Soja: Apesar da queda na CBOT, alta do dólar dá suporte e preço futuro chega a R$ 64,50 em Rio Grande
Apesar da leve queda observada nos futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), o preço da saca do grão no Porto de Rio Grande, para entrega em maio/15, já subiu R$ 2,00 em relação ao dia anterior. A cotação passou de R$ 62,50, para R$ 64,50 na manhã desta sexta-feira (6). A valorização é decorrente da forte alta registrada no câmbio.
Por volta das 12h30 (horário de Brasília), a moeda norte-americana era negociada a R$ 2,7727 na venda, com alta de 1,14%. Segundo informações do site G1, o dólar reage à possível escolha de Aldemir Bendine para comandar a Petrobras, após a saída de Graça Foster e, também ao futuro da Grécia na zona do euro.
No Porto de Paranaguá, a saca do grão disponível era negociada a R$ 63,50 nesta sexta-feira. A soja para entrega em abril, o valor estava acima de R$ 63,50, no dia anterior, a oleaginosa para entrega em abril terminou o dia a R$ 63,00 a saca.
Já na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações da oleaginosa voltaram a trabalhar em campo negativo. Por volta das 12h48 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam perdas entre 6,50 e 7,00 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 9,74 por bushel.
No início da sessão, os preços até tentaram dar continuidade aos ganhos do pregão anterior, porém o movimento não foi sustentado. Nesta quinta-feira, os futuros da commodity subiram mais de 9 pontos, em decorrência de um movimento técnico, mas também pelo enfraquecimento do dólar frente à outras moedas e a recuperação na cotação do petróleo. Em alguns momentos do dia, o barril do petróleo chegou a subir mais de 5% no mercado internacional.
Em contrapartida, as exportações semanais recuaram 35% e totalizaram 489,700 mil toneladas até a semana encerrada no dia 29 de janeiro. As informações foram reportadas pelo boletim de vendas de exportação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Na visão do consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, a tendência é que no mês de fevereiro, os preços apresentem rallies no mercado internacional, que serão oportunidades de vendas aos produtores brasileiros. "Mas no decorrer da safra, deveremos ter preços ao redor de US$ 9,50 por bushel, pressão ocasionada pela chegada da safra. Por enquanto, os produtores do Brasil, Argentina, estão retendo o grão, porém, a safra é muito robusta e, por mais que se retenha, é preciso que haja o mínimo de fluxo de caixa", explica.
Paralelamente, o consultor sinaliza que, a quebra na produção brasileira ainda não foi comprada pelo mercado. Os investidores deverão esperar o próximo relatório de oferta e demanda do USDA, que será divulgado na próxima terça-feira (10).
"Temos perdas, especialmente no Triângulo Mineiro, Oeste da Bahia e no estado de Goiás. Além disso, temos que acompanhar o clima, pois se tivermos mais chuvas nos próximos meses na região de Centro-Oeste, teoricamente teremos menos precipitações no Rio Grande do Sul e na Argentina e, se a situação acontecer no momento de enchimento de grãos, poderemos ter quebra também nessas regiões", acredita Fernandes.
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