Esmagamento de cacau aponta deslocamento geográfico, diz INTL FCStone
Dados da Europa apontaram retração de esmagamento, enquanto África e Ásia têm exportado cada vez mais subprodutos do cacau
O crescimento da atividade esmagadora de cacau na África e na Ásia sinalizam alteração na dinâmica internacional de consumo do cacau: as etapas iniciais de industrialização não necessariamente se concentram geograficamente próximas às regiões consumidoras de chocolates.
Frente à limitação de dados para o processamento, a consultoria INTL FCStone investigou a origem das importações de subprodutos realizadas na União Europeia, entre 2010 e 2014. O objetivo foi esclarecer se há um aumento das importações de subprodutos originados especialmente na África e na Ásia, o que sinalizaria para o deslocamento da etapa de processamento do cacau para tais regiões.
Estudo realizado pela INTL FCStone apontou que as exportações desses locais têm ocupado uma fatia cada vez maior do mercado mundial de subprodutos, tradicionalmente europeu. ‘A extração de subprodutos do cacau mostra a tendência de ocorrer cada vez mais nas origens da commodity, onde o processamento do cacau tem se tornado mais competitivo (países asiáticos e africanos, subdesenvolvidos ou em desenvolvimento)’, afirmou em relatório.
Isso ocorre porque os governos nacionais dos principais produtores tem incentivado o esmagamento para agregar valor à produção cacaueira em países de industrialização em estágio inicial. O baixo nível tecnológico envolvido no processo facilita os incentivos governamentais para a intensificação da atividade em seu território.
O recuo no esmagamento de cacau europeu durante o quarto trimestre de 2014, somado a situação macroeconômica desfavorável na Europa, instaurou o sentimento de que a demanda por cacau poderia estar iniciando um período de retração. No entanto, o esmagamento mundial deverá apresentar um incremento de 0,2% em 2014/15 na comparação com a safra anterior, totalizando 4,244 milhões de toneladas.
De fato, há uma desaceleração em relação à média de crescimento de 3,9% por safra verificada durante os cinco ciclos mais recentes, mas a sustentação da demanda ainda deve ocorrer, a despeito do desempenho negativo europeu.
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