“Defensivos agrícolas causam câncer”? “Alimentos orgânicos previnem câncer”

Publicado em 31/07/2015 07:19
Instituto Nacional do Câncer reproduz mitos e lendas populares sobre… o câncer!, por Leandro Narloch, de veja.com (coluna "O Caçador de Mitos)

Instituto Nacional do Câncer reproduz mitos e lendas populares sobre… o câncer!

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Projeto da nova sede do INCA, no Rio: toda essa estrutura para divulgar tolices sobre o câncer?

 

Uma das funções do Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) é desfazer mal-entendidos sobre o câncer. Mas o órgão do Ministério da Saúde está fazendo o contrário. Desinforma os brasileiros ao difundir lendas populares e mitos sobre a doença. Em cartilhas e comunicados, o INCA reproduz pelo menos três erros graves sobre câncer.

Mito 1: “Adoçantes causam câncer”

Numa cartilha sobre prevenção do câncer, o INCA diz que “o consumo frequente de adoçantes artificiais, presentes em produtos light, diet e zero, está associado a algumas doenças, e possivelmente ao câncer”.

Não acredito: o mito do adoçante cancerígeno ataca novamente. Difícil contar quantas vezes essa história já foi desmentida, mas ela sempre renasce. Uma montoeira de estudos com adoçantes já foi feita e, segundo o Instituto Nacional do Câncer dos Estudos Unidos, eles “não demonstraram evidência clara da associação com câncer em humanos”.

O mito do adoçante maligno surgiu nos anos 1970, com um estudo de laboratório. Ratos que ingeriram doses cavalares de sacarina (o equivalente a uma pessoa beber 700 latas de refrigerante com adoçante por dia) tiveram um leve aumento da incidência de câncer na bexiga. O governo americano então encomendou novos estudos, que mostraram, todos eles, que o fenômeno não se aplica a humanos, só ao organismo de ratos. Além dos estudos de laboratório, dezenas de pesquisas epidemiológicas confirmaram a segurança da dupla sacarina & ciclamato.

Já o aspartame ganhou fama de cancerígeno em 2005. Um estudo de laboratório injetou doses cavalares de aspartame em ratos (alguns tiveram que aguentar o adoçante equivalente ao de 2 mil latas de refrigerante). Houve aumento de alguns casos de câncer, mas os dados foram desencontrados – a incidência não aumentava conforme a dose. A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) analisou a pesquisa e um ano depois confirmou que “o aspartame é seguro”. O incrível é que o próprio INCA, numa outra página, admite a segurança do aspartame. Afinal quem está certo – o INCA ou o INCA?

Mito 2: “Alimentos orgânicos previnem câncer”

“Modos de cultivo livres do uso de agrotóxicos produzem frutas, legumes, verduras e leguminosas, como os feijões, com maior potencial anticancerígeno”, afirma o instituto num  comunicado recente. Uma informação similar está na mesma cartilha que fala sobre os adoçantes.

Isso é uma tolice sem tamanho. Nenhum cientista sério afirma que orgânicos ou que algum alimento tem o poder de combater o câncer. Mesmo assumindo que o INCA falou de prevenção da doença, e não combate, o erro permanece. “Não há evidência de que comer alimentos orgânicos altere o seu risco de ter câncer”, diz o Cancer Research UK, principal centro de estudos sobre câncer na Inglaterra. A Sociedade Americana do Câncer confirma essa posição. E um estudo britânico publicado em 2014, que acompanhou a saúde de mais de 600 mil inglesas durante 9 anos, concluiu que aquelas que comiam mais orgânicos não tiveram menor incidência da doença.

Divulgar informações como essa é irresponsabilidade, pois os relatórios do INCA costumam pautar reportagens de TV, como esta do Jornal Nacional. As crendices populares sobre o câncer acabam sendo alimentadas pelo próprio instituto de pesquisa.

Mito 3: “Defensivos agrícolas causam câncer”

O INCA vem realizando uma campanha contra agrotóxicos baseada mais em ideologia política que em ciência. O relatório citado acima parece mais um manifesto contra a agricultura intensiva e os transgênicos, em vez de um comunicado técnico sobre o câncer. A entidade informa no documento que está alinhada a grupos de que combatem o agronegócio, como a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, ligada ao MST. E considera como verdade estabelecida que alimentos cultivados com agrotóxicos são prejudiciais à saúde.

Agroquímicos fazem mal? Bem, depende. Uma pessoa pode morrer se beber 80 litros de água de uma vez só, mas isso não é o suficiente para afirmarmos que água mata. Do mesmo modo, agrotóxicos podem causar doenças (incluindo câncer) se forem manejados fora das regras. Do contrário, são perfeitamente seguros.

Mesmo aqueles comunicados da Anvisa, que de vez em quando causam pânico na população ao anunciar que boa parte dos alimentos têm resíduos de pesticidas, não são motivo para preocupação. O limite máximo de resíduos determinado pela Anvisa está bem abaixo da ingestão diária aceitável. Por isso, raramente um alimento com mais resíduos que o permitido está contaminado ou é perigoso. Como diz o Cancer Research UK, “frutas e vegetais algumas vezes contêm pequenas quantidades de pesticidas, mas não há evidência que esses resíduos aumentam o risco de câncer nas pessoas que os consomem”.

