Orçamento de 2016 terá cortes para garantir superávit
O ajuste continuará bastante duro em 2016 para garantir o cumprimento da meta fiscal de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB). E o projeto da Lei Orçamentária, que será enviado no fim do mês ao Congresso, vai revelar uma fotografia mais clara do tamanho das dificuldades das contas públicas que terão que ser enfrentadas no próximo ano.
A proposta de orçamento de 2016 virá acompanhada de um aprofundamento do corte das despesas com programas considerados caros para os ministros da presidente Dilma Rousseff. Do lado das receitas, serão apresentadas novas projeções com expectativas de aumento de arrecadação com a venda de ativos e aumento de impostos. Caso contrário, a conta para elevar o superávit primário das contas do setor público na direção da meta de 0,7% do PIB não fecha.
O superávit previsto para o ano que vem é considerado extremamente ambicioso e ninguém no governo quer a repetição do que aconteceu com a proposta de redução drástica das metas de 2015, 2016 e 2017, quando o tombo no esforço fiscal anunciado pela equipe econômica surpreendeu negativamente o mercado financeiro no meio do ano e ainda disparou uma onda maior desconfiança em relação à política econômica, elevando o risco de perda do grau de investimento.
A estratégia desta vez é coordenar melhor as expectativas e preparar o terreno para evitar novas surpresas com a dura realidade fiscal. O problema maior é administrar o anúncio em meio à impopularidade crescente da presidente Dilma Rousseff - alvo principal dos protestos do último domingo - e das negociações de uma agenda de crescimento com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Essas medidas têm sido chamadas de agenda pós-ajuste.
A equipe econômica do governo está preocupada com a avaliação que ganha corpo nos meios políticos em Brasília de que o ajuste fiscal está perto do fim e que o foco agora se concentra apenas nas medidas voltadas para a retomada do crescimento.
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