Milho: Com queda do dólar, preços recuam na BM&F e fecham a R$ 29,50 no porto de Paranguá
Os futuros do milho, nesta segunda-feira (16), fecharam a sessão na Bolsa de Chicago em campo negativo, porém, com baixas pouco expressivas. Os principais vencimentos encerraram o dia perdendo entre 0,75 e 1,50 ponto e o contrato julho/15 ficou em US$ 3,87 por bushel.
Um dos fatores dessa leve pressão sobre as cotações foram os embarques semanais divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgadas nesta segunda e que ficaram abaixo das expectativas do mercado, segundo Bob Burgdorfer, analista de mercado e editor do site norte-americano Farm Futures.
O USDA informou que foram embarcadas, na semana que terminou em 12 de março, 735,31 mil toneladas do cereal, contra 1.180,68 milhão da semana anterior. As expectativas dos traders iam de 890 mil a 1,09 milhão de toneladas. Ainda segundo o boletim, no acumulado do ano, os embarques do cereal já somam 20.502,71 milhões de toneladas, quase em linha com o registrado nesse mesmo intervalo da safra 2013/14, quando os EUA já havia embarcado 19.925,97 milhões de toneladas.
Paralelamente, o mercado em Chicago vê um dos fatores de alta dos últimos perder força nas últimas sessões. As chuvas excessivas que chegavam à regiões dos Estados Unidos onde o plantio da safra 2015/16 já começou e atrasavam os trabalhos de campo parecem se dissipar e as previsões já indicam um tempo mais seco para os próximos dias.
Por outro lado, um dólar mais fraco neste início de semana ajuda a reduzir a pressão sobre as cotações das commodities agrícolas nas bolsas norte-americanas. A moeda norte-americana fechou o dia em queda frente ao real depois de, na última sexta-feira (13), fechar o dia com o maior valor em quase 12 anos.
BM&F e Mercado Interno
Na BM&F, os preços acompanharam a baixa do dólar e também fecharam o dia em campo negativo. O vencimento maio/15 terminou os negócios desta segunda-feira com queda de 0,98% e valendo R$ 29,31 por saca, enquanto o setembro ficou em R$ 30,05, com recuo de 0,63%.
No porto de Paranaguá, o preço apresentou uma queda de 1,67% e fechou em R$ 29,50 por saca. No interior do país, segunda-feira de estabilidade, com exceção da praça de São Gabriel do Oeste/MS, com baixa de 4,55% para R$ 21,00 por saca e Jataí/GO, onde a cotação caiu 0,79% para R$ 21,33.
O dólar fechou em queda nesta segunda-feira em um movimento de realização de lucros após a disparada da última sexta (13), quando a divisa bateu no maior valor em quase 12 anos. Segundo especialistas, a cena política ainda preocupa os investidores, porém, não há nenhuma nova e significativa notícia ou mudança no front, o que motiva essa tomada de lucros.
"Os gigantescos protestos de domingo ocupavam o centro das atenções, mas analistas não sabiam como avaliar o impacto para a situação política e econômica do Brasil", informa a agência de notícias Reuters.
Ainda segundo analistas, essa pausa na venda de ativos é de curto prazo, justamente pela falta de sinais de que as "tensões locais" passaram por alguma alteração nos próximos dias ou semanas. Além disso, serão divulgados novos rumos para a política monetária norte-americana na quarta-feira (18) com o novo encontro das autoridades do Fed.
A moeda norte-americana terminou o dia cotada a R$ 3,2445, com baixa de 0,14%. "As consequências (das manifestações do último domingo) ainda são incertas, mas o ímpeto político continua sendo uma importante preocupação no Brasil, com a aprovação da presidente na mínima histórica e um quadro econômico duro, além das investigações em torno da Petrobras", escreveram analistas do JPMorgan em nota a clientes.
Veja como fecharam as cotações nesta segunda-feira:
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