Algumas notícias alarmantes sobre contaminação de alimentos surgem por pura burocracia. Em 2012, os brasileiros ficaram pasmos ao ouvir que 91% das amostras de pimentão “estavam contaminadas”. (Minha irmã conta que depois de ver essa notícia na TV nunca mais comprou pimentão.) Na verdade, por um simples detalhe burocrático, o pesticida em questão, usado em várias hortaliças, não estava cadastrado pela Anvisa para ser aplicado no pimentão. Quando o cadastro foi realizado, a suposta contaminação do pimentão se resolveu. (Pode voltar a comprar pimentão, Lali!)

Se agrotóxicos, aditivos e adoçantes tivessem alguma relação relevante com o câncer, a incidência da doença estaria explodindo, mas isso não é verdade. Nas últimas quatro décadas, a incidência de quase todos os tipos da doença pouco mudou, apesar das técnicas de diagnóstico terem evoluído. A exceção é o câncer de próstata, como mostra este gráfico da Associação Americana do Câncer:

cancer incidence

Mitos alimentares e crendices sobre as causas do câncer são comuns em lendas populares e conversas de quem tem pouco estudo. É triste, e meio assustador, encontrar esses erros no instituto que deveria ser a maior referência sobre câncer no país.

(por Leandro Narloch, @lnarloch)

 

Mitos alimentares: a resposta do Instituto Nacional do Câncer

Na segunda-feira, eu acusei o Instituto Nacional do Câncer de divulgar mitos e erros comunssobre o câncer – como os de que adoçante e agrotóxicos causam a doença e alimentos orgânicos a previnem. O Inca me procurou solicitando a publicação de uma resposta, que vai abaixo. Para um próximo post, prometo uma tréplica.

@lnarloch

 

Inicialmente, gostaríamos de esclarecer que além de “desfazer mal-entendidos sobre o câncer”, o INCA possuiu várias outras funções. Por ano, realizamos para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS):

7,5 mil cirurgias;

40 mil atendimentos em quimioterapia;

67 mil atendimentos em radioterapia;

240 mil consultas médicas;

14,5 mil internações.

Formamos cerca de 1.500 alunos por ano, nos nossos 60 cursos de pós-graduação, que tem conceito 6, em um total de 7, na avaliação da Capes. Nossa pós é a única de excelência na área oncológica do Brasil e formamos médicos e profissionais em Oncologia inclusive para a rede privada em todo país.

Bom, poderíamos citar outros programas e atividades do INCA, mas vamos direto às considerações sobre os três “mitos” elencados por você. Todas as recomendações do INCA são inteiramente baseadas em evidência científica. Não em um ou dois estudos pinçados na Internet, mas em todo o universo da produção científica referendada por organizações internacionais de credibilidade indiscutível, como a Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS), da qual o INCA faz parte.

Adoçantes

A IARC verificou em 1999 que existem evidências suficientes de carcinogenicidade da sacarina sódica em estudos experimentais em animais (IARC Monography v.73, 1999).

Diversos estudos têm confirmado e reforçado a relação da ingestão de aspartame, mesmo em pequenas doses, com o surgimento de vários tipos de câncer incluindo os do trato urináriolinfomas e leucemias (Life-span exposure to low doses of aspartame beginning during prenatal life increases cancer effects in rats. Environ Health Perspect. 2007; Results of long-term carcinogenicity bio-assay on Sprague-Dawley rats exposed to aspartame administered in feed. Ann NY Acad Sci. 2006;  Aspartame induces lymphomas and leukaemias in rats. Eur J Oncol. 2005; The carcinogenic effects of aspartame: The urgent need for regulatory re-evaluation. Am J Ind Med. 2014; Consumption of artificial sweetener- and sugar-containing soda and risk of lymphoma and leukemia in men and women. Am J Clin Nutr. 2012).

Outros estudos revelam os mecanismos que explicam como o aspartame aumenta o risco de outros tipos de câncer. O aspartame induz a produção de radicais livres, que aceleram o envelhecimento e aumentam o risco de câncer, além de reduzir as defesas do corpo contra outros agentes cancerígenos, aumentar a expressão de genes que estimulam o surgimento de câncer e suprimir os genes que ajudam a prevenir o câncer (Consumption of artificial sweetener- and sugar-containing soda and risk of lymphoma and leukemia in men and women. Am J Clin Nutr. 2012; Longer period of oral administration of aspartame on cytokine response in Wistar albino rats.Endocrinol Nutr. 2015).

Estudos revelam também que o uso de adoçantes artificiais pode contribuir tanto para o ganho de peso como para o aumento do risco de alterações no metabolismo da glicose (como a intolerância à glicose e o diabetes tipo 2), que estão associados ao aumento da incidência de diversos tipos de câncer (Sugar-sweetened beverages and weight gain in children and adults: a systematic review and meta-analysis. Am J Clin Nut 2013; Metabolic effects of non-nutritive sweeteners. Physiology & Behavior 2015; Artificial sweeteners induce glucose intolerante by altering the gut microbiota. Nature 2014; . Obesity and Diabetes: The Increased Risk of Cancer and Cancer-Related Mortality. Physiological Reviews  2015).

Essas evidências obrigam o INCA a cumprir com sua responsabilidade de informar à população que o consumo de adoçantes artificiais está associado ao desenvolvimento de algumas doenças, inclusive do câncer.

Alimentos orgânicos

O estudo citado no seu post, realizado no Reino Unido, é contestado no mundo científico e foi considerado inconclusivo, porque não há garantias de que os alimentos consumidos pelas britânicas que participaram do experimento eram efetivamente orgânicos. A comparação feita nesse estudo não é valida.

