Café: Após se aproximar do patamar de U$ 1,50 em NY na sessão anterior, cotações do arábica operam no campo misto nesta 5ª feira

Nesta quarta-feira (22), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com preços mais altos em relação à sessão anterior. As incertezas com relação a safra do Brasil que começa a ser colhida nos próximos dias movimenta o mercado internacional em meio a diferentes visões sobre a capacidade produtiva do País.

Os operadores ainda tem dúvidas sobre a colheita nesta temporada uma vez que as estimativas privadas recentes apontaram boas condições nas lavouras do Brasil e a possibilidade de um volume colhido maior que no ano anterior, entre 49 e 50 milhões de sacas de 60 kg.

Entretanto, cafeicultores no Brasil relatam que a colheita deve ser de no máximo 45 milhões de sacas uma que os cafezais ficaram extremamente debilitados em decorrência das intempéries climáticas de 2014, e que a melhora das condições no início deste ano apenas estancou os problemas. 

Portanto, se a safra se confirmar mais em torno do que os produtores acreditam, o mercado mundial terá um aperto na oferta e foi isso que o mercado precificou na sessão de hoje. As informações partem de agências internacionais.

O  contrato maio/15 encerrou o pregão com 142,40 cents/lb e avanço de 210 pontos, o julho/15, mais negociado no momento, anotou 143,65 cents/lb com 95 pontos de alta e o vencimento setembro/15 registrou 146,30 cents/lb com 85 pontos positivos. Já o dezembro/15 registrou 149,90 cents/lb com valorização de 75 pontos.

Para o analista de mercado João Santaella, com as recentes altas a tendência para os vencimentos do arábica nos próximos dias é de valorização com um novo 'range' entre 140,00 e 150,00 cents/lb.

"Graficamente falando, o mercado ontem e hoje já deixou para trás a mínima de sexta-feira passada em 136,80 cents/lb e conseguiu se manter acima de 140,00 cents/lb no julho/15. Neste contrato, a máxima hoje foi de 147,25 cents/lb, uma média móvel de 50 pregões e que não era testada desde 15 de janeiro. Portanto, acredito que os preços precisam ficar acima de 148,00 cents/lb pra buscar o rompimento de 150,00 e ganhar novos patamares", afirma o analista.

Também segundo traders, a tendência é que o mercado possa buscar novos intervalos, sendo que o nível de 150,00 centavos é um 'target" importante e que se rompido pode abrir a perspectiva para novos níveis de compra.

O dólar, apesar de não ter grande influência no fechamento desta quarta-feira, caiu 0,62% e encerrou o dia cotado a R$ 3,0083 após operar abaixo de R$ 3 durante a sessão. A moeda norte-americana mais valorizada que o real dá maior competitividade para as exportações da commodity.

Mercado interno

As praças de comercialização do Brasil retomaram suas atividades hoje após o feriado nacional do Dia de Tiradentes na terça-feira. No entanto, as negociações foram sazonais ainda seguindo um ritmo de final de semana prolongado. 

Analistas acreditam que este final do mês de abril deverá ser de ansiedade no limite já que o mercado está precificado, com preços sustentados e que a liquidez será curta.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com R$ 521,00 a saca - estável. A maior variação no dia foi em Varginha-MG que teve alta de 4,08% com saca cotada a R$ 510,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação também na cidade de Guaxupé-MG com R$ 537,00 a saca e leve queda de 0,37%. A maior oscilação dentre as praças hoje foi em Varginha-MG com alta de 4,30% e saca cotada a R$ 485,00.

O tipo 6 duro teve maior valor em Franca-SP com R$ 490,00 a saca - estável. A oscilação mais expressiva no dia foi em Espírito Santo do Pinhal-SP com avanço de 2,27% e saca valendo R$ 450,00.

Na segunda-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 0,08% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 452,78.