Ministro Edinho diz que tentará anular delação de empreiteiro contra Dilma
A primeira reação do governo depois de VEJA revelar os detalhes da delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, partiu dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva - que foi tesoureiro da campanha presidencial em 2014 e é acusado de pressionar o empreiteiro a doar 7,5 milhões de reais. Neste sábado, ambos concederam uma entrevista coletiva em que pouco acrescentaram ao discurso oficial de negação. A estratégia, desenhada mais cedo em uma reunião com a própria Dilma no Palácio da Alvorada, foi enfatizar que as doações foram registradas na Justiça Eleitoral e, ao mesmo tempo, dizer que outros partidos, inclusive os de oposição, foram favorecidos pelas doações da UTC.
Além de criticar o que chamou de "vazamento seletivo" da delação, Edinho Silva disse que a delação "não expressa a verdade dos fatos" e assegurou ter cumprido as orientações de Dilma. "Ela sabe que eu cumpri exatamente o que ela pediu que eu cumprisse: que eu arrecadasse com lisura e dentro da legalidade", afirmou. Ele disse ter se reunido com Pessoa para tratar apenas de doações legais, e negou ter usado a Petrobras para pressionar o empreiteiro a financiar a campanha de Dilma.
O petista prometeu acionar a Justiça para ser ouvido no processo e, confirmado o teor da delação de Pessoa, processar o delator. "Se as mentiras (a delação de Pessoa) divulgadas pela imprensa forem comprovadas eu tomarei as medidas judiciais em defesa da minha honra", afirmou. O ministro disse que isso poderá levar à anulação da delação do empreiteiro. "Comprovadas as mentiras, isso fará cessar inclusive os benefícios decorrentes da delação premiada."
Nem Edinho Silva nem Aloízio Mercadante, outro implicado diretamente nas revelações de Pessoa, deixarão o cargo. Segundo Cardozo, a presidente Dilma Rousseff diz manter a confiança neles e os orientou a se defender. Mercadante, entretanto, deixou de embarcar na comitiva presidencial que embarcou para os Estados Unidos neste sábado.
De acordo com Cardozo, a orientação da presidente foi para que Edinho e Mercadante reagissem às afirmações feitas por Ricardo Pessoa: "Ela disse ao ministro Edinho e a todos os outros que porventura tenham sido atingidos que agissem. Ou seja: defendam-se porque vocês estão sendo objeto de inverdades e informações caluniosas", disse o ministro da Justiça.
O novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, e a Presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de posse(Ueslei Marcelino/Reuters)
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Giovanni Rezende Colinas do Tocantins - TO
O Sr. Edinho pode ficar tranquilo. Ele será ouvido... O processo judicial é baseado no contraditório e no direito de defesa, formando assim o devido processo legal, pois no Brasil impera o Estado Democrático de Direito. O resto é FALÁCIA.