A ENTREVISTA – Dilma não precisa de confissão, mas de um ato de contrição política. E terá de apelar à tolerância da população.

Publicado em 17/03/2015 03:54
POR REINALDO AZEVEDO, DE VEJA.COM (COM + BLOGS)
A ENTREVISTA – Dilma não precisa de confissão, mas de um ato de contrição política. E terá de apelar à tolerância da população. Se vai obtê-la, aí não sei…

Um bom governo acorda uma década antes. E, portanto, já estava claro às pessoas que lidam com critérios como qualidade, eficiência nos gastos e crescimento sustentável que o petismo não faria um… bom governo. Mas, caso se dê a esse governo um prazo de 48 horas, espera-se que acorde 24 horas antes, não 24 horas depois. Parece — mas nunca é bom apostar o mindinho — que, 24 horas depois da megamanifestação de domingo, a presidente Dilma Rousseff saiu de seu sono, despertando para o pesadelo em curso. Melhor isso do que a alienação.

Depois da desastrosa entrevista concedida por seus dois trapalhões no domingo — refiro-me a José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, e a Miguel Rossetto, secretário-geral da Presidência —, Dilma decidiu fazer o que ela própria deveria ter feito já no fim daquela tarde: reconhecer o caráter pacífico dos protestos, seu teor democrático, prometendo pôr as coisas nos eixos. Tudo em, no máximo, dois minutos. Para que não houvesse tempo de escolher que panela amaçar.

Foi o que ela procurou fazer com a sua entrevista/pronunciamento, concedida meio de surpresa nesta segunda. As palavras mais repetidas foram “diálogo” e “humildade”. Pesquisas encomendadas pelo Planalto apontam que a população considera o governo “arrogante”. Quando isso se mistura à incompetência, aos números ruins da economia — com consequência na vida das pessoas — e à percepção clara de que o país estava sob o ataque de uma quadrilha, o resultado são dois milhões de pessoas nas ruas gritando “Fora PT” e “Fora Dilma”.

É claro que  governanta não é, assim, um Cícero da retórica. Ao juntar os dois vocábulos dessa nova postura numa quase unidade semântica, espichou assim o raciocínio:

“Atitude de humildade é que você só pode abrir diálogo com quem quer diálogo. Porque quem não quer abrir diálogo com você, você não tem como abrir diálogo. Eu procurarei ter diálogo seja com quem for, é uma atitude de abertura. Agora eu não tô aqui fazendo nenhuma confissão. Não tem nenhum confessionário. Se alguém achar que eu não fui humilde em algum diálogo, me diz qual, e aí eu tomo providência para mudar. Me diz onde, aí tudo bem. Quem sabe eu não fui mesmo. Me diz aonde, eu vou avaliar. Caso contrário, seria um absoluto fingimento da minha parte.”

Como se vê, a presidente mistura certa subjetividade fora de hora — “fingimento de minha parte” — com uma óbvia dificuldade de dizer o que quer. E de assumir também os erros. No máximo, ela admitiu que, no passado, o governo pode ter errado na dose nos estímulos artificiais e destrambelhados aplicados à economia, mas garantiu, e eis o desconsolo para quem aposta numa mudança de postura, que era para o bem do Brasil.

Se, no domingo, os dois trapalhões defenderam como resposta às ruas uma reforma política à qual o PMDB se opõe, nesta segunda, na presença do condestável José Sarney, acenou para o partido e disse que a reforma é necessária, sim, mas é obra do Congresso. Se, no domingo, Rossetto deu mais ênfase ao “protesto a favor” organizado pelo PT no dia 13, nesta segunda, Dilma ao menos admitiu a legitimidade dos reclamos dos que protestaram contra.

