Aftosa: Governo do PR solicita ao governo federal suspensão da vacinação do rebanho bovino e alerta criadores

Publicado em 05/05/2015 16:05

 

A notícia de que o Paraná solicitou suspensão da vacinação do rebanho bovino contra febre aftosa ao Ministério da Agricultura colocou em alerta criadores da raça Angus de todo o país. O temor é que a falta de imunização torne a região uma porta de entrada para o vírus no Brasil, o que pode comprometer a sanidade do rebanho e a própria atividade agropecuária. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Angus (ABA), José Roberto Pires Weber, a fronteira do estado do Paraná com o Paraguai é um perigo concreto tendo em vista que o controle da epizootia naquele país não segue o mesmo rigor do Brasil. “A decisão sobre a suspensão da vacinação em um determinado estado não pode ser tomada de modo isolado. É uma medida que impõe riscos a diversas outras regiões do Brasil e, por isso, deve ser debatida a fundo com o setor”, pontua Weber.

Além do risco sanitário, a suspensão da imunização não deve trazer ganho econômico expressivos aos criadores, que já o Brasil vem galgando, ano a ano, novos mercados para a carne. “A iminente abertura do mercado americano e chinês para os cortes nacionais é prova de que há expansão de vendas mesmo com o status de zona livre de aftosa com vacinação”, completou o gerente Nacional do Programa Carne Angus, Fábio Medeiros. “Os clientes hoje compram nossa carne e pagam bem por ela. Se tivermos um surto no Paraná, todo o país será prejudicado. Será que vale o risco?”, questiona Reynaldo Titoff Salvador, diretor do Programa Carne Angus.

A decisão do Paraná ainda poderá trazer problemas para a sustentabilidade interna do rebanho, uma vez que a pecuária daquele estado não é autossuficiente na produção de bezerros. Com a suspensão da vacinação, as aquisições de outros estados com status inferior, como RS, SP e MS, ficariam inviabilizadas.  A estimativa é de que o déficit do Estado do Paraná seja superior a 200 mil bezerros por ano, segundo dados da Sociedade Rural de Maringa/PR. Medeiros ainda questiona a oportunidade da suspensão da imunização já que, não tendo tradição como exportador de carne, os benefícios ao Estado do Paraná seriam limitados.

Segundo o presidente da ABA, o mais apropriado seria unir secretários de estados e lideranças dos ministérios de Agricultura dos países da América Latina para discutir propostas conjuntas que busquem a erradicação da febre aftosa de forma continental. Um modelo nesse sentido vem sendo alinhado há anos pelo Panaftosa, mas, na prática, garante Weber muito pouco foi implementado. “O que acontece é que os países adotam suas próprias medidas e, às vezes, nem as adotam, e fica tudo por isso mesmo”, salienta.

A proposta da ABA é trabalhar para construir, no futuro, uma zona livre de aftosa que integre MS, SP, PR, SC e RS, além de Uruguai, Argentina, Paraguai e Chile. “Para isso, a defesa agropecuária tem que ser vista como uma prioridade, assim como as políticas efetivas de controle de fronteira”, concluir Weber.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Associação Brasileira de Angus

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário