Café: Com forte queda na ICE compradores diminuíram o valor de oferta no mercado físico brasileiro
Baixo estoque de passagem brasileiro, quebra na safra, má qualidade média com baixa porcentagem de peneiras 17 e 18, nada disso influi em Nova Iorque, onde a força dos fundos se impõe sobre os fundamentos, distorcendo o cenário e reforçando o pensamento dos que acham que a ICE não é um bom termômetro para os produtores de café.
Com a forte queda na ICE, os compradores diminuíram o valor de suas ofertas no mercado físico brasileiro. Os produtores não aceitaram as ofertas mais baixas, paralisando o fechamento de negócios. Foi uma semana perdida para os negócios de café no Brasil.
Com o tempo firme e quente das últimas semanas, os trabalhos de colheita da nova safra avançaram bastante, diminuindo o atraso constatado em maio, junho e início de julho. Com um maior volume da safra dentro dos armazéns, já não há mais dúvidas sobre a quebra na produção, com grãos mais miúdos e volume maior de lotes com problemas de aspecto e bebida até em regiões produtoras de cafés finos.
A expectativa de chuvas esparsas na próxima semana é mais uma preocupação para os cafeicultores brasileiros. Com as altas temperaturas deste inverno no sudeste brasileiro, muitos cafezais já estão “abotoados” e as chuvas deverão ser suficientes para provocar uma primeira florada, mas não para um bom “pegamento” que resulte em frutos para a safra 2016. É provável que boa parte da primeira florada seja abortada.
A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 5.883.349 em 31 de julho de 2015. Uma alta de 373.235 sacas em relação as 5.510.114 sacas existentes em 31 de maio de 2015.
Até o dia 20, os embarques de agosto estavam em 1.072.669 sacas de café arábica, 236.280 sacas de café conillon, mais 83.932 sacas de café solúvel, totalizando 1.392.881 sacas embarcadas, contra 1.340.382 sacas no mesmo dia de julho. Até o dia 20, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 1.876.653 sacas, contra 1.699.986 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 14, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 21, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo, 1470 pontos ou US$ 19,45 (R$ 67,88) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 14 a R$ 648,27 por saca, e dia 21, a R$ 583,77 por saca.
Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em setembro a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 600 pontos.
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Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC
Excelente análise..., o que faltou foi o efeito causado pela desvalorização de quase 6% da moeda Chinesa, e o impacto esperado pelo mercado no consumo doméstico Chinês, ou melhor, global... Não custa repetir, desvalorizações são feitas com objetivo de aumentar as exportações e diminuir importações. O produto Chinês ficou 6% mais barato para os compradores americanos. Em relação ao Brasil ocorre o contrário, pois a desvalorização aqui foi bem maior de 23%, então nossos produtos estão com o preço dos produtos 17% menores para os compradores Chineses. Esse é um assunto interessante, pois pouca gente sabe que o superavit Chinês com os EUA foi feito em cima de endividamento..., olha ele ai de novo!!!..., os EUA compravam grande quantidade de mercadorias Chinesas e os Chineses compravam títulos da divida americana. Com o detalhe de que mais da metade dos gigantescos superavits Chineses derivou de investimentos de empresas americanas na China. Aqui chegamos na parte que é um pouco complicada, quais os efeitos da elevação dos juros nos EUA? A China começará a vender suas reservas de dólares para comprar novos títulos que pagam juros mais altos. O FED americano pode então emprestar esses dólares aos bancos, que por sua vez, podem comprar titulos da divida brasileira, embolsando juros reais de 7,5% (!!!).... É isso ai, nós vamos ajudar aos EUA a pagar sua divida com a China. Como, com o que?