A presidente disse ainda que a “corrupção é uma velha senhora no Brasil”, argumentando que não começou com a chegada do PT ao poder. É claro que não! Nunca li ou ouvi alguém sustentar esse ponto de vista. Mas ou se admite que só no petismo a corrupção se transformou num sistema, numa categoria política e numa categoria de pensamento, ou não se vai sair do lugar. Essa percepção chegou às ruas e é crescente.

E há, ainda, um nervo exposto que vai doer por muito tempo. E que só tende a piorar com a efetividade do ajuste fiscal: a Dilma que governa não é aquela que ganhou as eleições. Nesta segunda, ela disse que não estava num confessionário. Ninguém está interessado em suas dúvidas de consciência, matéria para confissões. Ela terá de fazer, sim, uma contrição política, pedir desculpas pelas promessas que não pode cumprir e apelar à tolerância da população. Se vai ou não obtê-la, aí não sei.

Por Reinaldo Azevedo

 

Jornal Nacional traz compacto da entrevista de Dilma. E tome panelaço!

A minha segunda-feira é bastante puxada. Acabo de voltar da TVeja. Daqui a pouco, o vídeo vai para o ar. Vou, sim, escrever ainda sobre o misto de entrevista coletiva e pronunciamento da presidente Dilma Rousseff. O fato é que aconteceu de novo: panelaço. Não durante a sua fala ao vivo, no meio da tarde. As pessoas estavam trabalhando. Mas era certo que o Jornal Nacional levaria ao ar um compacto. E não deu outra: muita panela batendo e muita buzina! Em São Paulo, Rio Brasília, Curitiba, Goiânia…

A situação não está fácil para a presidente. A rotina de escândalos foi além da muita elástica paciência do povo brasileiro. Ainda volto ao assunto.

Por Reinaldo Azevedo

 

Sibá Machado como líder do PT na Câmara dá noção da profundidade do abismo

Uma crise da pesada não se faz apenas de uma conjugação de fatores negativos. É preciso também contar com as pessoas certas no lugar certo para produzir o desastre. Olhem os petistas do ministério de Dilma. Por que são tão fracos? Porque é o que o partido tem a oferecer.

O agora deputado Sibá Machado (PT-AC) sempre foi embalado no Congresso por certa aura folclórica, dada, digamos assim, a pouca complexidade de seu raciocínio. Sempre o consideraram, e faz sentido, mais engraçado do que propriamente sagaz. Mas, reconheçamos, a política lhe reservou um lugar de destaque: é nada menos do que líder do maior partido da Câmara. E isso diz em que estado político miserável está o PT.

No Facebook, Sibá não teve dúvida. Postou a seguinte mensagem: “SUSPEITA: Que a CIA esteja coordenando a campanha pelo enfraquecimento dos governos da América do Sul “não alinhados”, tal como fizeram para instalar as Ditaduras militar (sic) nos anos 60. A Orquestra é completa”.

É evidente que eu não vou aqui me dedicar nem a destrinchar o pensamento profundo de Sibá nem vou contestá-lo. Como gosto de dizer, repetindo um cientista, isso nem errado está. Encontra-se abaixo da linha da crítica.

Mas eu fico cá a me perguntar que diabos aconteceu com o próprio PT — por mais que eu seja crítico ao partido — para ter como líder na Câmara alguém com o equipamento intelectual e político de um Sibá Machado. Não! Minha observação nada tem a ver com a sua origem. Lula, goste-se ou não do que faz e diz — e eu detesto as duas coisas —, sempre foi um político muito hábil.

Outro importante cargo, o de líder do governo na Câmara, caiu no colo de um irmão de José Genoino. Trata-se de José Guimarães (PT-CE), cujo assessor foi flagrado, em julho de 2005, um mês depois de explodir o escândalo do mensalão, com US$ 100 mil presos à cueca e R$ 200 mil numa valise. O homem era um pobre-coitado. Tentou alegar que o dinheiro lhe pertencia. Não colou. Nunca ninguém soube quem era o dono.

Entendam o ponto: eu não vou me dar o trabalho de provar o tamanho da bobagem dita por Sibá. O que me espanta é que tenha sido ele o escalado para a tarefa de liderar a bancada. Imaginem alguém a passar a instrução para seus liderados com esse padrão de análise e com esse apego aos fatos. Uma das tarefas de um líder é disciplinar as eventuais besteiras que façam ou digam os liderados.

Sibá deve ter se achado o máximo. Mormente porque a sua ousadia teórica logo recebeu 254 curtidas. Há quem curta o pensamento de Sibá Machado. Vocês estão começando a entender a profundidade do abismo?

Por Reinaldo Azevedo

 

Sibá tem razão

O deputado petista Sibá Machado disse que a CIA pode estar por trás das manifestações contra a presidente Dilma Rousseff e o PT.

Sibá tem razão.

A CIA de luz, a CIA de gás, a CIA de telefone…

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Boa, Sibá!

(POR Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil)

 

Na TVeja: “Livre-se do PT, Dilma!”

Por Reinaldo Azevedo

 

A ZELITE DO ASFALTO

Uma manifestação de gente comum de todos os tipos e camadas sociais,

Na Avenida Paulista, uma enorme manifestação de gente comum de todos os tipos e camadas sociais, “cidadãos que não suportam mais o império da mentira e do embuste infestado de cretinos liberticidas” (Foto: Heraldo Palmeira)

Por Heraldo Palmeira (*)

O publicitário Carlito Maia, acima de tudo um homem de oposição, fundador do PT, era um frasista genial. São dele “OPTei” e “Brasil? Fraude explica”. Premonitório, talvez antevendo o que viria, declarou que deixaria o partido quando este chegasse ao poder. Morreu meses antes.

Ainda na manhã do dia 15 de março, o governo já preparava sua nota oficial para veicular no início da noite. Em tom de triunfo, afirmaria que a manifestação popular que se montava tinha dimensão para não ser ignorada, mas não tinha dimensão para amedrontar. E que carecia de foco.

Naquela altura, a Polícia Militar informava que havia nove mil pessoas ao redor do Museu de Arte de São Paulo (MASP), local marcado para a concentração dos paulistanos. Apesar da chuva, os números oficiais foram subindo assustadoramente: 200 mil, 580 mil… Quando a polícia reconheceu um milhão de pessoas na região da avenida Paulista, as catracas do metrô registravam um fluxo de 400 pessoas por minuto ainda a caminho.

Apenas duas ocorrências foram registradas: a prisão de um grupo de 20 baderneiros que pretendiam explodir rojões, e a implosão do contador de gente do Datafolha, que entupiu com 210 mil pessoas.

Nas ruas contíguas, uma cidade acostumada à agressividade do trânsito viu com encantamento carros e pessoas dividindo o asfalto sem qualquer estresse ou risco. Em outros bairros, caminhoneiros e motociclistas formaram seus grupos e vieram engrossar a sinfonia da multidão, que tocou afinada também em diversas cidades do mundo.

As notícias foram piorando para o governo. A massa humana que foi às ruas espontaneamente logo revelou seu foco claríssimo antigoverno, antiDilma, antiPT e anticorrupção.

Algo muito diferente do que ocorreu na sexta-feira 13, onde sobraram suspeitas de que militantes de aluguel e até haitianos estranhamente importados pelo governo receberam de R$ 35 a R$ 50, mais transporte e comida, para andar como zumbis vestidos de vermelho pelas ruas, como pigmeus do bulevar carregando o estandarte do sanatório geral.

Considerando que os números oficiais são sempre conservadores fora do Carnaval, é razoável contar quase três milhões de pessoas na farra cívica. Um Galo da Madrugada com um naco do Cordão do Bola Preta ou vice-versa.

Um espetáculo extraordinário sem nenhum balão, nenhum cartaz, nenhuma indumentária, nenhum parangolé, nenhum carro de som com siglas ou discursos oportunistas de partidos, centrais sindicais, entidades metafísicas e outros bichos da espécie.

