Wall St fecha em forte queda por temores em relação à China

Publicado em 08/07/2015 21:33

(Reuters) - Os principais índices acionários dos Estados Unidos fecharam com queda expressiva nesta quarta-feira, com a turbulência no mercado da China ofuscando a preocupação com a crise da dívida grega, em meio a uma grande queda no sistema da Bolsa de Nova York (NYSE).

Temores de que uma piora no mercado chinês de ações poderia prejudicar seriamente a economia do país e contaminar outros mercados empurraram o S&P 500 para abaixo de sua média de 200 dias pela primeira vez desde outubro e para o território negativo no ano.

O índice Dow Jones fechou em queda de 1,47 por cento, a 17.515 pontos. O S&P 500 perdeu 1,66 por cento, a 2.046 pontos. O Nasdaq recuou 1,75 por cento, a 4.909 pontos.

A NYSE, uma unidade da Intercontinental Exchange, retomou o pregão no fim da sessão, depois que um problema técnico forçou a suspensão dos negócios por mais de três horas, na maior interrupção a afetar o mercado financeiro norte-americano em quase dois anos.

As ações chinesas caíram mais de 30 por cento nas últimas três semanas, e alguns investidores temem que a turbulência da China seja agora um risco maior do que a crise grega.

"Não acho que a situação na Grécia é um foco nos mercados para além do curto prazo", disse o diretor de investimentos da Solaris Group, Tim Ghriskey, em Bedford Hills, Nova York. "A questão é realmente sobre a China, onde a onda de vendas continua inabalável, apesar dos esforços do banco central da China para impedir isso."

 

Na FOLHA: Bolsa de NY, United e Wall Street Journal têm falhas técnicas

O secretário de Segurança Interna dos EUA, Jeh Johnson, disse que problemas técnicos registrados nesta quarta-feira (8) pela United Airlines e pela Bolsa de Nova York aparentemente não estão relacionados a uma atividade "ilegal".

"Eu mesmo falei com o CEO da United, Jeff Smisek. Do que sabemos até agora, parece que o mau funcionamento na companhia aérea e na bolsa não resulta de um ator nefasto", disse Johnson durante um discurso no Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos, um think tank em Washington.

  Justin Lane/Efe  
Operador fala ao telefone durante interrupção das operações em Nova York
Operadores fala ao telefone durante interrupção das operações em Nova York

"Temos menos informações sobre o Wall Street Journal, exceto que seu sistema está funcionando de novo", acrescentou.

No início desta quarta, voos da United ficaram sem decolar depois de uma pane no roteador diminuiu a conexão entre as redes da companhia aérea.

Quando a United começava a fazer seu sistema voltar a funcionar, as trocas comerciais na bolsa pararam devido a um problema técnico, enquanto o site do Wall Street Journal registrou erros.

Johnson também disse que aproximadamente 4,2 milhões de pessoas, incluindo empregados do governo e funcionários terceirizados, foram notificados sobre a recente invasão em dados pessoais de funcionários do governo.

Os investigadores, porém, ainda tentam determinar o número total de pessoas afetadas pelas atividades dos hackers.

 

Fed precisa de mais dados para elevar juros, mostra ata do Fomc


WASHINGTON (Reuters) - Autoridades do Federal Reserve, banco central norte-americano, precisam ver mais sinais de fortalecimento da economia dos Estados Unidos antes de elevarem os juros, de acordo com a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) divulgada nesta quarta-feira, na qual a crise da dívida da Grécia foi citada como uma séria preocupação.

A ata da reunião de 16 e 17 de junho do Fomc mostra que o banco central continua se deparando com obstáculos em seu plano de elevar os juros neste ano, na esteira de indicadores econômicos mistos domésticos e com crescentes turbulências nos mercados no exterior. A ata reforçou a avaliação de que a alta dos juros deve ter de esperar até pelo menos setembro.

