Aprosoja PI pede ao Mapa renovação de emergência fitossanitária no Estado
As lavouras de soja no Piauí estão há mais de um mês sofrendo com a estiagem. A estimativa e que a falta de chuva possa gerar de 15% a 30% de perda na produção. Devido as condições climáticas no estado, essa semana, a Aprosoja PI, encaminhou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) um ofício, solicitando a necessidade de renovar a emergência fitossanitária, devido ao ataque da Lagarta Helicoverpa armigera e outras pragas. O pedido foi reforçado à Ministra da Agricultura, Kátia Abreu, pelo presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale, no último dia 19/01.
A ideia é que o Ministério assine essa Portaria nos próximos dias, pois devido à falta de chuva no Piauí, o ataque das pragas está intensificado e por isso existe a necessidade de manter a emergência fitossanitária no estado. Ao ser publicada a Portaria pelo MAPA, os produtores poderão usar emergencialmente, produtos, como o vírus, armadilhas e o Benzoato.
O Diretor da Comissão de Sustentabilidade, Gestão e Meio Ambiente, Pesquisa e Produção da Aprosoja PI, Emiliano Mellis, explicou com detalhes o que vem acontecendo nas lavouras de soja no Piauí e as medidas que estão sendo tomadas pela entidade.
Confira a entrevista.
A seca no estado do PI, vem causando grande preocupação nos produtores. Quantos dias sem Chuva no PI?
As chuvas estão muito irregulares e heterogêneas no Piauí. De forma geral as últimas chuvas significativas ocorreram entre 13 e 17/12/14. Por volta dos dias 31/12/14 e 05/01/15 ocorreram chuvas fracas, esparsas e irregulares. As regiões que foram menos afetadas estão no oeste do estado, na região de divisa com o Maranhão.
Já dá para dizer que teve perda, ou não? Se sim, qual o tamanho da perda?
Fora a região oeste, onde não existe ainda uma previsão de perdas, as demais regiões podemos já contabilizar entre 15% e 30%. Isso depende de dois fatores, o tempo de cultivo na mesma área e de volume de chuvas recebido. Se a área vem sendo cultivada há mais tempo, a cultura sente menos e se recupera mais rápido com o retorna das chuvas. E claro, onde choveu mais, a as perdas foram menores.
E os preços, como estão no estado?
Neste momento, a soja está cotada a R$ 59,00 a saca. O preço mencionado da soja corresponde ao preço atual. O preço futuro esperado para a próxima safra está em cerca de R$ 45,00 com o dólar a R$ 2,65, cenário que deixa uma margem de lucro irrisória para o produtor, com boas médias de produtividade. Porém a situação será diferente, caso o câmbio caia e/ou o produtor tenha uma frustração de produtividade, se isso acontecer a conta não fechará.
Como que a falta de chuva pode “atrapalhar” no plantio do milho?
Na região de safrinha (oeste), o impacto no atraso para a entrada de safrinha não é tão significativo. Nas demais regiões, que não fazem safrinha, estão com os mesmo problemas da soja. A diferença é que o milho não se recupera como a soja com o retorno das chuvas.
Devido a estiagem o controle de pragas fica mais complicado. Como está a situação das lagartas nas lavouras? Já existe uma estimativa de perdas?
O ataque de Helicoverpa, Falsa medideira e Lagarta da Soja tem se intensificado em função da situação climática. Com a seca, as mariposas têm maior mobilidade e as lagartas se multiplicam mais rápido. Porém as infestações ainda não estão em níveis críticos, ou seja, ainda é possível fazer o controle, desde que volte a regularidade das chuvas. Já o ataque da lagarta Elasmo, principalmente em áreas novas e mais arenosas, está devastador. E o controle desta praga é muito difícil, as chuvas são o melhor remédio para ela. Existem áreas com mortalidade de 70% de plantas.
De forma geral, tem alguma medida que a entidade está tomando para tentar amenizar o problema?
A renovação do estado de emergência fitossanitária é uma das principais ações que a Aprosoja/PI está encabeçando, que pode municiar o produtor com mais ferramentas integradas de controle e também alerta as autoridades para o problema. Outra medida foram os treinamentos de manejo de pragas que a entidade tem promovido, em parceria com o SENAR, ADAPI (Agência Fitossanitária do Piauí) e CCAB, como o que ocorreu no mês de dezembro.
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