Na Paulista, a massa criou uma novidade sensacional: ao invés de se deslocar para outros pontos da cidade, ficou circulando pela avenida. Ia até o final de um lado e voltava pelo outro, repetindo aquelas voltas circulares que se dava nas pracinhas do interior antigamente. Cansou menos caminhando num lugar plano, valorizou a concentração, facilitou o trabalho da segurança e manteve intensa a energia cívica.

Um típico representante

Um típico representante “dazelite” na Paulista, portando um cartaz com os dizeres “Impeachment” e “Fora Dilma” (Foto: Heraldo Palmeira)

Apenas pessoas comuns se expressando por meio de roupas, acessórios, cartazes caseiros e palavras de ordem autênticas. Famílias inteiras vestidas e vestindo o país de verde e amarelo. Uma clara demonstração que a tal zelite é gigante e formada por todos os brasileiros decentes – gente de todas as gerações e classes sociais que demonstrou de forma superlativa quem são os verdadeiros donos das ruas do país.

Cidadãos que não suportam mais o império da mentira e do embuste infestado de cretinos liberticidas. Que não suportam mais tanta incompetência e obscurantismo. Que não suportam mais ouvir falar de “golpismo”, de “terceiro turno”, de “legitimidade” por bocas desonestas, covardes e ilegítimas que golpeiam as instituições, assaltam os cofres públicos, semeiam crises intermináveis e protegem seus bandidos de estimação.

No final do dia, mais um reforço à impaciência da maioria decente do Brasil: dois ministros ousando filosofar e proferindo sermões, falando de democracia sem antes higienizar as próprias bocas. Sem perder a pose de quem acha que o povo nas ruas é resultado de algum tipo de benesse desse governo apodrecido que representam.

Terminaram brindados com mais uma sinfonia de panelas em diversos pontos do país, certamente ouvida de forma aguda no planeta fora de órbita onde vivem. Um réquiem que tem nas vaias os sons graves da mesma partitura.

Num dia histórico, o país honrou Carlito Maia. Imaginei o velho publicitário escrevendo mais uma de suas frases perfeitas: OPTei por não ser corruPTo. Tanta fraude explica.

*Heraldo Palmeira é documentarista e produtor musical

Vamos falar a verdade: Dilma nunca lutou pela democracia!, por RODRIGO CONSTANTINO

Quem afaga ditador não tem moral para bancar a defensora da democracia e da tolerância com manifestantes opositores

Em seu primeiro discurso após as manifestações que lotaram as ruas do país no domingo, a presidente Dilma falou em humildade, exalando arrogância, e insistiu na necessidade de uma “reforma política”, algo que não fez parte da pauta de nenhum protesto. Como circula pelas redes sociais, o PT fazer uma “reforma política” é como o PCC fazer uma reforma do código penal: ninguém confia. A tentativa insistente de colocar a culpa da corrupção e do petrolão no financiamento privado de campanha é fruto do desespero do PT, mas não cola mais. O povo sabe que o problema é outro: é o próprio PT.

Mas eis o que chamou ainda mais a minha atenção: Dilma se vangloriando de sua postura democrática e tolerante em relação aos protestos, e afirmando que foi por isso que ela lutou no passado. Aproveitou para enaltecer os “movimentos sociais” e os grupos que foram colocados na clandestinidade pelo regime militar, segundo ela. Elogiou os artistas, os partidos que oficialmente lutaram pela abertura política, etc. Ora, ora. Colocar todos no mesmo saco é misturar o joio e o trigo, e só faz isso quem quer defender… o joio!