O INCA jamais afirmou que “orgânicos ou que algum alimento tem o poder de combater o câncer”. Em recente posicionamento, afirmamos: “Modos de cultivo livres do uso de agrotóxicos produzem frutas, legumes, verduras e leguminosas, como os feijões, com maior potencial anticancerígeno”. Esta informação é baseada em publicações científicas, dentre elas uma recente metanálise de 343 trabalhos científicos, incluindo diversos estudos brasileiros, que demonstrou teores substancialmente mais elevados de uma variedade de compostos anticancerígenos em diversos alimentos vegetais produzidos de forma orgânica comparados àqueles produzidos com a utilização de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos (Higher antioxidant and lower cadmium concentrations and lower incidence of pesticide residues in organically grown crops: a systematic literature review and meta-analyses. Br J Nutr. 2014).

Esclarecemos que os compostos anticancerígenos, como os quimiopreventivos naturalmente presentes nas frutas, legumes, verduras e leguminosas, são compostos capazes de prevenir ou reparar danos no DNA e outros danos oxidativos nas células.

É com base nessas evidências que o INCA afirma que os alimentos orgânicos tem um maior potencial anticancerígeno.

Agrotóxicos

A IARC publicou recentemente a avaliação do poder carcinogênico de diversos ingredientes ativos de agrotóxicos e concluiu que há evidências suficientes para confirmar que os herbicidas glifosato e 2,4-D, os mais utilizados nas lavouras brasileiras, exercem efeitos cancerígenos, o que inclui: danos ao DNA capazes de transformar células saudáveis em células precursoras de câncer e disrupções endócrinas que resultam em estímulo ao desenvolvimento de câncer (https://www.iarc.fr/en/media-centre/iarcnews/pdf/MonographVolume112.pdf).

A afirmação da ONG britânica que você cita (“considera que o nível atual de resíduos de agrotóxicos nos alimentos do Reino Unido não apresenta uma preocupação significativa para a saúde humana”) refere-se à realidade do Reino Unido, não a do Brasil. Os brasileiros comem basicamente alimentos produzidos no Brasil, que é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, inclusive de produtos proibidos na Europa e América do Norte.

Por fim, gostaríamos de enfatizar que a contabilização de casos e mortes por câncer é essencial para priorizar estratégias de prevenção e controle do câncer no país, mas recomendações e ações de prevenção não são realizadas somente em função do aumento ou redução do número de casos de câncer. Do contrário não se tratariam de ações de prevenção.

Com base nestas informações, o INCA tem a obrigação de alertar a população brasileira sobre o risco cancerígeno da modalidade de produção de alimentos predominante no Brasil, que se vale do uso excessivo de agrotóxicos.

Levy, o “liberal” que só pensa em aumentar impostos

Joaquim Levy tem doutorado pela Universidade de Chicago, a prestigiosa instituição que mais Prêmio Nobel de Economia possui, a casa de gigantes como Milton Friedman, Gary Becker e George Stigler. Por isso mesmo, a Escola de Chicago é conhecida por seu viés liberal, e um Ph.D. formado nela dificilmente será um desenvolvimentista alinhado com a turma da Unicamp.

Mas, como já cansei de repetir aqui, Levy, de liberal, não tem nada. A começar por ter aceitado participar de um governo do PT. Mas é mais do que isso: seu “ajuste fiscal” tem um foco demasiado no lado da receita, e aumentar impostos num país como o Brasil é simplesmente uma indecência.

Eis que Levy quer, agora, avançar sobre os provedores de internet:

A primeira pista foi dada nesta terça-feira (28) pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda). Em cerimônia comemorativa pelos 40 anos da Esaf (Escola de Administração Fazendária), Levy disse que o governo tem discutido nos últimos dias formas de tributar provedores de internet.

Levy fazia um paralelo entre os métodos cada vez mais sofisticados utilizados pela Receita Federal para observar a atividade econômica, e aproveitou para mencionar o debate sobre o segmento.

“A tributação da internet é um tema dos quais se discute. Dos grandes provedores de internet, alguns que estão fora de nossas fronteiras e como que a gente pode tributar”, disse o ministro.

Para justificar a tributação para as empresas desse setor, o ministro ponderou que a cobrança de impostos pelo governo deve acompanhar os desenvolvimentos e inovações da economia.

“Cada vez que a economia vai em uma direção temos que descobrir a maneira correta de tributar essa direção”, afirmou o ministro, sem dar mais detalhes. 

Maneira correta de tributar? Que tal não tributar? Que tal adotar uma “flat tax” simples e reduzida e garantir mais liberdade para o setor privado? O que Levy demonstra é certa tara pela tributação, na linha criticada por Ronald Reagan quando resumiu a postura do governo: se se mexer, tributa; se continuar se mexendo, regula; e se parar de se mexer, subsidia.

Enquanto Levy vai dormir e acorda pensando em como o governo brasileiro pode abocanhar fatia ainda maior do que é produzido pela iniciativa privada, o Bradesco, seu antigo empregador e cujo presidente do Conselho praticamente o escolheu como ministro, após “vetar” a ida do presidente do banco Trabuco, divulga um lucro impressionante de quase R$ 4,5 bilhões no trimestre, um crescimento de 18%, mostrando que desconhece a crise.

Não seria o caso de os doutores de Chicago escreverem uma carta coletiva reforçando que as práticas de nosso ministro não têm nada a ver com o que se ensina por lá? Esse tipo de coisa costuma queimar muito o filme do liberalismo…

Rodrigo Constantino

 

Fora Aécio Neves! Fora Arminio Fraga!

