Os patrocinadores do terror e do humor de cada dia (Depressão, choro e inapetência)
Depressão, choro e inapetência
Preso desde abril, em Curitiba André Vargas pediu atendimento psiquiátrico. Está deprimido.
Luiz Argôlo, preso na mesma leva, só faz chorar na carceragem.
Já João Vaccari Neto tem, com frequência, se recusado a comer.
Por Lauro Jardim
Estado de alerta
Dilma Rousseff disse a interlocutores duas semanas atrás numa reunião no Planalto: “Vão tentar aprontar contra nós no TCU”.
O tribunal pode julgar ilegais as pedaladas fiscais do governo.
Por Lauro Jardim
Vetar ou não vetar
Dilma foi aconselhada a não vetar a mudança no fator previdenciário para não se indispor com o Congresso. No dia seguinte à sanção, ela enviaria uma medida provisória que revertesse o impacto na Previdência.
A presidente ainda não tomou a decisão.
Por Lauro Jardim
Ouça a íntegra e confira um trecho da entrevista espantosa: a presidente do Brasil já não governa sequer o que diz
O áudio em estado bruto e o texto sem revisão nem retoques, ambos divulgados pelo Portal do Planalto, informam que o que deveria ser uma entrevista da presidente Dilma Rousseff ao jornalista mexicano Dario Pignotti foi uma genuína conversa de hospício. O que se ouve e lê é um documento histórico tão precioso quanto perturbador. E o confronto de alguns trechos demonstra que o diálogo amalucado nada tem a ver com versão publicada por La Jornada.
Dos 22min22 aos 24min02, por exemplo, entrevistado e entrevistadora produzem em dueto uma estarrecedora sequência de frases desconexas, afirmações sem pé nem cabeça e apartes bêbados que a rapaziada do Portal do Planalto transcreveu com elogiável fidelidade:
Presidenta: Qual é a cor da sua bandeira?
Jornalista: Branca, azul e vermelha.
Presidenta: Branca, vermelha e azul, não é? Não, verde.
Jornalista: Não, vermelha e verde, verde. Igual que a da Irlanda, igual que a da Itália, só que tem o escudo no meio, da águia com a serpente.
Presidenta: Ah, tem o escudo no meio, está certo, com a serpente. E deixa eu te falar uma coisa…
Jornalista: Mexicanos são grito de guerra,
Presidenta: Por que que eu perguntei isso? Sabe por quê? Teve um teatrólogo brasileiro, que você deve conhecer, Nelson Rodrigues, que, além, disso, foi um colunista de futebol.
Jornalista: Sim, claro.
Presidenta: Que quando se referia à Seleção Brasileira, dizia que a Seleção Brasileira era a pátria de chuteiras, a pátria verde e amarela de chuteiras, Lá, a Seleção Mexicana é a pátria azul, branca e verde…
Jornalista: Não, a camisa é verde, a camisa da Seleção. Sim, é verde.
Presidenta: É verde? Então, é a pátria verde e chuteiras. A nossa também às vezes é verde, hein?
Jornalista: Agora deixa eu fazer uma pergunta, uma pergunta...
Presidenta: Agora, a Petrobras é tão importante para o Brasil como a Seleção.
Jornalista: Claro.
Presidenta: Então, eu sempre disse o seguinte: se a Seleção Brasileira é a pátria de chuteiras, a Petrobras é a pátria com as mãos sujas de óleo.
Jornalista: Ah, isso é muito bom, Presidente, é uma frase muito boa.
Presidenta: E vocês têm também a pátria suja de óleo lá, a mão suja de óleo.
Jornalista: Desde o presidente Cárdenas.
Presidenta: Cárdenas, el grande presidente Cárdenas.
Recriada pelos editores mexicanos, essa intragável gororoba de 243 palavras acima servida virou uma sopa de letras que se pode engolir sem engasgos:
“Le cuento una historia: en Brasil hubo un escritor y cronista de futbol, Nelson Rodrigues, que cuando se refería a la selección decía que era la patria verdeamarilla con botines de futbol. En forma análoga, Petrobras es una empresa querida por el pueblo brasileño, para mí es tan importante para Brasil como la selección de futbol, y creo que en México ocurre algo parecido con Pemex, desde que el gran presidente Lázaro Cárdenas nacionalizó los hidrocarburos en los años 30″.
(Tradução livre: “Ouça esta história. Tivemos no Brasil um escritor e cronista de futebol, Nelson Rodrigues, que se referia à seleção como a pátria verde e amarela em chuteiras. Faço uma analogia. A Petrobras é uma empresa querida pelo povo brasileiro, para mim é tão importante para o Brasil como a seleção de futebol, e creio que no México ocorre algo semelhante com a Pemex, desde que o grande presidente Lázaro Cárdenas, nos anos 30, nacionalizou os hicrocarbonetos”)
A versão em espanhol, reduzida a 79 palavras, expurgou o amalucado falatório que redesenha a bandeira do México e contamina as mãos da Pemex com a sujeira do Petrolão. Redundâncias bizarras ou bijuterias verbais foram para o lixo e a mulher indecifrável se tornou inteligível. Dá-se a isso o nome de “edição”. É só uma forma de vigarice que sonega aos leitores a informação essencial: o declarante é incapaz de traduzir em linguagem de gente o que lhe vai pela cabeça em permanente tumulto.
