Soja inicia a semana operando com estabilidade em Chicago nesta 2ª feira
O mercado internacional da soja inicia a semana operando com estabilidade na Bolsa de Chicago. Na sessão desta segunda-feira (16), por volta das 7h30 (horário de Brasília), os principais vencimentos perdiam pouco mais de 1 ponto, ainda continuando na casa dos US$ 9,70 por bushel.
Para essa semana, o mercado aguarda os números da Nopa (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosa dos EUA) e dos embarques semanais nesta segunda e, na próxima quinta, os volumes atualizados das vendas para exportação norte-americana. Paralelamente, aguardam a conclusão da safra na América do Sul e a a chegada, no final do mês, das projeções oficiais da temporada 2015/16 dos EUA.
No Brasil, o andamento dos preços têm observado com atenção o desenvolvimento do dólar frente ao real e nesta semana, principalmente após os protestos deste domingo - 15 de março -, as cotações no Brasil deverão ser influenciadas pelos movimentos da moeda norte-americana.
Veja como fechou o mercado na última semana:
Soja fecha semana com alta de até 4% nos portos do Brasil e preços acima de R$ 70
A disparada do dólar e as vendas da safra do Brasil evoluindo bem nos últimos dias pressionaram os preços da soja praticados na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira (13) e o mercado fechou a semana em campo negativo. Os principais vencimentos encerraram o dia com perdas de 15,25 a 18,25 pontos, com todos operando na casa dos US$ 9,70 por bushel.
"Soja, milho e trigo foram pressionados em Chicago pela forte alta do dólar. Commodities e ações, ambas sentiram essa pressão e a preocupação é de que os produtos norte-americanos tornam-se mais caros para a exportação e, consequentemente, menos competitivos", explicou o analista de mercado e editor do site norte-americano Farm Futures, Bob Burgdorfer.
A moeda norte-americana terminou os negócios desta sexta-feira com ganhos de mais de 2,5%, a R$ 3,2490, registrando o maior valor em quase 12 anos. Na máxima da sessão, a divisa bateu nos R$ 3,2815. A turbulência no quadro político e econômico do país tem sido o principal fator de alta para a divisa, e o cenário, segundo especialistas, é de continuidade desse movimento.
E essa forte alta do dólar tem motivado um avanço da comercialização da safra brasileira, com os preços nos portos brasileiros chegando aos melhores momentos da temporada. Em Rio Grande, a máxima do dia foi de R$ 74,20/saca com entrega para maio/15. E esse maior volume de vendas no Brasil, principalmente nos estados centrais do país, e bons volumes de soja chegando aos portos para exportação também contrinbui para a pressão nos preços, segundo explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
De acordo com números levantados pelo consultor, a safra brasileira deve chegar a 91,730 milhões de toneladas nesta temporada e, desse total, até a última terça-feira (10), já havia 52% comercializado. "E de terça até esse final de semana pelo menos mais 3% foi vendido e chegamos a 55%. Os produtores venderam muito bem nesses últimos dias", diz.
Há cerca de três semanas, o total da comercialização batia em 40%, ou seja, ainda de acordo com Brandalizze, foi negociado, em menos de um mês, 15% da safra - algo entre 14 a 15 milhões de toneladas - depois, principalmente, dessa disparada do dólar. "Tivemos bons negócios acontecendo em todas as regiões do Brasil", concluiu o consultor.
"O cenário está se desenhando para pior e não há parâmetros técnicos para o mercado. Já perdemos a referência faz tempo", diz o economisa Jason Vieira em entrevista ao Notícias Agrícolas. A relação do governo com sua base aliada está cada vez mais fragilizada e a popularidade da presidente Dilma Rousseff vem caindo sem parar, o que ajuda a piorar o cenário e a deteriorar ainda mais a credibilidade do país.
Na semana, os preços da soja nos portos brasileiros acumularam uma alta de 1,38 a 4,35%, com todos os terminais apresentando cotações acima dos R$ 70,00 por saca. Em Paranaguá, para o produto com entrega em abril/15, o último preço da semana foi de R$ 72,00; em Rio Grande, R$ 73,50 e em Santos, R$ 72,00.
No interior do país, os preços também dispararam nas principais praças de comercialização. Em Não-Me-Toque/RS, a alta semanal foi de 4,2% para R$ 62,00; em Cascavel, 3,39% para R$ 60,00; em Tangará da Serra/MT, 5,88% para R$ 55,00; em Jataí/GO para R$ 61,00, 2,52% e em São Gabriel do Oeste/MS, 3,64% para R$ 57,00.
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