Acordei hoje com essa notícia na VejaO sarcástico escritor inglês Oscar Wilde (1854-1900) costumava dizer que “sua ironia era perdida com os estúpidos”. Um estudo científico comprovou a intuição de Wilde. Segundo a pesquisa do Insead (escola francesa especializada em negócios; uma das mais importantes do mundo nesta área), pessoas sarcásticas são até três vezes mais inteligentes e criativas que aquelas que fazem e recebem comentários diretos e sinceros.

Publicada no periódico Organizational Behavior and Human Decision Processes, a análise revela que o sarcasmo pode ser considerado bastante saudável, pois fazer e entender comentários desse tipo exige que o cérebro faça uma busca por pensamentos abstratos e subjetivos, ação que contribui para o aumento da criatividade.

Para Li Huang, líder do estudo e professora de comportamento organizacional do Insead, “o sarcasmo pode estimular a criatividade, a concepção de ideias e a forma de solucionar problemas. Descobrimos que ele certamente catalisa uma maneira superior de pensamento.”

Quero deixar claro aqui aos meus leitores: não concordo! Acho esse estudo uma estupidez. Sou inteligente, diria até brilhante, modéstia às favas, e nunca faço sarcasmo. Logo, a conta não fecha! Esses pesquisadores devem ter algum viés, devem se achar engraçadinhos, e por isso forçaram a barra nas conclusões. Pessoas inteligentes são diretas, falam exatamente o que pensam, sem ironia fina ou bruta.

É por isso que comento a segunda notícia que li hoje: o Banco Central subiu a taxa de juros para 14,25% ao ano! Isso é um acinte, um absurdo! Bem que a presidenta Dilma tinha nos avisado: se a oposição ganhasse, podíamos nos preparar, que vinha chumbo grosso. Esses representantes da elite, dos banqueiros, iam aumentar os juros para beneficiar os rentistas. Iam subir preços. Iam governar para os ricos e fazer a comida desaparecer na mesa dos pobres. Dito e feito!

Dilma não erra uma. Por isso tenho orgulho de dizer que ela faz parte do meu time e concordaria com minha avaliação: sarcasmo é coisa de gente engraçadinha e limitada. Sempre muito articulada e inteligente, a mulher sapiens que nos governa com tanta competência sempre vai direto ao ponto. Por exemplo: no Dia das Crianças, ela mandou uma mensagem objetiva e clara para todos, vejam:

Ah, se o Brasil ainda fosse governado por uma mulher inteligente dessas! Teríamos abundância de mandioca na mesa dos brasileiros! Por que foram votar em Aécio Neves? Inaceitável. Agora deu nisso: economia em queda livre, inflação em forte alta, e BC aumentando a taxa de juros mesmo nessa recessão braba. Banqueiros! Colocaram o Arminio Fraga no comando da economia, deu nisso. Todos com saudades de Guido Mantega agora, um economista brilhante (outro que não faz ironias, provando meu ponto), que se preocupava com os mais pobres.

Onde isso tudo vai parar? Não sei. Só sei que Dilma foi profética, e agora que colocaram os banqueiros tucanos no poder, só nos resta rir para não chorar. Vou ler as colunas do Greg, um rapaz jovem e espetacular nas suas sacadas, justamente porque não usa ironia nem sarcasmo. Vai direto ao ponto. Defende o PT e a Dilma com propriedade, argumentos sólidos, embasamento, e nunca, jamais aceitaria receber um só tostão de alguma estatal para isso, pois o faz com a convicção de um idealista puro!

Rodrigo Constantino

 

O PT não é igual aos outros partidos: é muito pior!

Acho engraçada a defesa que petistas e simpatizantes fazem do PT hoje, alguns fingindo até que estão criticando a legenda. Do “nunca antes na história deste país”, eles pularam para o “sempre antes na história deste país”, tentando passar a impressão de que o PT é “apenas” como os demais, que se corrompeu, que não resistiu à tentação, que se desviou de seus propósitos. Já cansei de mostrar aqui que não é nada disso, mas como o lado de lá continua insistindo na “tese”, preciso ser repetitivo.

É o caso do jornalista Luiz Garcia, de esquerda, que em sua coluna de hoje “critica” o PT com esse argumento, aproveitando para elogiar sua trajetória. Por sua ótica, o grande pecado do PT foi se desviar de seu passado de luta pelas massas, e se tornar mais um corrupto, como os outros. Diz ele:

No episódio mais recente, ficamos sabendo que o Partido dos Trabalhadores, mais conhecido por PT, tem trabalhado com grande entusiasmo para encher os bolsos de uma turma que certamente não se identifica com as ideias e propostas com que foi criado.

Alguns eleitores indignados talvez digam que o PT finalmente mostrou que é farinha do mesmo saco. Ou seja, o partido está apenas se igualando à maioria dos outros partidos. O tal saco, pelo visto, teria farinha para todos. E seria irresistível para políticos de todos os continentes.

[...]

Quando nasceu, o PT foi visto por muita gente boa como um partido que serviria para melhorar o nosso sistema político, já que representaria a grande massa de operários, que até então não tinha quem defendesse seus interesses.

Foi o que ele fez, durante muito tempo. Hoje, é com uma mistura de tristeza e indignação que vemos algo bem diferente: ele serve, talvez até com mais entusiasmo, aos interesses pessoais de uma grande fatia de seus quadros políticos.

[...]

