Milho: Após altas acentuadas, mercado opera com ligeiras quedas na manhã desta 5ª feira na CBOT
Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta quinta-feira (18) com ligeiras perdas. As principais posições do cereal exibiam quedas entre 1,00 e 1,75 pontos, por volta das 7h57 (horário de Brasília). O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,57 por bushel, depois de encerrar a sessão anterior a US$ 3,59 por bushel.
As cotações voltaram a operar em território negativo após dois dias de altas acentuadas no mercado internacional. As chuvas recentes e a previsão de mais precipitações para os próximos dias tem sido o principal fator de sustentação aos preços do cereal.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destacou que, o mercado já começa a observar a previsão de clima para os meses de julho e agosto, quando as temperaturas deverão ficar mais altas nos EUA. Se confirmado, esse cenário poderia afetar as plantas, causando até mesmo o abortamento das flores e impactar o potencial produtivo das lavouras.
Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) deve reportar novo boletim de vendas para exportação. Na semana anterior, o número de vendas para a safra 2014/15 ficou em 495,6 mil toneladas. Da safra nova, o número ficou em 170,5 mil toneladas do cereal.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Milho: Mercado foca o clima nos EUA e fecha em alta pelo 2º dia consecutivo em Chicago
Pelo segundo dia consecutivo, as cotações do milho fecharam em alta na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal terminaram a sessão desta quarta-feira (17) com ganhos entre 5,00 e 5,50 pontos. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,59 por bushel, depois de iniciar o pregão a US$ 3,58 por bushel.
Segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado do cereal encontrou suporte nas previsões de mais chuvas para o Meio-Oeste dos Estados Unidos nos próximos dias. "Não teremos tempo hábil para fazer o replantio do cereal, já que o produtor que fizer poderá ter problemas com geadas mais adiante", explica.
Além disso, a chegada da tempestade tropical Bill deve ocasionar mais chuvas para o cinturão produtor de milho nos próximos dias. As chuvas intensas se movem do Texas para outros estados da região e agravar o cenário. Para os próximos 7 dias, as precipitações deverão ficar acima da média, entre 127 a 177 mm, de acordo com dados do Serviço Nacional de Meteorologia.
De acordo com informações do The Van Trump Report, boletim agrícola, o mês de maio foi o mais chuvoso dos últimos 121 anos nos EUA, conforme registros do serviço de meteorologia do país. "Com isso, há rumores de que podemos ver mais lavouras em condições não tão favoráveis", disse o presidente do boletim, Kevin Van Trump.
Em seu último relatório, divulgado no início da semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) revisou para baixo o índice de lavouras em boas ou excelentes condições de 74% para 73% até o último domingo.
Paralelamente, o consultor ainda sinaliza que o plantio do grão norte-americano ficou concentrado. "E nos meses de julho e agosto, quando temos previsão de temperaturas mais elevadas, as plantas estarão em fase de florescimento, o que pode ocasionar o abortamento das flores e perda no potencial produtivo das lavouras. Então, o mercado já começa a olhar esse cenário também", afirma.
Em contrapartida, os investidores também terão que recomprar as suas posições, o que pode dar suporte aos preços nas próximas sessões, segundo ressalta Brandalizze. "O mercado está muito vendido. No patamar de US$ 3,50 por bushel, os vendedores somem do mercado, mas o nível dos US$ 4,00 por bushel é um limitante. Precisamos de mais notícias, como as das chuvas e os impactos para a cultura para alavancar os preços da commodity. Se for confirmada as altas temperaturas nos próximos meses, poderemos ver o mercado trabalhando entre os US$ 3,90 a US$ 4,10 por bushel", acredita.
Produção de etanol nos EUA
A produção de etanol foi projetada em 980 mil barris diários até a semana encerrada no dia 12 de junho. O número ficou abaixo do observado na semana anterior, de 992 mil barris diários. Na contramão desse cenário, os estoques subiram de 20,2 para 20,7 mil barris no mesmo período. Os dados foram divulgados pela AIE (Agência de Informação de Energia).
Mercado interno
No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega em outubro/15 encerrou a segunda-feira a R$ 28,00, com queda de 1,75%. O valor está abaixo do registrado no dia anterior, de R$ 28,50. "A queda do dólar, que acabou anulando os ganhos mais fortes observados em Chicago", diz Brandalizze. O câmbio fechou o dia a R$ 3,06, com queda de 0,97%.
Já no mercado interno, a tendência é de pouca modificação no cenário nos próximos meses. O consultor ainda destaca que há oferta da safra de verão e os poucos compradores têm conseguido suprir a necessidade dos compradores nesse momento.
A saca do cereal é cotada a R$ 19,00 em Toledo (PR), valor que deixa uma margem bastante ajustada aos produtores rurais. “Alguns agricultores fecharam negócios antecipados a R$ 23,30 a saca, valor que cobre o custo de produção. Temos que estar atentos à próxima safra, principalmente em relação aos custos mais elevados e a lucratividade irá baixar”, relata o presidente do Sindicato Rural do município, Nelson Paludo.
"Ainda temos a safra de verão e um pouco da safrinha chegando ao mercado e abastecendo as indústrias do Sul e Sudeste do Brasil. Mas, a partir de setembro e outubro, com os embarques mais fortes poderemos ter uma mudança no cenário", acredita o consultor.
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