Soja fecha 4ª feira em baixa em Chicago, mas preços seguem nos R$ 67 nos portos
Os preços da soja fecharam a sessão desta quarta-feira (25) em campo negativo na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa devolveram parte dos bons ganhos já registrados na semana e passaram por uma realização de lucros, terminando o dia com perdas de pouco mais de 7 pontos nos principais vencimentos.
Segundo Vinícius Ito, analista de mercado da Jefferies Corretora, de Nova York, o mercado, na sessão anterior principalmente, precificou a situação da greve dos caminhoneiros no Brasil, que interrompeu o fluxo de produto no país. No entanto, com as negociações para o fim dos bloqueios começando, o mercado passou a retirar parte desses 'prêmios' colocados sobre as cotações, fazendo as recuarem na CBOT.
Apesar disso, enquanto as discussões entre representantes dos movimentos e do governo federal acontecem, as manifestações seguem em nove estados brasileiros. Porém, a justiça já determinou que as estradas fossem desocupadas em cinco estados - BA, MG, RS, MS e PR.
"A preocupação do mercado é que se o Brasil não consegue seu ritmo de vendas e exportações, os EUA pode continuar exportando. E aqui, já se vendeu 95% da projeção do USDA para o ano e ainda há muitos meses até o final do ano comercial. Se os EUA continuarem ampliando seu programa de exportação é possível que os estoques fiquem mais baixos e isso está levando os preços a subirem um pouco em Chicago tentando precificar essa demanda adicional", explica Ito.
Além desse fator, houve um rumor nos EUA de que um comprador da região sudeste do país teria contratado algumas cargas de farelo de soja da América do Sul, o que ajudou a pesar sobre as cotações, principalmente do subproduto, que terminou o pregão com baixas mais fortes do que o grão nesta quarta.
"Isso já aconteceu em anos anteriores, o diferencial de basis está bastante elevado para o farelo nessa parte do país (na costa leste) por conta da logística. Temos o vortex polar ainda influenciando o clima e isso aumenta a demanda por ração e diminui a rapidez do fluxo logístico na região", diz o analista da Jefferies.
O quadro geral do mercado permite, ainda segundo Ito, uma possibilidade de retomada das cotações da soja em Chicago e, para romperem as máximas recentes, deve haver mais confirmações de que continua saindo dos EUA. A finalização do feriado do Ano Novo Chinês poderia trazer o país de volta ao mercado de forma mais ávida e já há rumores da compra de dois carregamentos de soja da safra velha dos EUA.
Mercado Interno
Os preços da soja nos portos do Brasil seguem apresentando de uma ligeira alta à alguma estabilidade. Em Paranaguá, o preço se manteve em R$ 67,00 e, em Rio Grande, a cotação ficou em R$ 67,50 por saca. No interior do país, o mercado se mostrou sem uma direção bem definida e, enquanto perdeu em alguns estados, registrou ganhos de mais de 1% em outras praças de comercialização.
Apesar das baixas em Chicago, o dólar voltou a subir frente ao real nessa quarta-feira. A moeda norte-americana fechou o dia com ganhos de 1,22% e ficou em R$ 2,8681, motivado pela redução da classificação da Petrobras pela agência Moody's, "diminuindo ainda mais a atratividade de ativos brasileiros e piorando a perspectiva de recuperação econômica do país", segundo informou a agência de notícias Reuters.
0 comentário
Soja fecha no vermelho em Chicago nesta 2ª feira, com pressão ainda vinda dos fundamentos e dólar
Sim! Há demanda para toda a soja que o mundo está produzindo na safra 2024/25
Soja segue operando com estabilidade em Chicago nesta 2ª, mas passa para o campo negativo
Soja/Cepea: Clima favorável reforça perspectiva de maior oferta, e preço cai
Aprosoja MT apresenta sugestões ao Governo de MT para regulamentação da Lei da Moratória da Soja
Soja sobe levemente na Bolsa de Chicago nesta 2ª feira, acompanhando altas entre os derivados