Vale a pena ouvir de ponta a ponta a entrevista inverossímil. Em pouco mais de uma hora, fica evidente que Dilma não faz sentido. Como a Constituição não autoriza a decretação do impeachment por insanidade mental, o Brasil segue lidando com uma presidente que não governa sequer o que diz. Os primeiros meses avisam que três anos e meio, em certos momentos históricos, podem ser a medida da eternidade.
Tags: áudio, Dilma, entrevistas, La Jornada, Portal do Planalto, trecho
‘Dilma perde ou Dilma perde’ e outras seis notas de Carlos Brickmann
Publicado na coluna de Carlos Brickmann
CARLOS BRICKMANN
Por que, excetuando-se os gritos de “Fora, Dilma”, os principais movimentos de oposição se afastaram do impeachment e entregaram à Justiça, mais lenta que a Política, a tarefa de pressionar a presidente por eventuais irregularidades?
Porque, para a oposição, o PMDB e boa parte da base governista, a situação está ótima. Se o governo der certo, os responsáveis serão Joaquim Levy e Michel Temer; se der errado, a responsável será Dilma. Se Levy sair do governo, a culpa será de Dilma. Se ficar, e seu plano não funcionar, terá sido o pessoal de Dilma que atrapalhou. Se o combate à corrupção for bem, os responsáveis terão sido as CPIs, a imprensa e o juiz Moro. Se for mal, a culpa é de Dilma, que sabotou a investigação. Para que afastá-la e colocar Michel Temer no governo, com a responsabilidade de consertar o estrago? É bem melhor se queixar da falta de condições de trabalho, sabendo que a vitória está garantida.
Celso Arnaldo e os macróbios degenerados
O comentário do jornalista Celso Arnaldo Araújo merece reprodução em itálico e negrito aqui no Direto ao Ponto:
Marco Polo Del Nero, 74. José Maria Marin, 83. E, não nos esqueçamos, João Havelange, incríveis 99! Tão velhos, tão ricos e continuam roubando.
Bons tempos os de Gino Amleto Meneghetti, inofensivo ladrão de telhado, preso pela última vez aos 93, que morreu na miséria.
Nossos macróbios degenerados da CBF e da FIFA merecem ter seus rostos e pelancas anexados à palavra “velhaco” nos dicionários do melhor vernáculo.
Tags: Celso Arnaldo, macróbios degenerados, velhacos
A estranha preferência de Del Nero e Marin por pagamentos em dinheiro vivo
Sempre chamou a atenção de quem convivia com Marco Polo Del Nero e José Maria Marin a aversão de ambos ao cheque e ao cartão de crédito.
Tinham a mania de pagar todas suas despesas pessoais, como contas em restaurantes e os caros presentes dados à namorada e à mulher, em dinheiro vivo.
Por Lauro Jardim
Acordo judicial faz dono da Traffic vender todos seus negócios, menos um
Para pagar os 151 milhões de dólares à Justiça americana, J. Hawilla resolveu vender todos os seus negócios. Menos um. Justamente o mais lucrativo: suas retransmissoras da Globo no interior de São Paulo.
Por Lauro Jardim
O escândalo no Twitter
O escândalo da Fifa foi tema de 4,2 milhões de tuítes no mundo todo desde que José Maria Marin & Cia. foram presos na Suíça. O número foi levantado com exclusividade pela Consultoria Bites e corresponde a 0,4% de tudo que foi postado no Twitter desde quarta-feira. Do total de postagens contabilizadas, 78% foram feitas por homens.
Os tuiteiros brasileiros ficaram na quarta posição entre os que mais tuitaram sobre o tema: 231 000 postagens, ou 5,5% do total. Os três países que mais tiveram tuítes sobre o escândalo da Fifa foram Estados Unidos, com 789 600 (18,8%), Inglaterra, com 596 400 (14,2%) e Indonésia, com 252 000 (6%).
Além do barulho no Twitter, as prisões e a investigação da Justiça americana foram repercutidas em 147 755 reportagens publicadas na internet.
Por Lauro Jardim
Blatter se reelege na Fifa ‘Padrão Dilma’
O mundo brasilianiza-se.
Joseph Blatter, em meio ao maior escândalo de corrupção da história da Fifa, foi reeleito nesta sexta-feira para o quinto mandato como presidente da entidade, assim como Dilma Rousseff, em meio ao maior escândalo de corrupção da história da República, foi reeleita presidente do Brasil em 2014.
