Milho: À espera do USDA, mercado termina pregão em alta e maio/15 chega a US$ 3,99 por bushel
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta segunda-feira (9) em campo positivo. As principais posições do cereal exibiram ganhos entre 5,25 e 5,75 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,91 por bushel, o contrato maio/15 se aproximou do patamar dos US$ 4,00 por bushel, cotado a US$ 3,99 por bushel.
No início do pregão, o mercado até esboçou algumas perdas, porém, as cotações voltaram a subir, com um movimento de cobertura de posições vendidas, frente ao relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Os investidores tentaram buscar um melhor posicionamento antes do boletim.
Segundo estimativas dos traders, a expectativa é que o departamento norte-americano reporte uma leve queda nos estoques finais dos EUA, de 47,68 milhões para 47,53 milhões de toneladas. Já os estoques finais mundiais, poderão ficar entre 191 milhões a 188 milhões de toneladas de milho. No boletim anterior, o USDA estimou os estoques globais em 189,15 milhões de toneladas.
A produção do Brasil deverá ficar entre 77 milhões a 73,7 milhões de toneladas do cereal. No boletim de janeiro, o número ficou em 75 milhões de toneladas. Na Argentina, os produtores poderão colher entre 23 milhões a 21,2 milhões de toneladas, contra 22 milhões de toneladas do grão indicadas no relatório anterior.
Para o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari, o boletim deverá trazer alguns ajustes em relação à demanda, mas não deverá mudar o contexto do quadro do milho e da soja. "Deveremos ter um corte na produção de milho e soja no Brasil, em função da seca observada no mês de janeiro", afirma.
Além disso, a alta observada nos preços do petróleo, assim como, o dólar mais fraco em relação a outras moedas também ajudaram a dar suporte às cotações no mercado internacional, conforme dados das agências internacionais. Ainda hoje, o USDA reportou os embarques semanais de milho até o dia 5 de fevereiro em 700,990 mil toneladas. O número ficou acima do registrado na semana anterior, de 661.675 mil toneladas.
No acumulado no ano safra, os embarques totalizam 15.666,861 milhões de toneladas, contra 15.308,086 milhões de toneladas no acumulado do ano safra anterior. "Acreditamos que daqui em diante, o mercado começará a pensar mais no plantio da próxima safra nos EUA. E também teremos os primeiros números de intenção de plantio nos próximos dias, que deverá comandar o mercado. Acreditamos que o mercado deverá trabalhar entre US$ 3,80 a US$ 4,00 por bushel", acredita Molinari.
Mercado interno
A recente valorização do dólar permanece refletindo nas cotações no mercado interno brasileiro. No Porto de Paranaguá, a cotação da saca do cereal subiu 1,69% e fechou a segunda-feira a R$ 30,00, para entrega em outubro, conforme levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas.
Em Jataí (GO), a alta foi de 0,29%, com a saca do milho negociada a R$ 20,43. Nas demais praças, a segunda-feira foi de estabilidade aos preços do cereal. Para o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, o mercado começar do cereal começa a ganhar volatilidade, mas o período mais crítico aos valores já passou.
"Temos perdas na safra de verão e a alta do câmbio também influência na formação dos preços. Não vejo razão para o mercado retroceder, estamos trabalhando com valores entre R$ 23,00 a R$ 24,00 no Oeste do Paraná. Os negócios com a safrinha acalmaram um pouco, entretanto, deverão ser retomados a partir de março e abril, após a comercialização da soja", afirma Motter.
Exportações brasileiras
Até a 1ª semana de fevereiro, as exportações de milho do Brasil totalizaram 530,3 mil toneladas, com média diária de 106,1 mil toneladas. Em comparação com o mês anterior, o volume representa uma queda de 30,3%. Ainda assim, em relação ao mesmo período do ano passado, o número é equivalente a um crescimento de 99,5%. As informações são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e foram divulgadas pela Secretaria de Comércio Exterior.
Ainda para Molinari, os produtores brasileiros poderão ter boas chances de exportação no segundo semestre de 2015. "Talvez exportaremos mais do que em 2014, quando embarcamos ao redor de 20,8 milhões de toneladas, o câmbio ajuda e temos a tendência de redução na área destinada ao milho nos EUA e temos uma safra menor na Argentina. Enquanto isso, há uma demanda mundial crescendo, e o Brasil poderá ter um bom segundo semestre", destaca.
BM&F Bovespa
Na BM&F Bovespa, as cotações do milho terminaram o pregão desta segunda-feira com ligeira queda. As principais posições do cereal exibiram desvalorizações entre 0,58% e 0,85%. O vencimento março/15 era cotado a R$ 29,15 a saca.
Apesar da leve alta do dólar, a moeda norte-americana terminou o dia a R$ 2,7774 na venda, com ganho de 0,03%, as cotações recuaram em movimento de realização de lucros depois dos ganhos expressivos registrados na semana anterior. Na semana passada, a forte valorização do dólar deu suporte aos preços do milho, que exibiram ganhos expressivos. Os investidores também acompanham a evolução da safra brasileira, da colheita da primeira safra e das especulações para a segunda safra de milho.
Confira como fecharam os preços nesta segunda-feira:
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