsa. Caso isso se concretize, de acordo com os cálculos oficiais, poderia resultar em uma entrada de de cerca de US$ 328 bilhões (ou 2 trilhões de yuanes) nos mercados de valores. 

"A soja lidera as baixas no mercado de grãos nesta segunda-feira, batendo em novas mínimas na madrugada de hoje. A commodity tem deixado clara sua forte correlaçã tanto com o mercado do petróleo quanto com o acionário da China, deixando pouco espaço para que os investidores voltem à ponta compradora do mercado", disse o analista e editor do site internacional Farm Futures, Bryce Knorr. "E esses dois fatores ainda têm muito o que fazer pelos preços quanto as condições climáticas nos EUA em agosto", completou. 

E até o momento, as previsões de clima para os próximos dias no Meio-Oeste americano continuam indicando temperaturas mais amenas e chuvas pontuais e bem localizadas. 

"Com a redução do prêmio de risco climático, a questão fica do lado da demanda, com mercado esperado por mais procura após forte queda no flat price da soja americana", informaram os analistas da Agrinvest Commodities em seu blog.

Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou, nesta segunda-feira (24), a venda de 120 mil toneladas de soja para destinos desconhecidos. O volume é da safra 2015/16.  

Dólar e preços no Brasil

Com a forte aversão ao risco permeando os negócios desta segunda, muitos investidores estão migrando para o dólar e, com isso, no Brasil, a moeda norte-americana renovou suas máximas e bateu em R$ 3,58. Entretanto, o dia é de volatilidade para a maior parte dos ativos e, por volta de 12h30 (horário de Brasília), a divisa era cotada a R$ 3,555, subindo 1,69%. 

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Frente à demais moedas de economias emergentes o dólar também avançava, o que contribui para  a pressão das cotações da soja em Chicago. Por outro lado, essa alta favorecia, novamente, a formação dos preços no Brasil. No terminal de Paranaguá, a soja disponível valia R$ 77,00 por saca, enquanto em Rio Grande era negociada a R$ 77,50. Já o produto da nova safra valia R$ 77,20 no porto gaúcho e caía para R$ 72,00 no paranaense.

Além do dólar, os prêmios positivos para a soja nos portos também atuavam como fator de suporte para as cotações. Em Paranaguá, por exemplo, as posições agosto e setembro registravam um valor positivo de US$ 1,15 sobre os preços de Chicago, enquanto para março/16 o prêmio era de 40 cents. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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