Soja tem sessão de pouca movimentação na CBOT nesta 2ª com traders à espera do USDA
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga seu novo boletim mensal de oferta e demanda nesta terça-feira, 10 de fevereiro, e à espera desses novos números, o mercado internacional da soja trabalha na defensiva, sem muita movimentação na sessão desta segunda-feira (9).
Os principais vencimentos, por volta das 10h30 (horário de Brasília), operavam em campo misto, com o março/15 registrando ligeira alta de 0,25 ponto cotado a US$ 9,73 por bushel, enquanto o agosto/15 valia US$ 9,84, perdendo 0,75 ponto.
"Os futuros dos grãos tentaram subir no início dos negócios dessa semana, o movimento logo foi revertido, deixando os preços com pouca movimentação. Os traders estão prontos para esperar os novos números do USDA antes de tomar uma posição sólida", afirma Bryce Knorr, analista de mercado e editor do site norte-americano Farm Futures.
Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:
Soja: Com suporte do câmbio, preços registram alta de até 3,62% no mercado interno na semana
Por Fernanda Custódio
No mercado interno brasileiro, a semana foi positiva aos preços da soja, cenário que refletiu em uma leve melhora no ritmo dos negócios. Nas principais praças, as cotações registraram alta entre 1,60% a 3,62%. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bittencourt Lopes, a maior variação foi observada no Porto de Paranaguá, onde a saca da oleaginosa, para entrega em maio/15, subiu de R$ 60,80 para R$ 63,00, alta de 3,62%.
Nas praças de Londrina, Cascavel e Ubiratã, ambas no Paraná, as cotações subiram 2,73% e a saca do grão encerrou a sexta-feira a R$ 56,50. Na região de Não-me-toque (RS), o ganho ao longo da semana foi de 1,89%, com a saca a R$ 54,00, mesma variação e preço observado na praça de Jataí (GO). No Porto de Rio Grande, a saca para entrega em maio/15 também subiu, de R$ 62,10 para RS 64,10, com ganho de 3,22%. A soja disponível subiu 1,60% no porto, cotada a R$ 63,50 nesta sexta-feira.
Apesar da volatilidade observada na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços têm sido impulsionados pela forte valorização do dólar. Somente nesta semana, o câmbio registrou ganho de 2,58% e, passou de R$ 2,71 para R$ 2,78. A moeda norte-americana encerrou a sexta-feira com a maior patamar dos últimos 10 anos. Na máxima da sessão, o dólar tocou o nível dos R$ 2,7852 na venda.
"Os prêmios estão firmes e temos o dólar em forte alta, temos preços em reais mais altos do que esperávamos, quando iniciamos o plantio da safra de soja no país", destaca o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), a sessão desta sexta-feira (6) foi negativa aos preços futuros da soja. Ao longo da semana, as cotações operaram com bastante volatilidade. As principais posições da commodity fecharam o dia com perdas entre 7,00 a 7,75 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 9,73 por bushel.
Na visão do consultor de mercado da Agrosecurity Consultoria, Fernando Pimentel, as cotações da oleaginosa terminaram a semana praticamente nos mesmos patamares observados na última segunda-feira. "Durante a semana, os preços subiram, mas voltaram a cair. Nesse momento, o mercado não tem forças para subir, temos os estoques mais altos nos EUA. Já no Brasil, o retorno das chuvas, limita as perdas na produção brasileira, que deverá ficar entre 3 milhões a 3,5 milhões de toneladas", afirma.
Paralelamente, o andamento da colheita da safra brasileira de soja é observado pelo mercado internacional. E, segundo sinaliza o consultor, os participantes do mercado acompanham os números iniciais de produtividade e acreditam que estejam dentro da normalidade. "Também temos o bom caminhar da safra no Rio Grande do Sul e também na Argentina", ressalta.
E diante da evolução da colheita, o consultor destaca que os preços da soja poderão ficar mais pressionados. "Temos um viés de baixa, o comprador está em situação confortável e não acreditamos que as cotações possam voltar ao patamar de US$ 10,50 por bushel nos próximos dois meses", destaca Pimentel.
Em contrapartida, o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, a tendência é que no mês de fevereiro, os preços apresentem rallies no mercado internacional, que serão oportunidades de vendas aos produtores brasileiros. "Mas no decorrer da safra, deveremos ter preços ao redor de US$ 9,50 por bushel, pressão ocasionada pela chegada da safra. Por enquanto, os produtores do Brasil, Argentina e EUA, estão retendo o grão, porém, a safra é muito robusta e, por mais que se retenha, é preciso que haja o mínimo de fluxo de caixa", explica.
Por outro lado, Fernandes sinaliza que, a quebra na produção brasileira ainda não foi comprada pelo mercado. Os investidores deverão esperar o próximo relatório de oferta e demanda do USDA, que será divulgado na próxima terça-feira (10).
"Temos perdas, especialmente no Triângulo Mineiro, Oeste da Bahia e no estado de Goiás. Além disso, temos que acompanhar o clima, pois se tivermos mais chuvas nos próximos meses na região de Centro-Oeste, teoricamente teremos menos precipitações no Rio Grande do Sul e na Argentina e, se a situação acontecer no momento de enchimento de grãos, poderemos ter quebra também nessas regiões", acredita Fernandes.
Segundo informações da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, os produtores da Argentina deverão colher em torno de 57 milhões de toneladas de soja nesta temporada. Caso a projeção se confirme, a produção será um recorde.
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