Deixemos uma coisa bem clara aqui: Dilma nunca lutou pela democracia. Ela pode até ter lutado contra a ditadura, mas nunca a favor da verdadeira democracia. Os grupos dos quais participou, como o Colina e o Var-Palmares, foram para a clandestinidade pois usavam métodos criminosos, achavam que seus “nobres” fins justificavam quaisquer meios, tais como assaltos, sequestros e atentados terroristas. Há sangue inocente no rastro desses “movimentos sociais”, e basta ver a deferência com a qual tratam um terrorista assassino como Cesare Battisti para entender como essa gente ainda acha que matar inocentes era algo defensável em nome da causa. Uma simples contingência necessária no percurso rumo ao “paraíso”.

E agora chegamos ao principal ponto: a causa. Não era e nunca foi a defesa da democracia. Para eles, a democracia representativa era e é uma afetação burguesa, um instrumento das elites opressoras. Os “libertadores” tinham outra agenda em mente: o comunismo, a ditadura do “proletário”. Olhavam para a ilha caribenha em busca de inspiração. Era Cuba que os guiava espiritual e ideologicamente. Fidel Castro, ninguém menos do que o ditador mais longevo do continente, era seu guru. Lutavam por democracia? Onde, meu Deus?!

Vale notar, para terminar, que até hoje não prezam a democracia. Tanto que ainda aplaudem o regime cubano, mandando nosso dinheiro para ajudar a ditadura e importando seus escravos como “médicos” para cá. E também tratam com extrema cordialidade os camaradas venezuelanos, que seguem mais avançados nos rumos de Cuba, com um regime que já não remete a uma democracia em nada. O PT e o governo Dilma defendem com veemência o companheiro Maduro, como defendiam antes o companheiro Chávez. Como podem falar em democracia?

Se Dilma é obrigada a engolir as manifestações nas ruas, isso é porque não há alternativa. Ela e seu PT não conseguiram calar a imprensa independente, apesar de tantas tentativas, e não controlam o Congresso, apesar do mensalão. As instituições brasileiras se mostraram mais sólidas do que muitos esperavam, e mais fortes do que o golpismo chavista do PT. É só por isso que os milhões de brasileiros puderam sair às ruas para criticar o governo e pedir a cabeça de Dilma. Não porque a presidente adora a pluralidade de ideias e o direito de protestar contra o governo.

Se ela pudesse, esses manifestantes seriam tratados como aqueles na Venezuela. Ou alguém aí viu a presidente Dilma em algum momento repudiar os atos de Maduro ao lidar com os protestos em seu país? Pois é…

Rodrigo Constantino

 

 

Dilma: “Vamos brigar depois”. Não. Vamos brigar agora

alx_pronuncionamento-dilma-rousseff-20150316-01-ale_originalO PT é reincidente em tudo: roubo, mentira, embromação. Pego no roubo e na mentira, o partido vem com a embromação restante para ganhar tempo enganando otário.

A presidente amarelona Dilma Rousseff, eleita com dinheiro de propina, agora implora aos 93% de brasileiros que rejeitam seu desgoverno: “Vamos brigar depois”.

Não: vamos brigar agora.

Quem deixou para brigar depois foi FHC em 2005, no auge do mensalão – e deu no que deu: o petrolão. Os 2,2 milhões de brasileiros que foram às ruas não podem repetir o mesmo erro tucano no trato com o partido que roubou pelo menos 300 milhões de dólares na Petrobras.

Dilma mostra o tamanho do cinismo petista ao reivindicar o crédito pela liberdade de manifestação:

“Quando eu vi centenas de milhares de cidadãos se manifestando, não pude deixar de pensar que valeu a pena lutar pela liberdade, valeu a pena lutar pela democracia. Este país está mais forte que nunca.”

Dilma nunca lutou pela liberdade nem pela democracia.

Lutou pela implantação de uma ditadura comunista no Brasil, onde protestos são reprimidos à bala como na Venezuela de seu parceiro Nicolás Maduro.

Os manifestantes de hoje não lhe devem bulhufas.

