Semana inicia com pressão nas cotações do boi gordo após esfriamento nas demandas interna e internacional. Cenário é de incerteza
Cotações da arroba continuam pressionadas devido a um cenário de muita incerteza em relação à demanda, além de em janeiro as exportações terem apresentado uma queda. Isso faz com que os frigoríficos procurem pagar menos pela arroba do boi gordo.
“Por enquanto, em São Paulo, a arroba do boi gordo está R$ 143,50, mas tem aumentado o número de frigoríficos que ofertam um ou dois reais abaixo desse preço de referência. Embora a gente ainda não tenha visto muitos negócios acontecerem nesses patamares, o aumento do número de compradores forçando esses valores dá a ideia do tamanho da pressão que existe e o quanto de insegurança essa baixa demanda vem gerando no mercado”, comenta Alex Santos Lopes, consultor da Scot Consultoria.
A chuva que vem se tornando um pouco mais abundante e regular, principalmente em São Paulo, começa a dar uma ideia para os frigoríficos de que pode haver uma ligeira melhora na oferta de animais.
“Se formos olhar a indústria, realmente ela tem uma situação bastante apertada se compararmos com o ano passado. O frigorífero que faz uma desossa e vende não só a carne sem osso, mas também todos os seus subprodutos, tem lucrado hoje uma margem de 15%, enquanto no mesmo período do ano passado a margem era de 23%. Resumindo: demanda fraca resulta em pressão sobre as margens da indústria, e a indústria menos capitalizada vai ter menos força pra pagar valores maiores pra arroba do boi gordo”.
A expectativa é que a briga entre oferta e demanda continue ao longo de 2015, já que não há como aumentar muito a oferta por falta de animais e, do lado da demanda, as previsões econômicas para o país são cada vez piores.
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