Milho: Dólar impulsiona e mercado fecha sessão em alta na BM&F; maio/15 chega a R$ 29,30 sc
As cotações do milho negociadas na BM&F Bovespa terminaram o pregão desta terça-feira (3) em campo positivo. As principais posições do cereal exibiram ganhos entre 0,64% e 1,17%. O vencimento maio/15 era cotado a R$ 29,30 a saca.
Como principal fator de suporte aos preços da commodity está a valorização do dólar. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 2,9280 na venda, com alta de 1,14%. O patamar é o maior nível de fechamento desde 2 de setembro de 2004, quando o câmbio chegou a R$ 2,940.
Segundo dados reportados pela agência Reuters, o dólar o movimento positivo é decorrente das preocupações com os fundamentos econômicos no Brasil. Paralelamente, os analistas destacam que os preços buscam uma aproximação com os valores praticados nos portos brasileiros.
Mercado interno
No mercado interno brasileiro, os preços do milho registraram ligeira alta em três praças, nesta terça-feira (3). Conforme levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, a cotação subiu 8,57% em Campo Novo do Parecis (MT), com a saca do milho a R$ 19,00. Já em São Gabriel do Oeste (MS), a alta foi de 7,32%, com a saca do cereal a R$ 22,00.
Em Tangará da Serra (MT), o dia também foi de valorização aos preços do cereal, que terminaram a terça-feira a R$ 20,00, com ganho de 2,56%. Nas demais praças, as cotações permaneceram estáveis. Nos Portos brasileiros, o nível de R$ 30,00 a saca do milho também foi mantido.
Na visão do economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, os preços nos portos estão diretamente ligados ao mercado de exportação. Inclusive, ontem o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior reportou que ao longo de fevereiro, as exportações de milho somaram 1.104,8 milhão de toneladas, uma queda de 59,7% em relação ao mês de janeiro.
"Na composição do mercado interno, temos o câmbio e os preços estão mais regionalizados do que estavam. Temos a greve dos caminhoneiros, algumas regiões onde tínhamos fluxo de caminhões, tivemos as integradoras pagando mais, acima do mercado, para garantir o produto. Acredito que tenha um período em que os lotes irão fluir mais, porém, nesse momento o mercado exportador está em cima da soja", explica o economista.
Em relação à safrinha, Motter destaca que sempre há muita incerteza sobre a segunda safra. "Hoje, tivemos a Informa Economics projetando uma safra de milho ao redor de 72 milhões de toneladas, algo positivo e talvez coloque uma luz na questão da grande oferta que teremos no mercado interno. Deveremos caminhar por aí, a safrinha tem um grau de incerteza maior, entre 5 milhões a 8 milhões de toneladas", sinaliza.
Contudo, o economista também ressalta que, por outro lado, a alta do dólar também pode afetar os custos de produção. Especialmente, com fertilizantes e insumos e os produtores devem estar atentos a esse cenário também.
Bolsa de Chicago
Em mais uma sessão volátil, as cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o dia com leves altas. As principais posições do cereal registraram ganhos entre 3,00 e 3,25 pontos. O contrato maio/15 era cotado a US$ 3,91 por bushel.
De acordo com informações do site Farm Futures, o mercado buscou uma reação ao longo desta terça-feira, tentando recuperar as perdas observadas no dia anterior. A recente valorização do dólar frente a outras moedas tem pesado nos preços da commodity. Ainda assim, os analistas sinalizam que o mercado tem operado de maneira muito técnica recentemente diante da falta de notícias.
Ainda hoje, a Abares, agência oficial de commodities australiana, informou que, os preços nos Portos do Golfo dos Estados Unidos, para a safra 2015/16, deverão ficar ao redor de US$ 4,90 por bushel. O aumento reflete um aumento esperado na demanda por milho.
Para a próxima safra mundial de milho, a agência estima uma produção próxima de 965 milhões de toneladas. Em sua última projeção, o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) estimou a produção mundial de milho da safra 2015/16 em 938 milhões de toneladas.
Veja como fecharam os preços nesta terça-feira:
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