Mas petistas não fazem mea culpa: só repetem palavras-chave – como “humildade”, “diálogo” e “Longe de nos querer isolar o PMDB” – que lhes façam parecer transigentes no momento em que estão acuados.

É o que Dilma faz hoje, com destaque para a declaração:

“É possível que a gente possa ter até cometido algum [erro]. Agora, qual foi o erro de dosagem que nós cometemos? Nós gostariamos muito que houvesse uma melhoria econômica de emprego e de renda. Tem gente que acha que a gente devia ter deixado algumas empresas quebrarem e muitos trabalhadores se desempregarem. Eu tendo a achar que isso era um custo muito grande para o país. Agora que é possivel discutir se podia ser um pouco mais, um pouco menos, é possível discutir”.

Maaaaaaaaas… “Ninguém pode negar que nós fizemos de tudo para a economia reagir”.

Para Dilma, ninguém pode negar suas boas intenções para o Brasil; no máximo, pode discutir um erro de dosagem, não erros nem crimes propriamente ditos, embora ela defenda que estava certa do mesmo jeito. Se isto é humildade, o PT é ficha limpa.

A propósito: custo muito grande para o país são os 88 bilhões de reais de prejuízo da Petrobras com a corrupção petista, esta sim uma causadora de desemprego, como mostrei aqui. Não se combate desemprego com impunidade, mas Dilma precisa evitar danos às empresas parceiras do PT no crime para não ser delatada por executivos presos.

A presidente 7% está com medo e embroma o povo com a oferta de um “pacote anticorrupção”. Dilma, na verdade, deveria pedir sua renúncia, o verdadeiro e único pacote anticorrupção que ela pode oferecer ao Brasil. Enquanto ele não sai, os brasileiros não devem parar de brigar.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

 

 

EM O GLOBO - POLÍTICA, POR RICARDO NOBLAT

E logo Dilma, sempre atenta a tudo, não percebeu a companhia da Velha Senhora, a corrupção

 

A corrupção, esta velha senhora que circula por toda parte como disse a presidente Dilma Rousseff...

Não importa que Dilma tenha se limitado a repetir o que ouviu de um assessor inteligente – a imagem da corrupção como uma velha senhora.

Fez bem em usá-la. É uma imagem feliz.

Só não sei por que os coleguinhas não aproveitaram para perguntar a Dilma, em sua versão o mais próxima possível da humildade, se ela, desde que ligou sua vida à Petrobras, nunca se deu conta da presença por ali da velha senhora.

Sim, porque na versão “dona da verdade” ou “a última palavra é minha”, Dilma jamais deixou que alguém se aproximasse da Petrobras sem a sua licença.

Foi assim como ministra das Minas e Energia. Como chefe da Casa Civil da presidência da República. Como presidente do Conselho de Administração da Petrobras. E como presidente da República.

Dilma nomeou Graça Foster presidente da Petrobras para que nem uma folha de papel mudasse de lugar, ali, sem que ela soubesse.

A “velha senhora” fez da Petrobras a sua morada preferencial. Roubou algo como 2 bilhões de reais. E Dilma não se deu conta da presença dela em seus domínios.

É possível?

Possível, é. Mas isso caracteriza negligência, desleixo, irresponsabilidade.

Depenaram uma das maiores empresas do mundo, a maior do Brasil, e dois presidentes da República de um mesmo partido, aliados, portanto, não perceberam.

Contem-me outra!

Por que Dilma não confessa pelo menos que errou?

Está bem: ela não gosta de confissões como disse ontem. Troquemos a palavra.

Por que Dilma não admite pelo menos que errou?

Isso não lhe arrancará nenhum pedaço.

Quantos aos coleguinhas que se deslumbram com o Poder e que temem perder informações se parecerem incômodos...

Jornalista que não incomoda não é jornalista – é assessor.

(POR Ricardo Noblat)

Como o povo brasileiro se sente  (Foto: Arquivo Google)

 

 

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