Milho: Vendas avançam no Brasil com preços remuneradores e dólar em alta; Chicago fecha semana em baixa
Nesta última sessão da semana, os futuros do milho fecharam o dia com baixas signifcativas na Bolsa de Chicago. As baixas entre os principais vencimentos ficaram entre 7,50 e 8,25 pontos, com todos abaixo dos US$ 4,00 por bushel. A semana foi negativa para as cotações do cereal no quadro internacional.
Segundo analistas, entre os fatores de pressão estiveram as baixas exportações semanais norte-americanas, o mercado do petróleo ainda em queda e, principalmente, a alta do dólar frente às principais moedas emergentes do mundo. Nesta sexta-feira, a moeda chegou a renovar suas máximas em quase 12 anos e bateu em R$ 3,28.
"Soja, milho e trigo foram pressionados em Chicago pela forte alta do dólar. Commodities e ações, ambas sentiram essa pressão e a preocupação é de que os produtos norte-americanos tornam-se mais caros para a exportação e, consequentemente, menos competitivos", explicou o analista de mercado e editor do site norte-americano Farm Futures, Bob Burgdorfer.
E essa pressão do dólar veio acompanhada de vendas semanais para exportação mais baixas em relação à semana anterior e aquém das expectativas do mercado, o que também ajudou a pesar sobre as cotações.
Na semana que terminou em 5 de março, as vendas semanais caíram de 828 mil para 417,9 mil toneladas e o número ficou aquém do esperado pelo mercado, que apostava em 800 mil toneladas. O USDA anunciou ainda a venda de 96,4 mil toneladas da safra 2015/16. Ainda de acordo com o relatório, as vendas acumuladas na safra 2014/15 somam 36.045,1 milhões de toneladas, contra 45,72 milhões projetadas para todo o ano comercial e 38.164,8 milhões registradas no mesmo período do ano anterior.
Vendas no Brasil e Mercado Interno
Completando o quadro de pressão sobre os valores praticados na Bolsa de Chicago, há ainda uma comercialização do cereal caminhando em um ritmo acelerado no Brasil, com a formação dos preços no mercado interno sendo favorecidas por essa forte alta do dólar, segundo explicou Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
As vendas da safrinha com embarque para o segundo semestre - entre agosto e novembro - têm sido bastante expressiva, registrando um ritmo que há tempos não se via para esse período da temporada, haja vistas que os preços garantidos para esses negócios têm ficado entre R$ 30,70 e R$ 31,50, ainda de acordo com o consultor. Há rumores de que foram fechados negócios até mesmo na casa dos R$ 32,00 por saca.
O mercado vem mostrando uma manutenção dos preços nos portos e também no interior do país. Apesar disso - e de alta do dólar nesta sexta - o preço do milho no porto de Paranaguá, principal referência de exportação no momento - fechou a semana a R$ 30,00 com entrega em outubro/15, registrando uma queda de pouco mais de 3% em relação ao R$ 31,00 do fechamento da última segunda-feira (9). Ainda assim, conforme sinaliza Brandalizze, o atuais preços do cereal remuneram muito bem o produtor no momento e ele tem aproveitado as oportunidades de comercialização.
No interior do país, a semana foi de total estabilidade. Entre as principais praças de comercialização, os preços encerraram a semana sem alterações. No entanto, segundo o relato de produtores das regiões de Cristalina/GO, Santo Ângelo/RS e Patrocínio/MG, nos últimos dias os valores subiram, passaram a remunerar melhor os agricultores locais e isso em função do dólar mais elevado.
BM&F - Na BM&F nesta sexta-feira, o mercado fechou em campo positivo, com altas entre 0,24 e 0,89%, com destaque para o contrato setembro/15, que encerrou o dia valendo R$ 30,21 por saca.
O mercado acompanhou a forte alta do dólar e também avançou. A moeda terminou os negócios desta sexta-feira com ganhos de mais de 2,5%, a R$ 3,2490, registrando o maior valor em quase 12 anos. A turbulência no quadro político e econômico do país tem sido o principal fator de alta para a divisa, e o cenário, segundo especialistas, é de continuidade desse cenário.
"O cenário está se desenhando para pior e não há parâmetros técnicos para o mercado. Já perdemos a referência faz tempo", diz o economisa Jason Vieira em entrevista ao Notícias Agrícolas. A relação do governo com sua base aliada está cada vez mais fragilizada e a popularidade da presidente Dilma Rousseff vem caindo sem parar, o que ajuda a piorar o cenário e a deteriorar ainda mais a credibilidade do país.
Veja como fecharam os preços do milho nesta sexta-feira:
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