Podemos ter algum consolo lembrando que o saco é universal. Seja como for, sempre vale a pena buscar, em todas as eleições, candidatos que não moram nele. Não é fácil, mas, quem sabe, a gente talvez consiga encontrar, pelo menos, políticos que ainda não se tenham corrompido. E que prestem atenção a um aviso por enquanto amistoso: “Vamos ficar de olho em você.”

O PT não mudou; apenas se revelou no poder. Lamento a todos os que acreditaram nos discursos petistas no passado: foram ludibriados, foram ingênuos, deixaram o romantismo falar mais alto do que a experiência, blindaram-se contra a lógica e a razão em nome das emoções, partiram para o monopólio das virtudes. O PT nunca representou de fato as massas; ele sempre as usou em sua retórica, apenas isso. Ele enxerga as massas como algo manipulável para seus fins políticos. Era um partido de “intelectuais” que não pensavam, de estudantes que não estudavam, e de sindicalistas que não trabalhavam.

E sempre foi oportunista, “revolucionário”, disposto aos meios mais nefastos para chegar e ficar no poder. Basta ver seus camaradas, seus companheiros: ditaduras comunistas, guerrilheiros que sequestram e vendem drogas em nome da causa, terroristas que matam inocentes, mas gozam da estima dos pares porque o fazem com uma foice e um martelo estampados no peito. O PT fundou o Foro de São Paulo em 1990! Não dá para alegar ignorância. O simpatizante se deixou enganar, pois se sentia melhor, mais puro, “consciente”, ligado ao “povo”, só por defender o PT.

Seus métodos corruptos já tinham sido expostos no governo gaúcho, antes da chegada ao governo federal. Antes mesmo, no sindicalismo torpe e oportunista. Em conluio com máfias do lixo, com bicheiros. O PT não viu sua bandeira ética se esgarçar no poder; ela apenas veio à tona toda corroída pelas traças, mas já era uma bandeira falsa. Ou alguém acha que José Dirceu, que se apresentou para a mulher após quatro anos de “casamento” depois da anistia, treinado em Cuba, era um romântico sonhador que lutava pelas massas e foi corrompido no poder? Sério?

O PT nasceu torto, mas muitos preferiram ignorar em nome da utopia, do monopólio das virtudes. O PT não é “apenas” igual aos outros; ele é muito mais corrupto, justamente porque rouba em nome da causa, com a consciência tranquila do “bom revolucionário”, de quem faz tudo “pelo povo”. Por monopolizar a bandeira da ética e ser, na prática, o mais corrupto, o PT é o pior de todos. Por ser tão cínico, por flertar com ditaduras, por não respeitar as regras do jogo democrático, por demonizar os adversários de forma pérfida, o PT é o pior de todos.

O jornalista de esquerda acha que o PT mudou, e que a lição é, agora, “ficar de olho”. Provavelmente ele defende um PSOL da vida, mostrando que não aprendeu absolutamente nada. Quer uma vez mais buscar a “pureza”, ainda que num discurso hipócrita e na defesa de meios que sempre levarão a mais corrupção, por concentrar poder no estado e por fornecer aos bandidos um salvo-conduto para o crime, pois feito em nome da causa “nobre”.

Se o PT fosse “apenas” tão ruim quando os demais, o Brasil não estaria nessa situação calamitosa. Está porque é governado há tempo demais por uma quadrilha disfarçada de partido político, por uma turma que abraça ditadores assassinos, que defende bandidos abertamente, que protege terroristas, que “faz o diabo” para ficar no poder. José Dirceu é a cara do PT. Alguém realmente está disposto a sustentar que ele era um idealista que “se corrompeu”, e hoje é “somente” tão ruim quanto os demais políticos brasileiros?

Rodrigo Constantino

 

A “Pátria Educadora” não sabe fazer contas!

Notícia do GLOBOA maioria dos alunos brasileiros ficou nos níveis mais baixos de aprendizagem (I e II, em uma escala que vai até IV) nos resultados do Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Terce), divulgados nesta manhã em Santiago (Chile). Coordenado pelo Escritório Regional de Educação da UNESCO para América Latina e o Caribe, o Terce avaliou o desempenho escolar de estudantes do ensino fundamental em matemática, leitura e ciências naturais de 15 países.

Em matemática, 83,3% dos estudantes brasileiros do 7º ano e 60,3% dos que cursavam o 4º ano ficaram nos níveis I e II. Apenas 4% e 12%, respectivamente, tiveram menção máxima, no nível IV, na disciplina. Em leitura, no 4º ano, foram 55,3% nos dois primeiros níveis. Entre os alunos do 7º ano, o índice foi de 63,2%. Em ciências naturais, 80,1% também ocuparam as duas classificações mais baixas.

Em resumo: nossas escolas são máquinas de produzir analfabetos funcionais e gente que não sabe fazer contas! É o que dá adotar como “patrono” da nossa educação o pedagogo comunista Paulo Freire, aquele que só enxergava “opressores” e “oprimidos” em sala de aula, que achava uma “boniteza” o fim da hierarquia do saber e do ensino de conteúdo objetivo, já que os alunos das periferias também traziam seu “conhecimento” para os professores.

Satisfeitos? Clima de insubordinação total nas escolas, alunos cada vez mais rebeldes e professores inseguros, militantes ideológicos e partidários disfarçados de “professores” que, em vez de ensinar a fazer conta e a ler direito, preferem ensinar sobre as “maravilhas” do socialismo e como ser um bom revolucionário, inspirados no “idealista” Che Guevara, e por aí vai. É a total falência de nossa educação.

