Dólar sobe mais de 1% pela 6ª sessão por preocupações políticas e fiscais
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia mais de 1 por cento pela sexta sessão consecutiva e girava em torno de 3,10 reais nesta segunda-feira, diante de preocupações com a resistência à presidente Dilma Rousseff e o escândalo em torno da Petrobras, que podem gerar ainda mais obstáculos para o ajuste fiscal promovido pela equipe econômica.
Às 14h03, a moeda norte-americana subia 1,42 por cento, a 3,1002 reais na venda, após marcar na sessão anterior a maior alta semanal desde a crise financeira de 2008.
Na máxima desta sessão, a divisa atingiu 3,1108 reais, maior cotação desde junho de 2004. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 460 milhões de dólares.
No domingo, durante a transmissão pela TV de discurso em que defendeu que o ajuste econômico atualmente em curso no Brasil vai durar o tempo que for necessário, Dilma foi vaiada em diversas cidades, enquanto pedia união e paciência.
As manifestações "deixam evidente o forte nível de desaprovação pelo qual a atual gestão vem passando", escreveu em nota a clientes o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho.
Ele lembrou ainda a divulgação da lista de investigação de dezenas de parlamentares devido ao caso de corrupção da Petrobras, "potencializando ainda mais a falta de credibilidade de nossas lideranças".
As medidas de reequilíbrio das contas públicas vinham servindo como um alento para investidores em meio à perspectiva de contração econômica e inflação de mais de 7 por cento neste ano.
Nas últimas semanas, contudo, as dificuldades que o governo tem enfrentado para implementar essas ações mudaram o cenário, levando investidores a evitar ativos brasileiros e impulsionando o dólar aos maiores níveis em mais de dez anos. O movimento também reforçou a incerteza sobre o futuro das intervenções diárias do Banco Central no câmbio, marcadas para durar pelo menos até o fim de março.
Nesta manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 2 mil swaps pelas rações diárias, todos com vencimento em 1º de dezembro de 2015 e equivalentes a 98,3 milhões de dólares. Também foram ofertados contratos para 1º de março de 2016, mas nenhum foi vendido.
O BC também vendeu a oferta total no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, foram rolados cerca de 22 por cento do lote total, que corresponde a 9,964 bilhões de dólares.
(Por Bruno Federowski)
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