Produtores brasileiros de açúcar buscam ação na OMC contra Índia e Tailândia
BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - Produtores de açúcar no Brasil estão compilando evidências para persuadir o governo brasileiro a lançar um processo comercial contra a Índia e a Tailândia por conta de subsídios, em um caso que salienta as crescentes tensões comerciais globais agravadas por uma queda nos preços das commodities.
Eduardo Leão, diretor executivo da Unica, associação do setor, disse que o grupo contratou um escritório de advocacia internacional para analisar programas de subsídios, os quais podem ter custado ao Brasil 1,2 bilhão de dólares por ano em receitas perdidas.
“Estamos determinados a contestar ambos os países”, disse Leão. “Nosso papel agora é aprofundar nossa análise e convencer o governo de que estamos sendo prejudicados por estes subsídios.”
O Brasil, maior exportador de açúcar do mundo, levantou questionamentos sobre incentivos para produtores tailandeses e indianos de cana e de açúcar no Comitê Agrícola da Organização Mundial do Comércio.
O país tem ficado cada vez mais preocupado com estes programas, em uma época na qual os preços globais do açúcar estão no patamar mais baixo em seis anos.
As embaixadas da Tailândia e da Índia no Brasil não retornaram imediatamente pedidos por comentários.
Os preços futuros de açúcar em Nova York, afetados por excesso de oferta, estão rondando o nível de 12 centavos de dólar por libra-peso, patamares vistos pela última vez em 2009.
O Brasil, cuja economia parece se dirigir para sua pior recessão em 25 anos, busca agressivamente proteger sua fatia do mercado global de alimentos, em um momento no qual a bonança nos preços das commodities perde força.
No ano passado, o governo iniciou um caso contra a Indonésia por conta da restrição a exportações de aves, e autoridades consideraram questionar os EUA por conta de subsídios à soja e ao milho.
(Reportagem de Alonso Soto e Marcelo Teixeira)
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