Mas qual a solução proposta? Mais recursos públicos! Mais Paulo Freire! Mais “construtivismo” e menos ensino objetivo! Mais “horizontalização” e menos disciplina! A Pátria Educadora não consegue produzir alunos que saibam ler direito, interpretar textos e realizar operações básicas de matemática. Mas é mestre em produzir militantes, revolucionários, estudantes engajados, “politizados”, “conscientes”, que repetem como papagaios os dogmas marxistas.

Não corremos o menos risco de dar certo assim. O governo Dilma, que colocou a educação como “prioridade”, resolveu realizar boa parte do corte dos gastos no setor de educação, queterá R$ 1,2 bilhão a menos no orçamento.  Coerente? Não. Mostra que educação, para o PT, é apenas um slogan. Ou talvez até seja coerente, se o foco for criar futuros eleitores de esquerda. Nada como um analfabeto que não sabe somar para cair nas ladainhas do PT…

Se é para tirar mais dinheiro do trabalhador e colocar nesse sistema falido de ensino, talvez seja até melhor poupar o esforço mesmo. Dessa “educação” o Brasil definitivamente não precisa!

Rodrigo Constantino

 

A ressurreição dos chargistas sem medo antecipa a agonia do humorismo a favor

Um dos mais repulsivos filhotes da era lulopetista, o humorismo a favor só não chegou aos 100% de adesão porque havia no meio do caminho um gênio indomável. A epidemia de vassalagem atingiu tais dimensões que, durante muitos anos, Millôr Fernandes pareceu o único a obedecer ao primeiro mandamento da imprensa independente, que ele próprio concebera, e se estende a charges, cartuns, fotomontagem e demais ramificações do humor sem cabresto: “Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”.

Por covardia, vigarice ideológica ou dinheiro, o resto decidiu que Lula e Dilma mereciam o tratamento respeitoso, reverente ou submisso negado a todos os governantes desde o Descobrimento. Em qualquer país democrático, nenhum presidente diria que sua mãe nascera analfabeta sem que lhe desabasse sobre a cabeça uma tempestade de sarcasmos, ironias, deboches e outros castigos desenhados. Sempre impunemente, Lula fez isso e muito mais. E qualquer presidente que enxergasse cachorros ocultos por trás de uma criança seria afogada pela onda de desenhos inspirados em quem implora por camisas de força. Dilma fez isso e muito mais.

Faria mais ainda se não fosse surpreendida pela ressurreição dos chargistas livres como um táxi. Os chargistas estatizados, convém ressalvar, continuam amplamente majoritários. Mas os discípulos de Millôr estão de volta à paisagem brasileira e são cada vez mais numerosos. É o que atestam os 13 exemplos extraídos da amostra reunida pela jornalista e escritora Vera Japiassu e repassada à coluna por Moacir Japiassu, grande jornalista e escritor do primeiríssimo time.

O renascimento do humor sem medo nem patrão é outra luminosa evidência de que ─ apesar de tudo, apesar de tantos ─ existe vida inteligente na terra destruída pelo estadista que não lê e arrasada pela sumidade que não sabe o que diz.

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Como o governo pega seu dinheiro para influenciar as massas a favor dele

Por Luan Sperandio Teixeira, publicado noInstituto Liberal

A história nos mostra que o estado enquanto organização social se originou através da força e do uso de coação. Todavia, em longo prazo, com o surgimento de mecanismos para restringir o seu poder, com o estabelecimento de uma burocracia e do aparato estatal, apenas o uso da força não mais era suficiente para manter a sua existência e para seu governo influenciar a população a seu bel prazer.

Independente de haver um regime democrático ou não, um governo precisa ter o apoio da maioria de seus cidadãos para se manter no poder. Isso apenas é possível se a maioria das pessoas for persuadida por uma ideologia cuja argumentação não apenas defenda como boas às práticas do governo, porém certamente que elas foram melhores do que outras possíveis alternativas.

Nesse sentido, Murray Rothbard refletiu que:

É evidente que o estado precisa de intelectuais; mas não é algo tão evidente por que os intelectuais precisam do estado. […] podemos afirmar que o sustento do intelectual no livre mercado nunca é algo garantido, pois o intelectual tem de depender dos valores e das escolhas das massas dos seus concidadãos, e é uma característica indelével das massas o fato de serem geralmente desinteressadas de assuntos intelectuais. O estado, por outro lado, está disposto a oferecer aos intelectuais um nicho seguro e permanente no seio do aparato estatal; e, consequentemente, um rendimento certo e um arsenal de prestígios. E os intelectuais serão generosamente recompensados pela importante função que executam para os governantes do estado, grupo ao qual eles agora pertencem.[1]

Vale ressaltar que, no tocante às restrições e limitações impostas ao poder estatal, o francês Bertrand de Jouvenel expôs que “cada uma destas teorias perdeu, mais cedo ou mais tarde, o seu propósito original”[2] através do estado recorrendo aos seus aliados intelectuais. Ou seja, os freios impostos ao poder estatal aos poucos são flexibilizados através de novas interpretações e hermenêuticas, em grande parte produzidas e idealizadas por intelectuais financiados pelo estado a fim de legitimar esse crescimento de intervencionismo, que avança as fronteiras a que era limitado originalmente.

Vale notar que intelectuais financiados pelo governo dificilmente o criticarão. Afinal, quem morderá a mão que o está alimentando? Por conseguinte, ao financiar uma elite cultural, o governo visa influenciar as massas de forma favorável para si.

