Preços da mandioca recuam pelo quarto mês seguido diante de um mercado bastante ofertado e demanda reduzida
Publicado em 16/03/2015 17:31
Preços da mandioca recuam pelo quarto mês seguido diante de um mercado bastante ofertado e demanda reduzida
Os preços da mandioca completaram o 4º meses seguido de recuos, de acordo com dados do Cepea. Entre 09 e 13 de março, o valor médio a prazo da tonelada de mandioca na fecularia foi de R$ 173,76 a tonelada, queda de 0,36%.
A elevada disponibilidade de mandioca nas regiões produtoras, segundo Fábio Isaias Felipe, pesquisador do Cepea, está atrelada às expectativas dos produtores com preços ainda mais baixos, gerando a necessidade em fazer caixa ou liberar as áreas de arrendamentos, com isso os agricultores tem avançado na colheita.
"Quando os preços chegaram a patamares recordes, em meados de 2012 e 2013 - alcançando até R$ 1mil reais em algumas áreas do nordeste - houve um aumento desenfreado da área plantada, e pouco se planejou com relação a isso", explica o pesquisador.
Segundo ele, os preços praticados hoje não remuneram o produtor, haja vista que o custo está em torno de R$ 240,00 a R$ 245,00 reais, dependendo da tecnologia empregada.
"Nesses patamares não é lucrativo nem colher, porque o custo da mão de obra é muito expressivo na colheita manual. E isso tudo tem acontecido em um período que não é safra, então podemos contar com volumes mais expressivos em meados maio e agosto", ressalta Felipe.
Além disso, a demanda também trabalha reduzida colaborando na pressão dos preços. Para Fábio, não há perspectivas de melhora na demanda, no entanto "algum problema climático poderia mudar esse mercado", completa.
A margem da indústria também segue apertada, impossibilitando reajustes na demanda. Para Fábio, "o termômetro são os estoque, que já se aproximam de 50 mil toneladas, e o setor tem buscado maneira de escoar essa produção - podendo a exportação ser um caminho" ressalta, mas lembrando que o produto brasileiro ainda precisa ganhar credibilidade no mercado internacional.
Segundo ele, a associação de produtores do Paraná busca através do governo federal uma intervenção para regular o mercado, haja vista que "em anos anteriores o governo já atuou nessa frente, com estoques reguladores por meio de AGF. No entanto o ajuste fiscal é necessário, por isso será difícil o governo agir nesse sentido", conclui.
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Por:
Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas
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