Quais as diferenças entre mercado físico, a termo, de futuro e de opções? Por Flávio França
Prezados amigos. Em minhas andanças por esse Brasil afora, especialmente nos contatos com os produtores brasileiros, frequentemente aparecem dúvidas relacionadas aos tipos de mercados existentes no agronegócio, quais as suas características principais, para que servem e como aproveitar seus mecanismos de negociação. Nesse texto apresento de forma sintetizada os principais conceitos desses mercados, as diferenças existentes e porque são utilizados.
Em primeiro lugar é importante observar a subdivisão padrão para os diversos tipos de mercado existentes em negociações do agro: mercado físico, mercado à termo, mercado de futuros e mercado de opções. Essencialmente são esses quatro grupos de operações praticadas em todo o mundo e que são, ou podem ser, utilizadas no mercado brasileiro, especialmente no caso de commodities como a soja e como o milho.
Por definição, mercado físico é basicamente a troca de produto físico por dinheiro, uma vez que se trata de uma troca imediata. É também chamado de mercado disponível ou spot (esse último termo normalmente usado em bolsas de mercadorias). Em outras palavras é o conjunto de fatores e operações que provocam a movimentação da mercadoria entre os diversos agentes. As subdivisões principais do mercado físico, envolvem basicamente o critério de negociação para dentro ou fora do país, ou seja, mercado interno e mercado externo (de exportação).
Na sequência temos o mercado à termo, entendido como um acordo entre duas partes para comprar ou vender uma mercadoria, ou um ativo, em data futura pré-estabelecida e por preço pré-determinado, com pagamento à vista ou à prazo. Ou seja, são negócios para entrega futura, mas com definição atual de valor. É uma maneira de tanto o vendedor como o comprador eliminarem o risco de flutuação indesejada no preço. As partes acertam previamente a cotação de venda, delimitando também a quantidade, qualidade e data para liquidação do contrato. Portanto, o objetivo central está na eliminação do risco de preço.
Da evolução dos contratos a termo resultou na formação dos mercados de futuros. Os mercados de futuros são também conhecidos como mercados de derivativos, pois dependem ou derivam dos mercados físicos. O contrato futuro é um compromisso de fazer ou receber entrega de uma certa quantidade e qualidade de determinado produto, ou commodity, em horário e local de entrega específicos no futuro. Todos os termos do contrato são padrão, com exceção do preço, que é determinado pela oferta e pela demanda (ordens de venda ou de compra em bolsa). Em outras palavras, a exemplo do contrato a termo, é uma obrigação, em que o comprador se obriga a pagar pela compra efetuada e o vendedor assume o compromisso de vender. Mas sem a obrigação de entrega do produto. Diferenciando do mercado a termo, não existe a intenção primária de entrega efetiva da mercadoria por parte do vendedor.
Por definição, o mercado de opções é o mercado onde são negociados direitos de compra e de venda de um determinado produto, com preços e prazos de exercícios pré-estabelecidos. Opção então é simplesmente o direito (mas não a obrigação) de comprar ou vender algo a um preço específico, a qualquer momento dentro de um prazo de tempo definido previamente. As opções vêm ganhando espaço como opção de investimento e hedge e esse crescimento está relacionado ao alto grau de flexibilidade que esse mecanismo proporciona à gestão de risco. Além da capacidade de estabelecer expectativas específicas para o retorno do investimento. Ao comprar uma opção, o hedger estará se protegendo contra preços desfavoráveis, mas ao mesmo tempo poderá se aproveitar de uma mudança favorável de preços.
Para saber melhor como funcionam essas operações, e as opções existentes no mercado brasileiro, e contribuir fortemente para a formação e melhoria da gestão comercial sua e de sua equipe, a França Junior Consultoria realiza frequentemente o Curso de Introdução ao Mercado de Soja. As próximas edições estão marcadas para os dias 4 e 5 de março em Curitiba, 25 e 26 de março em São Paulo, e 29 e 30 de abril em Cuiabá. Para maiores informações consulte www.francajunior.com.br. Esse curso de formação profissional já teve a participação de mais de 5.000 mil agentes do nosso agronegócio, em mais de 20 anos de realização.
Um “AgroAbraço” a todos!!!
www.francajunior.com.br e [email protected]
4 comentários
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Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR
Parabéns pela iniciativa. Esta "Luz da porteira pra fora" que falta a muitos produtores brasileiros!
Telmo Heinen Formosa - GO
Excelente artigo entretanto este negócio, agenciar este negócio para um agricultor encerra uma questão melindrosa. Qual a forma justa de remuneração para o agente? Como é o mais usual no mercado? De antemão quero frisar que tenho o entendimento segundo o qual fazer hedge no sistema de cobertura diária de posição causa antipatia a muitos produtores. Parece muito mais simpático o sistema de opções.
anselmo jose chiapinotto jaciara - MT
ótimo
anselmo jose chiapinotto jaciara - MT
ótimo