Ademais, o governo conta com todo um aparato estatal de propaganda governamental. No que tange aos gastos com campanhas publicitárias do governo federal brasileiro, a jornalista Marina Pinhoni destacou que os gastos do governo brasileiro em 2013 (R$ 2,46 bilhões[3]) foram assustadoramente maiores que os investidos pela gigante Ambev[4].

O jurista Hugo de Brito Machado, no tocante aos gastos com propaganda governamental[5], refletiu que:

“na empresa privada a propaganda é necessária para atrair clientela. Daí a divulgação insistente das qualidades de muitos produtos e serviços. É a disputa do mercado. A disputa do cliente, porque este gera mais receita, sem a qual a empresa não pode sobreviver. Os órgãos do Estado não precisam fazer propaganda. […] Nenhuma entidade prestadora de serviços públicos precisa atrair clientes.”[6]

intelectualNo panorama brasileiro, apenas o valor gasto em patrocínios do governo federal foi de R$ 1,42 bilhão em 2014[7], inferior ao ano anterior apenas por causa das restrições pertinentes ao ano eleitoral, como se verifica no quadro ao lado. Entrementes, verifica-se acentuado crescimento com o passar dos anos.

Daí a importância da crítica intelectual independente para tecer contrapontos ao que defendem os estudiosos governistas. É preciso haver acolhimento institucional de pessoas que pensam de forma diferente do tradicional paternalismo e intervencionismo estatal. Há certamente demanda para isso, mas para tanto, é preciso haver patrocínio ideológico.

Como asseverou o filósofo Luiz Felipe Pondé[8]: “se você acha que é preciso jovens que desenvolvam um país diferente, é preciso apoiar essas pessoas”. Isto é, para frear a reprodução de discursos anti-livre mercado e facilitar o ambiente de negócios, é preciso financiar centros culturais e think tanks[9] que defendam liberdades econômicas e a primazia do indivíduo sobre a coletividade.

Por fim, o estado gastando cada vez mais com propaganda e com financiamento de intelectuais (utilizando seu dinheiro para isso!) trata-se, nada mais, que a pavimentação do caminho da servidão[10]. O financiamento à crítica intelectual independente por parte da iniciativa privada e o estabelecimento de restrições legais mais rígidas às publicidades governamentais são remédios para tornar o ambiente de negócios mais salutar e mudar esse lamentável quadro.

[1] ROTHBARD, Murray N., A anatomia do Estado, p. 14.

[2] DE JOUVENEL, Bertrand, O poder, História Natural de seu Crescimento, f. 27.

[3] Valores corrigidos pelo IGP-M, ou R$ 2,31 bilhões, em valores correntes.

[4] Disponível em: https://exame.abril.com.br/brasil/noticias/dilma-gasta-mais-em-publicidade-que-cervejas-da-ambev.

[5] A publicidade é o gênero e propaganda é uma espécie de publicidade, podemos dizer que essa espécie identifica-se pela finalidade. Enquanto a publicidade tem por fim apenas tornar conhecido o fato divulgado, a propaganda tem por fim fazer isto com o propósito de influir no íntimo das pessoas às quais se dirige, não necessariamente para que comprem um bem ou um serviço, mas para que adotem certo comportamento. (Teodoro Gonzáles Ballesteros, 1998, PP.669-670.

[6] MACHADO, Hugo de Brito, Curso de Direito Tributário, p. 26.

[7] Disponível em: https://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/2015/04/24/governo-dilma-gastou-r-142-bilhao-em-patrocinios-em-2014/

[8] Em palestra ministrada em São Paulo em 27 de janeiro de 2015. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=Hy-kHGIKeAI.

[9] Think tanks são organizações ou instituições que produzem e difundem conhecimento sobre assuntos estratégicos, com vistas a influenciar transformações sociais, políticas, econômicas ou científicas, sobretudo em assuntos sobre os quais pessoas comuns não encontram facilmente, como o Instituto Liberal J

[10] Do qual o Nobel em Ciências Econômicas Friedrich von Hayek nos alertou. Disponível em https://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=31.

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1 comentário

  • Carlos Massayuki Sekine Ubiratã - PR

    Lembro-me de uma palestra que assisti há muitos anos em que o orador comentou que se os químicos de uso agrícola são chamados de agrotóxicos, por analogia os produtos veterinários deveriam ser chamados de zootóxicos, e os produtos farmacêuticos de antropotóxicos... Químicos agrícolas, veterinários ou farmacêuticos muitas vezes pertencem ao mesmo grupo e às vezes utilizam até os mesmos princípios ativos e todos eles têm em comum o fato de sofrerem uma fiscalização rigorosa por parte dos órgãos competentes. Remédios também podem causar morte por mau uso. O problema então não é o produto e sim a sua utilização incorreta.

    Quanto aos transgênicos, lembro-me de ter dito em uma apresentação para alunos do segundo grau, ao responder uma pergunta sobre os supostos malefícios dos transgênicos, que o que faz mal mesmo é não comer. Não comer mata em uma semana.

    A professora pareceu não gostar muito da resposta, mas as pessoas têm que se ater aos fatos e não a suposições sem base científica.

