Com dificuldade de alongar as escalas, frigoríficos diminuem pressão baixista mas ainda tentam emplacar preços abaixo da referência

Nesta segunda-feira (22), o mercado do boi gordo opera com menor pressão sobre os preços da arroba. As dificuldades dos frigoríficos em alongar as escalas reduziu a tentativa da indústria em ofertar abaixo da referência.

No decorrer da última semana, os frigoríficos estavam ofertando de R$ 5,00 a R$ 8,00 abaixo da referência, mas segundo o consultor Alex Santos Lopes, da Scot Consultoria, poucos negócios aconteceram nesses patamares, haja vista que a oferta continua restrita e os pecuaristas resistem em entregar os animais em baixos preços.

Com as escalas de abate programadas de 3 a 4 dias, em São Paulo a maioria dos negócios já acontece dentro da referência de R$ 146,50/@. De acordo com Lopes, essa manobra da indústria é uma tentativa de recuperação das margens, visando o longo prazo, onde um ingresso na entressafra pode impulsionar novas altas no mercado.

"Eles tentaram baixar um pouco os preços para garantir que os próximos patamares máximos não sejam muito elevados neste ano", explica Lopes.

Segundo o consultor, mesmo a ligeira melhora de demanda no inicio do mês, a pressão de baixa pode continuar no curto prazo caso a necessidade de compra dos frigoríficos não seja elevada.

No mercado atacadista de carne com osso, os preços estão estáveis, "mas o que se espera para essa semana é queda nos preços" já que o consumo na segunda quinzena do mês é fraco, considera Lopes. As carcaças de animais inteiros e castrados estão cotadas em R$9,00/kg e R$9,30/kg, respectivamente.