Santa Catarina volta a amargar prejuízo na venda de suínos
O momento é de apreensão no mercado de suínos, os suinocultores de todas as Regiões do Estado Catarinense voltam a amargar prejuízo na produção e venda de suínos. Na contra mão de todas as notícias positivas do mercado externo, o valor pago pelo mercado no Estado estabilizou em uma média de R$ 2,85 por quilo de suínos, e um custo de produção que atinge R$ 3,20 por quilo.
Jacob Biondo é suinocultor da Região de Seara, fomenta o mercado de suínos com uma produção norteada pela qualidade, mas segundo ele, está novamente pagando para produzir. “Não quero vivenciar isso novamente, a procura por suínos é boa neste momento, percebemos um mercado ativo, com notícias de exportações batendo recordes no ano, e na contra partida, os preços não reagem”, completa ele. Outra reclamação de Biondo é referente aos insumos como farelo de soja e milho. “O que está acontecendo? A safra recorde no Brasil, os principais estoques abarrotados de grãos, e Santa Catarina pagando neste momento R$ 1250/ton de farelo de soja ”, reforça o suinocultor.
Em todo o Estado, os preços pagos pelos insumos como farelo de soja e milho sobem a cada dia. De acordo com o gerente Comercial da Copérdia, Flávio Zenaro, mesmo com a safra recorde que atingiu 94 milhões de toneladas de soja e 84 milhões de toneladas de milho, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), dois fatores interferem no aumento do preço dos grãos para os produtores. “O primeiro é a expectativa da safra Americana, que foi afetada em grande parte pela incidência de chuva, e o segundo fator é a forte crise econômica no Brasil, que interfere no valor do câmbio, e faz com que todos os Estados paguem mais caro pelo produto até então equilibrado”, explica Zenaro.
A falta de rentabilidade na produção de suínos neste mês de agosto é um reflexo de pelo menos três meses de preços baixos e custos elevados. O suinocultor Marcos Spricigo comenta que o prejuízo por suíno terminado já atinge a marca de R$ 20,00 por animal, sendo que em uma venda de 10 mil cabeças, o valor amargado chega à R$ 200 mil negativo. “Nenhuma atividade sobrevive com um prejuízo tão elevado, não existe uma alternativa para sustentar preços assim, precisamos que o mercado acompanhe os bons resultados das exportações, e que as vendas de carne suína no Brasil acompanhe no mínimo o valor das outras carnes”, afirma o produtor.
A grande preocupação dos suinocultores catarinenses é com o primeiro semestre de 2016. “Se os preços não reagirem agora, que o mercado está com procura aquecida, o prejuízo será incalculável na virada do ano, quando o Brasil começará a sentir os reflexos do desemprego, iniciado nestes meses, e da falta de dinheiro dos consumidores”, destaca o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi.
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