"Muitos participantes enfatizaram que, para determinar que os critérios para dar início à normalização da política monetária foram cumpridos, precisariam de informações adicionais indicando que o crescimento econômico está fortalecendo, que as condições do mercado de trabalho continua melhorando e que a inflação está se movendo em direção ao objetivo do Fomc", trouxe a ata.

Eles acrescentaram que elevar os juros cedo demais, enquanto as pressões inflacionárias continuam modestas, poderia prejudicar a credibilidade do Fed sobre ser capaz de lidar com choques de baixa sobre os preços.

Em junho, o banco central manteve os juros quase zerados, patamar em que têm permanecido desde dezembro de 2008. Mas o Fed indicou que está caminhando para pelo menos um e talvez dois aumentos de juros ainda neste ano.

Na época da reunião de dois dias do Fed em junho, a Grécia ainda não havia dado calote em sua dívida e a bolsa da China ainda não estava em queda livre.

No entanto, a ata apontou preocupações sérias das autoridades com os problemas econômicos da Grécia, em um sinal de como as turbulências do mercado no exterior poderiam descarrilar os planos de alta de juros do Fed se o contágio se espalhar.

"Muitos participantes expressaram preocupação com a possibilidade de a Grécia e seus credores oficiais fracassarem em resolver suas diferenças, o que poderia resultar em turbulências nos mercados financeiros na zona do euro, com possíveis efeitos de contágio nos Estados Unidos", segundo o documento
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Fonte:
Reuters + FOLHA

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1 comentário

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    Liberais e conservadores já alertaram sobre o colapso Chines a pelo menos 5 anos. Agora diante do colapso iminente saberemos em quem irão colocar a culpa. No imperialismo ganancioso americano talvez. - http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1868

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    • Luiz Alfredo Viganó Marmeleiro - PR

      Caro Rodrigo, pelas informações iniciais o tombo no mercado acionário chines foi provocado pelo próprio governo ao cortar os abundantes financiamentos direcionados à compra de ações das blue chips nacionais, aliado a proibição dos grandes acionistas em não vender tais ações por um período de 6 meses. Mais a tal "pane" no mercado americano de ontem dão margem a muita especulação, apesar de nesse momento o mercado asiático estar em recuperação. Só não esqueça que as regras liberais de mercado se aplicam parcialmente na China, onde a mão pesada do politburo pode intervir como quiser na economia... O maior problema pra nosotros é a excessiva dependência do gigante chines, sendo que qualquer espirro lá pode virar uma febre de 40 graus por aqui...

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Sr. Viganó, um dos principios básicos do liberalismo é o de que o Estado, governo, instituições públicas não devem interferir na economia. O liberalismo em estado puro exigiria a extinção do próprio Banco Central. Mas isso é teoria, pois em estado mais puro ainda, a teoria liberal diz que nem educação, saúde e mesmo a segurança devem ser deixados sob o encargo do governo, restando portanto ao governo apenas as questões do direito e da justiça. Como sou um liberal conservador e Católico, acredito que certas instituições devem ser preservadas e sempre que possivel melhoradas, como a segurança pública, a saúde pública e a educação pública, sem demonizar contudo o setor privado, que deve ser predominante e sujeito à regras de responsabilidade individual, ou seja, sem apelar ao coletivo para resolver seus problemas individuais.

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    • Guilherme Frederico Lamb Assis - SP

      Argentina cresceu todo no modelo economico socialista Keynesiano, embasado no estimulo estatal ao consumo, de proporções diferentes, mas o mesmo que estamos sentido agora, as consequências dos 12 anos de PT. Na china isso é muito pior, pois aquilo ja é uma ditadura oficial há anos, o partido único mantem sobre redias curtas a grande maioria dos chineses, principalmente do interior que são muito pobres. O Rodrigo esta correto na explicação, é um modelo viciado que só tem um caminho, o caminho da ruína.

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