    A revolução verde em sua primeira fase possibilitou, através da mecanização e do uso de químicos, a produção em massa de alimentos que por sua vez possibilitou o aumento da população. Em sua segunda fase, a dos transgênicos, está revolucionando a produtividade e a qualidade dos alimentos e possibilitando a redução no uso de químicos. A verdade é que as pessoas, principalmente as mais pobres, se alimentam muito melhor, vivem muito melhor e mais tempo hoje do que antes da revolução verde quando os alimentos não tinham agroquímicos, porém a sua quantidade e qualidade eram insuficientes. As pessoas tinham expectativa de vida de no máximo 50 anos.

    São fatos históricos e científicos que só a cegueira ideológica não deixa enxergar.

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    • Eduardo Lima Porto Porto Alegre - RS

      Excelente o seu comentário Senhor Carlos.

      Chama atenção que os "ecologistas" não tenham sequer uma visão histórica sobre como as ferramentas que chamam de "agrotóxicos" permitiram o avanço da produtividade por hectare e evitaram que se desmatasse ainda mais as florestas. Num Mundo que aumentou significativamente a população e a expectativa de vida, esses Idiotas pensam que irão produzir alimento suficiente de que forma?

      Como são "Socialistas" em sua maioria, talvez estejam por trás dessas campanhas pensando em promover Genocídeos como os que ocorreram na Africa nos últimos 50 anos. Para os maiores Genocidas da Africa, que mataram a milhões de pessoas de fome ou assassinadas, que confiscaram fazendas produtivas e promoveram a "luta de classes", curiosamente, foi dado o PRÊMIO LENIN DA PAZ.

      Por aqui, me parece que o candidato a essa congratulação hedionda é João Pedro Stedile do MST.

      Adotemos a Agricultura Orgânica, mas antes temos de criar as condições para que 1/3 da população da terra migre para outro planeta, que o outro 1/3 possa viver no fundo do mar e que o restante, Comunistas e Faceiros, possam viver num Mundo em que todos são iguais, passando fome todos juntos e podendo reproduzir sem freios as aspirações Marxistas-Leninistas-Castristas-Chavistas e Lulistas. Desejo que nunca lhes falte Papel Higiênico.

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    • Telmo Heinen Formosa - GO

      Tudo no mundo é droga, o que faz a diferença entre remédio e veneno é a dose... os quimicos alemães vem dizendo isto há 200 anos. Um exemplo gritante de ENGANAÇÃO é dizer que o Glifosato é um produto químico com efeito cancerígeno mas por intenção OMITIR que na tabela classificatória ele está no mesmo patamar do chimarrão e do café. Durma-se com um barulho destes!

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    • Eduardo Lima Porto Porto Alegre - RS

      Bem lembrado Telmo. Me ocorre que é importante fazer um cálculo para mostrar o tamanho da incongruência dessa gente:

      - 01 hectare de Soja consome em média 3 litros de Glifosato, que contém 480g/litro de ingrediente ativo. No total, 1.4kg/ha de Glifosato que é diluído em 100 litros de água para pulverização. Considerando que 1 hectare possui 10.000m2, temos que cada m2 recebe 0,00014kg de Glifosato no solo. O produto tem um nível elevado de degradação que, segundo a literatura técnica, ocorreria no intervalo entre 60-90 dias, ou seja, antes da Soja estar no ponto de colheita. Na hipótese de que o "Glifosato" fosse carreado para o grão em quantidades elevadas, o que aceita-se apenas para efeito de ilustração, haveríamos de descobrir o percentual que não foi efetivamente degradado e que poderia estar presente no grão.

      Há que se destacar que a Soja, da forma como é cultivada por aqui e considerando os nossos hábitos, não é destinada ao consumo humano.Isso ocorre na Asia, mas não por esses Pampas. Quase a totalidade do que é produzido é voltado para ração animal. Nesse contexto, aquele grão supostamente "envenenado" passa por um processo termo-químico para extração do óleo e do farelo (esse sim voltado para a alimentação animal). O resultante em termos de farelo corresponde a algo como 0,78kg para cada 1kg de soja que ingressa na fábrica. Tomando como base que para formar um 1 frango de 3kg são necessários em média 0,6kg de farelo de soja, é realmente bem pouco provável que a contaminação com o Glifosato seja oriunda da carne.

      Por isso, achei brilhante a tua analogia de que o Chimarrão nosso de todo o dia é capaz de fazer mais mal a saúde do que o "veneno".

      Gostemos ou não, o Glifosato tem uma importância histórica muito grande, tem sido uma das principais ferramentas que contribuiram para a elevação da produtividade agricola. Tomara que desenvolvam um substituto menos tóxico e que tenha eficiência superior, mas até lá esses inconseqüentes devem ampliar o campo de visão e avaliar melhor as implicações das suas propostas.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Eduardo, permita-me um aparte. Segundo técnicos da área, o glifosato induz o vegetal a apresentar uma deficiência de certos micronutrientes, entre eles, o Selênio (Se). É do conhecimento dos fisiologistas que o Se é responsável pelo metabolismo que vai resultar no neurotransmissor Serotonina. A depressão que é chamada de a "Doença do Século" tem em suas causas uma certa relação com a Serotonina.

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    • hamilton.possebon São José dos Pinhais - PR

      Sempre se fala mal dos agrotóxico , principalmente quando é frutas e hortaliças . Eu trabalho na agricultura familiar comecei com 10 anos de idade , na quela época eu não me preocupava com a saúde manejava os veneno com as mão , não existia receita para comprar os produtos tóxico , hoje tudo mudou não se compra mais

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Eduardo só para reforçar meu aparte, este link traz "alguma informação": http://pt.slideshare.net/siqueiradamata/glifosato-yamada

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