Feijão Carioca de boa qualidade atinge R$110,00 e pressão sobre cotações diminui. Mas não estão descartados novos recuos
Publicado em 31/07/2015 12:14
Feijão Carioca de boa qualidade atinge R$110,00/saca e pressão sobre cotações diminui. No entanto, não estão descartados novos recuos
O preço do feijão carioca de boa qualidade atingiu R$ 110,00 a saca e, pressão sobre as cotações diminuiu. Isso ocorreu devido ao período de final de mês – onde há necessidade de repor os estoques nos mercados, juntamente com o início do mês, caracterizado pela ascensão das compras domésticas.
Segundo Marcelo Lüders, da Correpar, na próxima semana poderá ocorrer uma diminuição do consumo e a expectativa é de que os preços caiam. “Os preços podem recuar, mas vai depender muito do produtor. Os que possuem um estoque e não necessitam de dinheiro girando, podem optar por vender em um momento mais oportuno. Já os que precisam pagar contas, vão optar por vender, independente se o valor da saca chegar a R$ 100,00”, explica.
Já para o mês de agosto a expectativa, ainda segundo Lüders é de um volume maior de oferta do que de demanda.
“Isso pode significar um novo cenário para alguns agricultores. Alguns vêm experimentando o feijão dama e milenium e, esses feijões permitem um tempo de armazenagem maior. Como estamos falando de um período curto - inicio de agosto até início de setembro – quando a colheita começa a diminuir e consequentemente a oferta também, portanto a expectativa é de preço melhor para o começo de outubro. Esses produtores que plantaram essas variedades tem essa opção e não tem risco de perder a mercadoria. Já para os produtores que plantam as variedades tradicionais, tem um risco de perda por conta da cor, do desbotamento do grão, mas mesmo para aqueles que quiserem segurar por cerca de 45 dias, a valorização da saca pode ser maior do que a desvalorização pela perda da cor”, afirma.
Diante disso, nesse período, há uma estimativa segundo o analista de 240 milhões de toneladas de feijão sendo colhidas e, o consumo pode chegar a 180 milhões. “Parece muita coisa, mas olhando deste ângulo vimos que não é”.
Safra nova
No entanto, para a safra nova a tendência é de aumento de área. Na primeira safra deste ano, foi registrado 1,050 milhão de hectares de plantio de feijões em geral. Segundo Lüders, esses números passam 1,1 milhão, como aconteceu em 2013, onde a plantação foi de 1,160 milhão de hectares. “Há uma possibilidade de um incremento de 10% na área de feijão. Os preços este ano foram remuneradores em boa parte do Brasil e, isso pode levar os produtores a ampliar a área de plantio do grão”, destaca.
Diante desse cenário favorável para o segmento do feijão, um dos motivos desse possível crescimento da área é devido à rentabilidade positiva. “Por conta da valorização do dólar em 2015, essa expectativa de aumento é mais provável para o ano que vem. A segunda safra que levava o nome de safrinha tem crescido muito no país. Se os investimentos forem feitos de maneira correta e o clima favorecer, esse incremento na produção sem dúvida vai acontecer”.
Dólar
Ainda segundo Lüders, a valorização da moeda americana abre uma série de alternativas para o agricultor. Com o dólar mais alto e a dependência que o Brasil tem de importar feijão preto da China, para os produtores que plantarem esse tipo de feijão, terão uma possibilidade de níveis mais elevados de preços. “A importação tende a diminuir e depois você tem os feijões que podem ser exportados e, pela mesma razão (dólar), a expectativa é melhor tanto para o feijão rajado, como para o feijão caupi”, conclui.
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Por:
Aleksander Horta//Nandra Bites
Fonte:
Notícias Agrícolas
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