Logo após perder o primeiro turno por 133 votos válidos (dos beneficiários do Bolsa-Família futebolístico) a 73 (dos coxinhas reaças da elite branca europeia), o príncipe jordaniano Ali bin al Hussein desistiu da eleição em Zurique, já que seu adversário precisaria de apenas mais 7 votos no segundo.
Se Blatter ‘Padrão Dilma’ cumprir o mandato na íntegra, terá cumprido 21 anos na presidência da Fifa.
Se Dilma ‘Padrão Fifa’ cumprir seu mandato na íntegra, o Brasil está perdido.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
Vídeo exclusivo: Autora de best seller sobre Eike Batista conta como ele virou um empresário do PT
A jornalista Malu Gaspar, da VEJA, autora do primoroso livro best seller “Tudo ou nada – Eike Batista e a verdadeira história do grupo X“, contou no Fashion Mondays de 18 de maio como ele virou um empresário do PT.
Eu mesmo filmei pelo celular o evento comandado pelo também autor da Record Alexandre Borges e não pude deixar de selecionar o trecho abaixo, nesta sexta-feira (29) em que outro empresário ligado ao PT – Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené – foi preso pela Polícia Federal na Operação Acrônimo.
Bené ficou conhecido na campanha de 2010 por bancar despesas do comitê eleitoral da então candidata Dilma Rousseff e sua prisão pode respingar tanto na campanha da petista quanto na gestão do atual governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT).
De 2004 a 2010, durante os mandatos de Lula, as duas empresas de Bené faturaram 214,4 milhões de reais em contratos com o governo federal.
Para se ter uma ideia, o Grupo EBX, de Eike Batista, faturou só do BNDES pelo menos 10,4 bilhões de reais.
Sim: Eike está solto.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
Os patrocinadores do terror e do humor de cada dia
O noticiário desta sexta-feira já estava tragicômico demais, de modo que me senti inútil.
Mas vou brincar de conectar as notícias.
Os EUA retiraram Cuba da lista de patrocinadores de terrorismo, já que Cuba só tem dinheiro para aterrorizar seu próprio povo, que é também a maneira de Cuba ganhar mais dinheiro.
Dias atrás, por exemplo, um casal de escravos cubanos que atuavam no programa Mais Médicos em Pernambuco fugiu para Miami – a mesma cidade americana onde fica a casa de 22 milhões de dólares que o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira colocou à venda, temendo confisco.
Para compensar a retirada de Cuba da lista pró-terror, acho que os EUA deveriam confiscar a mansão de Teixeira e entregá-la de presente aos escravos cubanos fugidos do Brasil.
Após anos de opressão, eles também merecem se divertir com a cantora colombiana Shakira e os músicos Lenny Kravitz e Ricky Martin, vizinhos de Teixeira nos arredores de Sunset Island.
Como o Departamento de Justiça americano descobriu ainda que a empresa do ex-presidente do Flamengo Kleber Leite mandou meio milhão de dólares à conta de um fabricante de iates de luxo em Londres em 2013, e o atual presidente da CBF Marco Polo Del Nero (foto) passou a singrar entre Angra dos Reis e Guarujá a bordo de um luxuoso iate inglês novinho em 2014, também sou a favor do confisco e da disponibilização do iate para facilitar a fuga dos demais escravos.
Em reunião com seus assessores no sábado, Dilma Rousseff rasgou um plano de infraestrutura de US$ 35 bilhões, “mostrando seu famoso temperamento explosivo” e “ordenou que os membros do gabinete descartassem projetos que ela tachou de inviáveis antes de voltarem a se reunir com ela”, de modo que sugiro aos assessores de Dilma Rousseff que levem a ela o meu projeto de infraestrutura transatlântica para dissidentes do regime castrista.
Para não deixar qualquer rastro do valor que peço em propina, eu o escrevi inteiramente em guardanapos de papel, como aprendi com o ex-presidente da CBF agora preso José Maria Marin. Eu pensei em tudo: se Dilma Rousseff rasgar o projeto, meu prejuízo decerto será menor.
De qualquer modo, talvez ela queira deixar os cariocas darem uma voltinha de barco, na esperança de amenizar sua reprovação de 71%, sete vezes mais que no início do mandato, ou usá-lo para fugir de uma vez dessa canoa furada que apenas 7% consideram ótimo ou boa.
Penso também em apresentar a proposta à filha sarada do ex-ministro Guido Mantega, Marina Mantega, para quem as pessoas que vaiaram seu pai “não entendem absolutamente nada de economia e política”, mas temo que, malhando para o verão europeu, ela recomende pedaladas transcontinentais “pra secar e ficar durinha” a barriga dos cubanos.
Com a licença do leitor, agora vou ali ler o noticiário de novo.
A lista de patrocinadores involuntários do humor não para de crescer.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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