Na FOLHA: Deputado Jeronimo Goergen reage: "se a idéia é calar minha voz não haverá silencio..."
O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), investigado na Operação Lava Jato por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, disse que o Partido Progressista "acabou".
Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (9), acompanhado da família, o deputado chegou a chorar. Ele é um dos políticos que integram a lista de Rodrigo Janot, procurador-geral da República.
"Sempre tive uma postura de enfrentar isso [corrupção]. Tenho que andar na rua e ver a sociedade me questionando sobre o que sempre preguei. Isso machuca, machuca a gente", disse chorando.
Luis Macedo/Divulgação/Câmara dos Deputados | ||
O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) durante entrevista em Brasília |
Para o deputado, não há solução para seu partido. "Não há dúvida que o PP acabou", disse.
As suspeitas contra o deputado surgiram após depoimento do doleiro Alberto Youssef. Em 12 de fevereiro, ele incluiu Goergen entre os deputados do PP que "com certeza" recebiam uma mesada. Segundo o delator, a bancada do partido dividia entre si valores entre R$ 1,2 milhão e R$ 1,5 milhão.
"Não adianta dizer 'vamos limpar, vamos mudar'. Se com o [caso de Paulo] Maluf era difícil mudar, imagina com tudo isso [Lava Jato]?", diz Goergen que chegou a pedir a expulsão de Maluf do partido quando era membro da juventude progressista.
Goergen presidia o PP gaúcho quando a Operação Rodin, em 2007, apontou fraudes em contratos públicos realizados pelo Detran (Departamento Estadual de Trânsito) do RS.
Diversos deputados estaduais estavam envolvidos no caso. Na época, Goergen dizia que eram casos individuais e não um problema partidário.
Apesar do caso Detran, de acordo com o deputado, o PP gaúcho é diferente do nacional. "Do PP gaúcho podemos nos orgulhar", diz ele que sempre foi contrário à participação do PP na base aliada governista.
Goergen, que deixou o diretório estadual do partido, afirmou que interpelará judicialmente Youssef para que ele prove seu envolvimento. O deputado diz que nunca conheceu o doleiro.
"Espero que ele seja punido. Não vejo razão para meu nome aparecer. Se ele cita, ele obrigatoriamente tem que ter provas. Quero saber para quem entregou o dinheiro e quem recebeu", disse.
"Eu sou citado em um depoimento em um contexto onde eu não era deputado federal. Isso me deixa com uma dúvida muito grande", diz. Segundo ele, suas cobranças ao envolvimento do partido no caso do mensalão podem ter provocado uma retaliação.
"Se a ideia é calar minha voz, não haverá silêncio", disse.
GRAÇA FOSTER
O deputado disse que foi à sede da Petrobras "uma vez na vida" com uma comitiva de empresários gaúchos em 17 de janeiro de 2013. Ele diz que ficou com uma péssima impressão de Graça Foster, ex-presidente da estatal. "Parece que ela trata as pessoas a coice", disse.
Goergen também afirmou que nunca teve contato com Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, ex-diretores da Petrobras.
Segundo o deputado, ele viu ambos apenas uma vez, durante a última sessão da CPI que investiga a estatal, para acompanhar.
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