Índice de Atividade Econômica sobe 0,03% em maio sobre mês anterior, aponta BC
Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - A atividade econômica brasileira ficou praticamente estagnada em maio na comparação com o mês anterior, apontou o Banco Central nesta sexta-feira, ecoando a dificuldade de recuperação da economia após um resultado fraco em abril.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve variação positiva de 0,03 por cento em maio sobre o mês anterior, de acordo com dados dessazonalizados.
O resultado mostra melhora diante da queda de 0,88 por cento em abril na mesma base de comparação, em dado revisado para baixo pelo BC após divulgação anterior de recuo de 0,84 por cento.
Ainda assim, o desempenho em maio ficou abaixo da mediana das expectativas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,20 por cento no mês.
Com isso, a trajetória de contração da atividade prossegue no país, em um ambiente marcado por ajuste fiscal, inflação alta, aperto da política monetária e aumento do desemprego.
Até maio, o indicador acumula queda de 2,64 por cento no ano. Já na comparação com o mesmo mês de 2014, o IBC-Br tem queda de 3,08 por cento, e mostra perda de 1,68 por cento em 12 meses, sempre em números dessazonalizados.
"O resultado...ficou relativamente estável, mas a tendência da série não mostra qualquer alívio", avaliou a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif.
"Acho que temos ainda algumas leituras negativas pela frente. Por ora, é difícil a gente enxergar uma volta da atividade econômica", completou.
O resultado em maio foi positivamente impactado pela alta de 0,6 por cento na produção industrial do país no mês sobre abril, em um dado inesperado que interrompeu três meses de queda.
Por outro lado, as vendas no varejo brasileiro caíram 0,9 por cento em maio, no pior patamar para o mês em 14 anos e muito abaixo das expectativas.
Na visão do economista da Tendências Rafael Bacciotti, o resultado do IBC-Br em maio reforça a percepção de atividade econômica fraca. Ele apontou expectativa de declínio de 1,6 por cento do PIB no segundo trimestre sobre o período anterior, após recuo de 0,2 por cento nos primeiros três meses do ano.
"A deterioração do mercado de trabalho, rendimento real em queda e toda a crise política devem de alguma forma afetar ainda os indicadores de confiança, que no fundo são o gatilho que a gente tem", disse.
A economia brasileira vem sendo contaminada por uma fraqueza disseminada entre os setores, levando economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central a enxergar contração do PIB de 1,50 por cento neste ano.
Se confirmada a estimativa, esta será a pior leitura para a atividade em 25 anos e o primeiro resultado negativo desde 2009.
O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.
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