Milho: Alta do dólar dá suporte e mercado fecha em alta pelo 2º dia consecutivo na BM&F
Frente à forte valorização observada no câmbio nesta quarta-feira (4), as principais posições do milho negociadas na BM&F Bovespa terminaram a sessão em alta pelo segundo dia consecutivo. Hoje, a moeda norte-americana fechou o pregão a R$ 2,9807 na venda, com ganho de 1,80%, maior nível de fechamento desde 19 de agosto de 2004, quando o dólar alcançou R$ 2,987.
Na máxima do dia, o dólar chegou ao patamar de 3,0010, maior dos últimos dez anos. De acordo com dados da agência Reuters, o câmbio foi impulsionado pela decisão do presidente do Senado em rejeitar a Medida Provisória que trata de desonerações tributárias, o que dificulta ainda mais o ajuste nas contras públicas do Brasil.
Além disso, os analistas destacam que as cotações do cereal buscam uma maior aproximação com os preços praticados nos portos brasileiros, ao redor de R$ 30,00 a saca. Com isso, as principais posições do cereal encerraram o dia com valorizações entre 0,40% e 0,71%. O vencimento maio/15 era cotado a R$ 29,45 a saca.
Mercado interno
Segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, a quarta-feira foi de estabilidade aos preços do milho no mercado interno brasileiro. Nos portos, apesar da alta do dólar, as cotações ficaram estáveis em R$ 30,00 a saca, para entrega em outubro, no Porto de Paranaguá e a R$ 30,30 a saca no Porto de Santos.
O consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca que o país disputa a segunda colocação nas exportações com a Ucrânia. "Temos que considerar que a Ucrânia está em crise e tem uma dificuldade me manter o crescimento da safra. Não há garantias de produção melhor do que tivemos no ano passado e para atender a demanda global, que permanece firme. Principalmente do setor de rações", explica.
Em sua última projeção, a Informa Economics estimou a produção brasileira, entre primeira e segunda safra, em 72 milhões de toneladas. Já a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), projetou a safra de milho em 78.397,3 milhões de toneladas, em seu último boletim reportado no início de fevereiro.
Bolsa de Chicago
As cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta quarta-feira (4) em campo negativo. As principais posições do cereal exibiram perdas entre 0,50 e 2,00 pontos. O vencimento maio/15 era cotado a US$ 3,89 por bushel.
Ainda na visão do consultor, o mercado opera de maneira muito técnica e tenta se segurar no patamar de US$ 3,80 por bushel no spot. "E tem conseguido se manter nesses níveis, que aliás, podemos considerar como rentável aos produtores de etanol. Temos uma grande demanda, mais de 30 milhões de milho serão destinados à produção de etanol. O fator petróleo no milho também se torna importante e a cada dia de avanço, dá um pouco de suporte, pois ajuda o etanol", afirma Brandalizze.
Paralelamente, o site Farm Futures destacou que os preços também acompanharam as perdas observadas nos futuros da soja e do trigo. "Também temos dados conflitantes da Administração de Informação de Energia (AIE) indicando uma queda inesperada nos estoques de etanol nos EUA, mas também um declínio na produção. Por outro lado, há os ganhos do dólar, que contribuem para pressionar os mercados", informou o veículo de comunicação.
Veja como fecharam as cotações nesta quarta-feira:
0 comentário
Milho: Mercados fecham 2ª feira com estabilidade na B3 e na Bolsa de Chicago
Exportação de milho cai 27,1% comparação com a média diária de dezembro de 2023
Radar Investimentos: Mercado de milho no Brasil mantém ritmo pontual de negócios
Milho sobe na B3 nesta 2ª feira, acompanhando as novas e boas altas do dólar frente ao real
Milho/Cepea: Negócios são lentos neste encerramento de ano
Preços do milho para 2025 são os melhores em 2 anos para vendas antecipadas