Rio Grande do Sul tem potencial para produção de etanol a partir do arroz
As oportunidades do arroz na geração de energia foram apresentadas na tarde desta sexta-feira, dia 6 de fevereiro, durante a 25ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que ocorre no Parque de Exposições do Sindicato Rural de Tapes (RS). As palestras fizeram parte do colóquio O Arroz no Contexto da Química Verde, que encerrou a parte de debates do evento.
Na primeira apresentação, o melhorista do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Sérgio Gindri, falou sobre a logística e o aproveitamento da palha de arroz. Conforme o especialista, a estimativa é que o Rio Grande do Sul produza cerca de 3,7 milhões de toneladas de palha e 4,2 milhões de toneladas de casca que sobram nas lavouras de arroz. "Toda esta palha que fica passa a ser um problema de manejo e muitas vezes o produtor precisa se livrar desta palha para implantar a próxima lavoura", salienta.
Entretanto, Gindri afirma que, apesar do potencial do Rio Grande do Sul na produção de etanol a partir da utilização destes produtos do arroz, ainda não existem projetos de industrialização desta matéria-prima para a elaboração do combustível.
A pesquisadora da Embrapa, Juliana Lemões, apresentou ao público os a composição das matérias-primas para a produção de etanol de segunda geração. Mostrou também os processos industriais, principalmente das biorrefinarias. No Brasil se produz especialmente o combustível por meio da cana-de-açúcar. No mundo o único exemplo vindo do arroz é da Itália, que produz 60 milhões de litros de etanol de segunda geração.
Sobre a potencialidade, informou que a palha de Arroz tem 65,5% de carboidratos que podem ser utilizados para a produção de etanol. Considerando as variedades que são utilizadas com destinação para a formulação do combustível, há uma possibilidade de se produzir 6,76 mil litros por hectare. "Esta é uma estimativa do potencial teórico que temos sobre a produção nas lavouras", explica.
Durante as palestras foi apresentada pela Embrapa Clima Temperado a nova cultivar BRS AG Gigante, especial para produção de álcool e alimentação animal. Com o tema "Cesta Básica Garantida com Renda no Campo Comprometida", a 25ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz se encerra neste sábado, dia 7 de fevereiro. O evento é organizado pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) com a parceria da Associação de Arrozeiros de Tapes.
1 comentário
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Telmo Heinen Formosa - GO
Estão perdendo tempo com este etanol de segunda geração. No de primeira onde temos os microorganismos "de grátis" a viabilidade econômica do processo industrial está inviabilizada por conta da ignorância politica, imagina no etanol de segunda, ficar catando palha na lavoura de arroz. Talvez se torne viavel com "Cana da India" de pouco suco ou até mesmo "Capim Elefante" de alto rendimento por hectare.
Tem muito mais futuro para o arroz fazer etanol "naturalmente" - sem perder tempo com retirada do farelo etc... e queimar a casca em regime "fluidolizado" (Já tem no Arroz Pileco em Alegrete) para produzir termoeletricidade e "salvando" com este regime de queima o silicio necessário tanto para substituir o "negro de fumo" utilizado na produção de pneus mas principalmente para fabricação de Placas Solares já que o silicio assim obtido atinge o padrão Siemens de qualidade. (Tecnologia desenvolvida em São Carlos, SP).